O grupo Copel está de olho no mercado para novos investimentos em projetos de geração e transmissão de energia, com atenção especial a ativos de usinas eólicas e solares, disse diretor-presidente do grupo, Daniel Slaviero, durante teleconferência da Associação dos Analistas e Profissionais do Mercado de Capitais (Apimec). Slaviero ressaltou que a empresa tem “que romper a barreira do solar, que é fonte que a Copel não tem. É uma estrutura simples de construção e manutenção, uma fonte que a gente vai olhar”.
No entanto, o interesse da companhia nesse momento deve se concentrar em projetos brown field, os quais já possuem todos os riscos de construção superados, e que podem surgir do interesse de investidores para a sua monetização, contando com a expertise de comercialização do grupo, que possui um braço nesse segmento.
Conversas para aquisição e processos de investimentos desses empreendimentos já estão em andamento, mas sem estimativa de divulgação ou fechamento de negócio, segundo o diretor-presidente do grupo paranaense.
Mesmo assim, a empresa não deve deixar de olhar para projetos de leilões regulados, como o de transmissão, previsto para ser realizado em dezembro deste ano. Neste caso, o estudo da Copel deve se concentrar em instalações nos estados do Paraná e São Paulo, onde a empresa já possui projetos e bases estabelecidas, conciliando a manutenção e operação desses ativos.
Apesar do interesse na expansão desses projetos, o programa de investimentos da Copel Geração e Transmissão terá uma redução de R$ 235 milhões da previsão inicial para o ano, quando esperava aportar mais de R$ 1,85 bilhão nas áreas. O número já era consideravelmente inferior aos aportes dos dois anos anteriores, quando a empresa investiu, respectivamente, cerca de R$ 2,88 bilhões (2018) e R$ 2,12 bilhões (2019).
Para 2021, a empresa mantém em seu plano estratégico a venda de 51% de sua participação na hidrelétrica Foz de Areia, permitindo uma nova outorga pelo prazo de 30 anos da usina, conforme o Decreto Federal nº 9.271/2018, a partir do vencimento do atual contrato de concessão.
Segundo Daniel Slaviero, a empresa vê “um saldo infinitamente superior fazendo esse movimento”, do que correndo o risco de ficar com a concessão até o fim e perdê-la. Esse cálculo, indiscutivelmente maior apontado pelo diretor-presidente da Copel, considera a análise da licitação de hidrelétricas da Cemig, nas quais, investidores estrangeiros apresentaram capacidade de investimento e agressividade muito grande em suas propostas.
Além disso, mantendo 49% de participando, os serviços de operação e manutenção continuam sendo realizados pela Copel. “Continuaremos prestando serviço para a nossa empresa com expertise e ganho de escala”, completou.
Distribuição
Os esforços para novos investimentos deverão ser concentrados na Copel Distribuição, que deve superar R$ 1 bilhão no fechamento de 2020 e representar um crescimento próximo a 50% de sua base de ativos regulatórios – hoje em R$ 4,9 bilhões.
A ampliação terá efeito significativo no processo de revisão tarifária da distribuidora em 2021, que contará ainda com a diluição do empréstimo da Conta-Covid e ainda aguarda a variação cambial do dólar para o reajuste. Cerca de 25% da energia distribuída pela empresa é oriunda da hidrelétrica de Itaipu, que tem o seu preço fixado em dólar.