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Mercado prevê 'boom' de GD no país nos próximos anos

O mercado de geração de energia solar deve passar por um "boom", principalmente na área de geração distribuída (GD), nos próximos dois anos, de acordo com especialistas e empresas do setor. A expectativa é baseada na perspectiva de queda do custo da tecnologia e na trajetória de alta das tarifas de energia no mercado regulado brasileiro. A geração distribuída a energia solar totaliza atualmente cerca de 6 gigawatts (GW) instalados no país, número que equivale a quase 3,5% de todo o parque gerador de energia do Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). No ano passado, a oferta adicional de fonte solar distribuída alcançou 2,5 GW, volume maior que o acréscimo de capacidade de cada fonte de energia centralizada em 2020, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A expectativa, de acordo com a estatal de estudos energéticos, é que a GD solar adicione entre 22,8 GW e 41,6 GW de capacidade nos próximos dez anos, gerando investimentos entre R$ 56 bilhões e R$ 138 bilhões. A variação desse crescimento dependerá do grau de mudanças legislativas e regulatórias previstas para o setor. “É um tsunami que vai chegar. A diferença de custo é brutal. Mais do que isso, a trajetória do aumento do custo da energia no Brasil vai continuar. É inexorável. O 'payback' ficará melhor”, afirma Marcelo Nogueira, presidente da Solarprime, maior rede de franquias de GD a energia solar do país.

Mercado prevê 'boom' de GD no país nos próximos anos

O mercado de geração de energia solar deve passar por um “boom”, principalmente na área de geração distribuída (GD), nos próximos dois anos, de acordo com especialistas e empresas do setor. A expectativa é baseada na perspectiva de queda do custo da tecnologia e na trajetória de alta das tarifas de energia no mercado regulado brasileiro.

A geração distribuída a energia solar totaliza atualmente cerca de 6 gigawatts (GW) instalados no país, número que equivale a quase 3,5% de todo o parque gerador de energia do Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). No ano passado, a oferta adicional de fonte solar distribuída alcançou 2,5 GW, volume maior que o acréscimo de capacidade de cada fonte de energia centralizada em 2020, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

A expectativa, de acordo com a estatal de estudos energéticos, é que a GD solar adicione entre 22,8 GW e 41,6 GW de capacidade nos próximos dez anos, gerando investimentos entre R$ 56 bilhões e R$ 138 bilhões. A variação desse crescimento dependerá do grau de mudanças legislativas e regulatórias previstas para o setor.

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“É um tsunami que vai chegar. A diferença de custo é brutal. Mais do que isso, a trajetória do aumento do custo da energia no Brasil vai continuar. É inexorável. O ‘payback’ ficará melhor”, afirma Marcelo Nogueira, presidente da Solarprime, maior rede de franquias de GD a energia solar do país.

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“O país precisará da alternativa [da GD]. Hoje [a GD] é vista mais como uma oportunidade de negócio. Mas, em algum momento, a ficha vai cair de que a GD também é uma alternativa para diminuir a sobrecarga na rede”, completou o executivo.

A Solarprime possui hoje 10 mil projetos instalados e 400 franquias. A meta da companhia é dobrar o faturamento e alcançar 500 franqueados em 2021. Para o próximo ano, a expectativa é chegar a 700 franqueados. “Dois anos atrás tínhamos apenas 100 franqueados”, destacou Nogueira.

Marco Legal

O executivo acredita que o movimento no mercado de energia solar será ainda mais intenso após a aprovação do marco legal para a GD, em discussão no Congresso, mesmo que o texto reduza ou elimine subsídios para a indústria. “Tem muito fundo, muito investidor que não entrou para valer nesse negócio no Brasil porque está esperando ter uma clareza maior da lei”.

Ele enxerga ainda um movimento de consolidação do mercado nos próximos anos. “Esse jogo vai mudar. Vai ter consolidação. Vão ficar muito menos players do que há hoje. Mas isso ainda vai levar um tempo, porque o mercado ainda está em maturação”, afirmou Nogueira. “No nosso negócio, acreditamos em construir a marca. E depois ser reconhecido pelo cliente pela marca. E nosso modelo é muito escalável. Então, achamos que seremos um player importante nessa consolidação”.

