
A Voltalia espera uma redução significativa nos cortes de geração de seus projetos no Brasil, com projeção de impacto limitado a cerca de 10% da produção anual. A expectativa vem depois de um 2024 marcado pelo corte de 876 GWh na sua geração, sendo 21% de geração no país e 16% da produção total da empresa.
Em comunicado sobre resultados do ano passado, divulgado nesta quinta-feira, 13 de março, a empresa destacou os “sinais positivos” de melhora nos cortes, impulsionados por medidas implementadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), pelo equilíbrio de cargas entre subestações e pela entrada em operação de novas linhas de transmissão.
Mesmo com as projeções positivas, a Voltalia segue acompanhando a evolução dos debates com medidas para obter compensações financeiras por parte das autoridades reguladoras. Em janeiro deste ano, a companhia informou que estava tomando ações legais e contenciosas para obter compensação dos cortes em sua geração ao longo de 2024.
Resultados do último ano
O prejuízo líquido da Voltalia ficou em 20,9 milhões de euros, justificado pelas restrições operacionais no Brasil e pela redução no valor dos estoques de painéis solares na atividade de fornecimento de equipamentos. Em 2023, a empresa contabilizou lucro de 29,6 milhões de euros.
Por outro lado, o faturamento da empresa subiu 10%, totalizando 547 milhões de euros, impulsionado pelo crescimento de 20% nas vendas de energia.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou 215 milhões de euros, impactado por restrições operacionais, registrando uma queda de 11% em relação a 2023. Segundo a empresa, sem esse impacto, o Ebitda teria crescido 6%.
Voltalia: operação em 2024
A empresa atingiu 3,3 GW em projetos, alta de 14% versus 2023. Do volume, 2,5 GW estão em operação, elevação de 6% na mesma base de comparação. A duração média dos contratos ficou em 16,4 anos e representam 8,1 bilhões de euros em vendas futuras contratadas.
Já o portfólio de projetos em desenvolvimento ficou em 17,4 GW, crescimento de 5%.
De acordo com a companhia, houve um reequilíbrio geográfico do seu portfólio no último ano, com a América Latina respondendo por 51%, abaixo dos 57% de 2023. A Europa subiu para 38%, acima dos 35% verificados anteriormente, enquanto o restante do mundo alcançou 11%, alta em relação aos 8% registrados em 2023.
Perspectivas 2025
A empresa espera crescer 3,6 GW neste ano, com 3 GW em ativos entrando em operação, e com a maior parte comissionada no final de 2025. A produção prevista é de 5,2 TWh.