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Perspectiva de tempo mais seco antecipa contratações de energia no mercado livre

A perspectiva de tempo mais seco, com possibilidade de formação de La Niña, fez o mercado mudar de comportamento, deixando de estar contratado no curto prazo para garantir suprimento por prazos maiores, segundo o diretor de Produtos, Comunicação e Marketing do Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE), Eduardo Rossetti.

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A perspectiva de tempo mais seco, com possibilidade de formação de La Niña, fez o mercado mudar de comportamento, deixando de estar contratado no curto prazo para garantir suprimento por prazos maiores, segundo o diretor de Produtos, Comunicação e Marketing do Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE), Eduardo Rossetti.

Durante o Agenda Setorial, evento promovido pelo Canal Energia nesta quarta-feira, 13 de março, Rossetti apontou que, entre os contratos negociados neste ano, o maior volume está em preço fixo entre janeiro e dezembro de 2025, que acumula 9.658.775 MWh em 943 contratos. Em seguida, 8.918.112 MWh foram acertados para o segundo semestre de 2024, em 1.582 contratos.

“Temos uma mudança de El Niño para La Niña, e tudo o que o mercado gosta para volatidade é incerteza e mudança”, disse o diretor. Ao longo de um janeiro e fevereiro mais secos neste ano, a instituição já negociou 39% de todo o volume negociado em 2023.

Climatempo prevê cargas altas com outono quente 

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A especialista técnica de Clima e Mudanças Climáticas do Climatempo Marcely Sondermann indicou que o outono de 2024 será mais quente que o habitual, o que deve levar a um aumento na demanda por energia. As altas temperaturas devem prosseguir até o início do inverno, quando o fenômeno La Niña deve ganhar influência.

Em termos de chuvas, em abril ainda deve haver precipitações no Sul do país, mas os meses de maio e junho devem ter condições mais secas do que a média.

A especialista aponta que os reservatórios no Sudeste / Centro-Oeste entraram o mês de março de 2024 com 64% de energia armazenada, enquanto em 2023 este índice estava em 83%. Com menos água nos reservatórios, perspectiva de menos chuvas e temperaturas mais altas, a tendência é que haja mais pressão sobre o sistema. “Precisamos nos preparar para o outono e o inverno”, avaliou Marcely nesta quarta-feira, 13 de março, durante o Agenda Setorial, evento promovido pelo Canal Energia no Rio de Janeiro.

Segundo Marcely, até abril, ainda devem ser sentidos efeitos de um El Niño mais fraco. Ao longo do outono, deve haver certa neutralidade. Entre julho e agosto, devem começar os efeitos da La Niña, com chuvas acima da média para as regiões Nordeste e Norte, enquanto o Sul deve observar estiagem. Na região central do Brasil, deve haver atraso nas chuvas da primavera.

Com o fenômeno, que causa efeitos inversos ao do El Niño, as ondas de calor também devem reduzir no próximo período de primavera e verão.

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