Micro e minigeração distribuída

Genial Energy diversifica e investe em projetos de geração solar distribuída

Genial Energy diversifica e investe em projetos de geração solar distribuída

A Genial Energy, braço de energia da Genial e conhecida anteriormente como Plural Celer, está diversificando sua atuação por meio de investimentos em geração solar distribuída. O objetivo é aproveitar a sua larga carteira de clientes e oferecer a oportunidade de adesão em consórcios ou cooperativas, por meio do qual o consumidor vai garantir um desconto em sua conta de luz.

“Os consumidores pagam uma tarifa muito alta, e daremos a oportunidade de se reunirem um consórcio ou cooperativa, por meio de uma oferta de uma energia mais barata”, disse Rodrigo Selles,  sócio da Genial e diretor da BRPP, envolvido diretamente na modelagem do novo negócio.

Por enquanto, a Genial vai iniciar a construção de um primeiro projeto de geração solar fotovoltaica de 6,4 MWp no Rio de Janeiro, na área de concessão da Light. Além de ser a região onde ficam muitos dos clientes da empresa financeira, o Rio de Janeiro ainda é pouco explorado por desenvolvedores de geração distribuída, o que aumenta a competitividade do novo negócio da Genial.  Há outros 30 MW em estudo em outros estados, que estão em processo de diligência dos terrenos e dos projetos, disse à MegaWhat Ewerton Vital, líder da área comercial e de clientes da Genial Energy. 

Quando se fala em geração distribuída, o consumidor de energia pode se enquadrar em três formas: na geração de energia local (em um telhado solar, por exemplo), no autoconsumo remoto (quando a geração desse consumidor está em outra localidade, dentro da mesma área de concessão), ou na geração compartilhada remota (quando vários consumidores se unem por meio de consórcios ou cooperativas – e que é o caso dos projetos da Genial).

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A energia dos empreendimentos que serão construídos pela Genial Energy será  totalmente injetada na rede, e transformada em desconto na conta de luz dos consumidores que se associarem aos consórcios ou cooperativas. A Genial ficará com um pedaço do benefício, para remunerar seu investimento. Segundo Selles, a empresa trabalha com retornos de 15% a 20%. “Isso depende do lugar, do aproveitamento da usina e do estado, mas vamos ficar com algo nessa faixa”, explicou.

Até o final de 2021, a Genial pretende lançar uma plataforma pelo qual os seus clientes poderão aderir aos consórcios (pessoas jurídicas) ou cooperativas (pessoas físicas), para terem direito ao desconto, que deve ser em torno de 10%, segundo Vital. Esse é o desconto trabalhado para o projeto do Rio de Janeiro. Em estados como Minas Gerais, em que  há isenção de ICMS para geração distribuída, o desconto concedido deve ser maior, uma vez que a taxa de retorno dos investimentos também é mais elevada.

Nesse primeiro projeto no Rio de Janeiro, o investimento, da ordem de R$ 25 milhões, é proprietário. “Para os próximos, vamos trabalhar com estrutura de dívida e investidores, investindo com a gente ou via fundo”, disse Selles. A empresa também considera fazer parcerias com desenvolvedores de projetos, mas está focando em adquirir experiência neste momento, uma vez que considera ter a expertise necessária no negócio em casa. 

“Estamos estudando esse mercado e identificamos que dentro de casa temos as competências necessárias para desenvolvê-lo. Estamos olhando o Brasil inteiro para capturar as melhores oportunidades fiscais”, disse Vital.

A expectativa é que o primeiro parque entre em operação no primeiro trimestre de 2022, e que outras construções tenham início ao longo do próximo ano.

Na contramão de outras comercializadoras de energia, a Genial descarta, neste momento, investir em geração centralizada de fontes renováveis, como grandes parques eólicos e solares. Segundo Vital, a janela que vai até março de 2022 para obtenção de outorgas com desconto no uso da rede complicaria a entrada da comercializadora nesse tipo de negócio. Para projetos de até 5 MW, além de não ser necessária a obtenção de outorga, é mais simples operacionalizar o negócio com geração distribuída, garantindo um desconto aos clientes que são mais conservadores ou que não podem migrar para o mercado livre de energia. Além disso, Vital destacou que o risco de engenharia de um projeto de geração solar fotovoltaica é mais baixo que de outras fontes. 

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