Geração

Para a Cesp, pior da covid-19 já passou para geração e comercialização

Os piores efeitos da pandemia de covid-19 no setores de geração e comercialização de energia já passaram, de acordo com Mario Bertoncini, presidente da Cesp. Em teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre, o executivo destacou a geração de caixa operacional de R$ 263 milhões no período, após o serviço da dívida, e os esforços implementados para redução das contingências passivas, relacionadas a ações na Justiça.

“Entendemos que a Cesp tem boa visibilidade dos impactos da covid nos resultados. Acreditamos que o período mais crítico já passou e respondemos de forma resiliente”, disse Bertoncini.

Entre as medidas adotadas para otimizar o balanço da companhia, está a redução de R$ 1 bilhão no contencioso passivo total, que saiu de R$ 11,9 bilhões para R$ 10,9 bilhões ao fim do período, e envolveu desembolso de caixa de apenas R$ 20 milhões. As provisões para esses passivos, correspondentes aos processos cuja derrota é classificada como provável, foram reduzidas em R$ 154 milhões, para R$ 1,78 bilhão.

“Continuamos em tratativas com as partes e não há nada nos impedindo de celebrar acordos maiores para reduzir os riscos. O momento mais crítico da covid está superado para nós”, afirmou Bertoncini.

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Segundo o executivo, a Cesp não registrou inadimplência de clientes por conta dos efeitos da pandemia, apesar de ter 78% dos seus contratos de venda de energia no mercado livre. “Houve renegociações contratuais pontuais e imateriais, cujo impacto foi plenamente compensado do ponto de vista de valor presente líquido e representam menos de 1% do Ebitda previsto para o ano”, afirmou.

Três Irmãos

Na teleconferência, Bertoncini atualizou os últimos acontecimentos sobre a ação que pede o ressarcimento de ativos indenizáveis da concessão da hidrelétrica de Três Irmãos, que foi devolvida à União e relicitada em 2014. 

O último andamento do processo se deu em 10 de julho, quando o juiz solicitou o perito independente do caso que se manifestasse sobre os questionamentos feitos pela União em relação ao seu laudo, que avalia que o montante devido à companhia é de R$ 4,7 bilhões, em valores de junho de 2012.

Segundo Bertoncini, após a manifestação do perito, o juiz do caso pode já julgar o processo, ou abrir prazos para que as partes apresentem suas manifestações finais. Outra possibilidade é ele entender que é necessário outro perito avaliar os ativos. “O juiz é soberano nessa decisão. Provavelmente o desfecho será uma dessas alternativas e vamos aguardar e manter o mercado informado”, disse.

A Cesp chegou a requerer o valor imediato pela União do valor considerado incontroverso do processo, de R$ 1,7 bilhão com data-base em junho de 2012. A empresa obteve uma liminar em primeira instância que foi cassada e o recurso está pendente no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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