A decisão do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CCPI) de recomendar a conclusão da construção da usina nuclear de Angra 3 por meio da contratação de um epecista (da sigle em inglês EPC, que se traduz para engenharia, gestão de compras e construção), anunciada nesta semana, não descarta a possibilidade de entrada de um sócio estratégico no empreendimento, disse Wilson Ferreira Junior, presidente da Eletrobras, em live realizada pela Genial Investimentos.
“Ela não elimina o parceiro estratégico, é uma possibilidade”, disse o presidente da estatal, que é controladora da Eletronuclear, a responsável pela construção da usina.
Segundo Ferreira Junior, o CPPI decidir recomendar a contratação de um epecista por entender que seria melhor avançar nas obras com alguem especializado a um preço fixo. “Isso cria uma facilidade maior para os financiadores”, disse.
As obras da usina nuclear estão com 67% de construção mas foram paralisadas em 2015, diante de investigações de corrupção no contexto da operação Lava-Jato. Em 2018, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) fixou a nova tarifa de R$ 480/MWh para a usina, cujo custo estimado para conclusão é de cerca de R$ 15 bilhões.
Desde então, o governo buscava um sócio estratégico para assumir parte do investimento necessário e concluir a obra, mas até o momento não houve decisão.
Segundo Ferreira Junior, a Eletrobras continua trabalhando para concluir a usina até 2026 e, para isso, tem feito investimentos significativos. “Vamos investir mais de R$ 1 bilhão esse ano nela, fizemos quase isso no ano passado. Temos assistência do BNDES e do CPPI”, disse.