Geração

Curtailment da geração solar atinge 27,8% em junho

Cortes em solares - Crédito: Tauan Alencar (MME)
Solares / Crédito: Tauan Alencar (MME)

A geração solar fotovoltaica registrou corte médio de 23,2% no segundo trimestre deste ano, muito acima dos 18,1% do primeiro trimestre de 2025 e dos 7,8% registrados entre abril e junho de 2024.

Os dados foram compilados pelo Itaú BBA, em relatório periódico que acompanha o curtailment, termo em inglês para os cortes de geração determinados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

A maior parte dos cortes da fonte solar no trimestre encerrado em 30 de junho foi por razão energética, ou seja, quando há excesso de geração em comparação com a demanda. O curtailment classificado assim pelo ONS somou 17,9% no trimestre.

Em junho, os números da fonte solar pioraram, chegando a 27,8% de curtailment, sendo 19,6% por razão energética. Em maio, tinham chegado a 27,3%, sendo 23,8% por razão energética.

Os estados mais afetados são Minas Gerais e Bahia, onde os cortes chegaram a 34% e 35% em junho, respectivamente. Até o estado de São Paulo registrou cortes, com 14% da geração solar interrompida.

Os números refletem a redução da demanda nos últimos meses, em que as temperaturas amenas derrubaram o consumo de energia elétrica. Como a geração solar centralizada coincide com a geração solar distribuída, que não sofre corte de geração, o efeito fica concentrado nos grandes projetos, levando a um percentual elevado dos cortes.

Leve melhora nos cortes da fonte eólica

Foram números consideravelmente piores que os do curtailment da fonte eólica, que tem uma curva de geração diferente da solar.

Os cortes das eólicas caíram de de 15,6% no primeiro trimestre para 12,3% no segundo trimestre de 2025. No entanto, os cortes por excesso de geração cresceram e chegaram a 8,3% da geração total.

Em junho, o curtailment da eólica chegou a 13,9%, sendo 8,8% por razão energética, ante 14,2% em maio, quando os cortes por excesso de geração foram de 13,3%.

O Ceará teve o maior percentual de curtailment da eólica em junho, com 22%, seguido por Rio Grande do Norte, com 18%, e pela Bahia, com 16%.

No total, considerando eólica e solar, o relatório do Itaú BBA aponta que o curtailment chegou a 16,7% em junho, uma retração ante os 17% registrados em maio. No segundo trimestre do ano, o percentual foi de 14,9%, abaixo dos 16,3% do primeiro trimestre do ano, mas bem acima dos 5,6% do segundo trimestre de 2024.

Entre as empresas analisadas pelo banco, as mais impactadas em termos absolutos foram Auren, Engie, Vibra e Equatorial, com cortes de até 130 GWh em junho. Em termos relativos, os piores resultados foram registrados por Alupar, Equatorial, CPFL, Copel e Vibra, com curtailment superior a 15% da geração.