A Atlas Renewable Energy viabilizou a instalação de seu primeiro sistema de grande porte de armazenamento de energia em baterias no Chile por meio de um contrato de venda de energia (PPA) com a empresa chilena de energia Copec por um período de 15 anos. O PPA foi assinado com a Emoac, braço de comercialização do grupo chileno.
O projeto contou com o financiamento de cerca de US$ 230 milhões e permitirá o armazenamento de energia durante o dia, a partir de um parque solar fotovoltaico também da Atlas Renewable, em operação no mesmo local. A energia seja reinjetada na rede em horários de alta demanda.
Serão cerca de 280 GWh reinjetados na rede por ano, evitando a redução da oferta da energia renovável gerada durante o dia a partir da fonte solar e garantindo maior estabilidade ao fornecimento de eletricidade na região e no país.
A capacidade de armazenamento é semelhante à de 2.500 ônibus elétricos utilizados no transporte público urbano, o equivalente a um percurso de 500.000 km para esses ônibus.
Para Carlos Barrera, CEO da Atlas Renewable, a energia renovável já demonstrou ser a mais competitiva, mas, além disso, era necessário garantir a sua previsibilidade e o seu gerenciamento de forma inteligente.
“É aí que entra o armazenamento, e foi assim que este projeto foi concebido. Capturamos a energia solar durante o dia, liberamos à noite e fechamos essa lacuna entre oferta e demanda. O que antes parecia impossível hoje se torna realidade — e uma realidade escalável”, disse o executivo.
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Apesar dos empreendimentos terem sido instalados no mesmo local, não se trata de um projeto “híbrido”, já que a bateria foi implementada posteriormente e de forma autônoma, concebida para o armazenamento da energia elétrica, permitindo o acúmulo da energia gerada em períodos de maior oferta energética. A usina Sol del Desierto tem 244 MWp de potência, e o conjunto de baterias tem capacidade de 200 MW a cada quatro horas, com capacidade de armazenamento de 800 MWh.
A instalação levou cerca de 12 meses para sua conclusão, com seis meses para fabricação e mais seis meses para instalação dos equipamentos.
“A transação visa abordar uma questão fundamental a nível nacional, especificamente o corte inadequado de energias renováveis não convencionais (NCRE). Nossa abordagem gira em torno da inovação, adaptação e integração de tecnologia. Acreditamos realmente que representa uma grande solução para os desafios existentes no sistema e marca outro passo crucial em direção ao nosso compromisso com a transição energética”, afirma Vannia Toro, gerente-geral da Emoac.
*A jornalista viajou a Maria Elena, no Chile, a convite da Atlas Renewable