O estímulo ao crescimento do mercado de GD também vem pelo lado do consumidor. A Allya, uma HR tech – empresa que utiliza soluções tecnológicos e faz automação de processos de recursos humanos -, possui parceria com empresas de energia, como a Órigo Energia, para oferecer aos usuários a possibilidade de descontos na contratação de planos de assinatura mensais de energia solar e no abatimento no valor da fatura de energia.

“Isso surgiu pela demanda pelos próprios usuários”, disse Gustavo Antonelli, sócio da Allya. “Esse olhar para o custo da energia para o usuário final entra no leque de alternativas e funcionalidades que o RH pode oferecer aos funcionários”, completou.

Serviço de assinatura

Em outra frente, o grupo Gera pretende concluir ainda este ano um total de 16 usinas solares para um serviço de assinatura destinado a consumidores de energia. A previsão da empresa é o serviço de assinatura para os consumidores nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e Minas Gerais.

O serviço de assinatura da companhia é destinado prioritariamente aos consumidores que gastam acima de R$ 300 por mês na conta de luz. Esse modelo já é oferecido pela companhia no estado de Minas Gerais para pessoas jurídicas, que inicia agora no programa de assinatura, e expandirá para pessoas físicas

Também de olho no crescimento do mercado, a Elgin, distribuidora de equipamentos fotovoltaicos e provedora de soluções nas áreas de climatização, refrigeração, iluminação, automação e costura, prevê que a área de energia solar se tornará a divisão mais representativa da empresa em até cinco anos. O grupo aprovou investimentos de R$ 140 milhões na unidade fotovoltaica no país para reforço da estrutura e ampliação de estoque para atender o crescimento esperado da demanda este ano.

Para 2021, o grupo  projeta um crescimento de 150% no volume de negócios na área solar, com ampliação de pedidos de empresas integradoras que atuam em projetos para residências, comércios, indústrias e propriedades rurais no País.

A perspectiva de crescimento para este ano segue a mesma curva de resultado obtido pela empresa no ano passado, quando foi registrado um aumento de 140% nos negócios entre 2019 e 2020. No período, os geradores residenciais lideraram os pedidos na Elgin, com 85% de participação, seguidos pelos geradores comerciais (10%) e industriais (5%).

“A divisão de energia solar é um dos principais focos da Elgin atualmente”, afirma o diretor da divisão de energia solar da Elgin, Glauco Santos.

Geração centralizada

A geração de energia solar em larga escala também tem potencial de crescimento. De acordo com a EPE, em 2020, foram adicionados 800 megawatts (MW) de capacidade instalada de usinas solares centralizadas no Brasil. A estatal ainda que a capacidade instalada das usinas solares de grande porte passe dos cerca de 3,1 GW atuais para 8,4 GW em 2030, um crescimento de cerca de 170%.

Nesse sentido, a Ecom Energia, grupo especializado em comercialização de energia, tem planos de expansão de investimentos no mercado de energia solar. A companhia concluiu a construção de seu primeiro parque de geração de energia solar no Chile, de 3 megawatts (MW) de capacidade. A companhia tem 60% do empreendimento, em parceria com a mineradora chilena San Pedro (40%).

A construção do parque fez parte da estratégia da Ecom de ingressar no mercado de comercialização de energia chileno, que exige que o investidor tenha pelo menos uma usina instalada no país. Mas a companhia tem planos de expandir sua atuação na geração de energia, formando um cluster de energia solar de 15 MW no Chile até 2025, com investimentos estimados em US$ 11 milhões.

Para esse mesmo horizonte, o grupo pretende desenvolver projetos de geração de energia solar no Brasil, totalizando entre 30 MW e 40 MW. Os parques fazem parte do plano de investimentos do grupo de R$ 200 milhões nos próximos cinco anos. A estratégia é voltada apenas para usinas centralizadas. “Não descartamos colocar [projetos] em leilões [de energia]”, diz Paulo Toledo, presidente da Ecom. “Queremos montar um portfólio”.

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