O que é: capacidade de desempenhar a mesma atividade consumindo menos energia. Em outras palavras, é a relação entre a energia consumida para o funcionamento de uma máquina ou equipamento e a quantidade necessária para executar o mesmo trabalho. O conceito de eficiência energética é diretamente relacionado à redução de desperdícios e perdas técnicas de energia.
Como funciona: a eficiência energética é obtida quando a produção é entregue com o menor consumo de energia ou quando se produz mais com a mesma quantidade de energia. A adoção de sistemas de controle e monitoramento pode aumentar a eficiência de processos e, consequentemente, reduzir o consumo de energia.
Um exemplo comum de medida de eficiência energética é a modernização de sistemas de iluminação. A troca de lâmpadas convencionais, incandescentes, por modelos do tipo LED pode reduzir em quase 90% o consumo de energia elétrica para iluminação, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco).
A substituição de motores elétricos por equipamentos mais eficientes também é utilizada para reduzir o consumo energético, especialmente na indústria, onde esse equipamento é largamente utilizado – 70% da eletricidade consumida pela indústria no Brasil é utilizada no funcionamento de motores, tornando-se grande o potencial de redução quando motores antigos são substituídos por novas tecnologias.
Histórico: em 1984, o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) criou a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE), para indicar a eficiência energética de produtos por meio de selos coloridos. No ano seguinte, surgiu o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), por iniciativa dos Ministérios de Minas e Energia e da Indústria e Comércio.
Posteriormente, a Lei nº 9.991/2000 regulamentou a obrigatoriedade de investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), ao criar o Programa de Eficiência Energética (PEE). Pela lei, empresas concessionárias, permissionárias e autorizadas do setor de energia elétrica devem investir anualmente 0,75% da sua receita operacional líquida em pesquisas de P&D do setor elétrico e 0,25% em programas que promovam o aumento da eficiência energética no consumo final.
Em 2001, a Lei n° 10.295/2001 determinou a eficiência energética mínima de equipamentos manufaturados ou comercializados no Brasil e de construções civis. Além disso, prevê o estabelecimento de metas para a evolução da eficiência energética de cada tipo de equipamento.
É bom saber também: além da economia no consumo de energia, a eficiência energética colabora para a preservação do meio ambiente e contribui para o crescimento econômico. Em 2016, o Brasil ratificou o Acordo de Paris, originado na COP 21, em 2015. Com isso, o país se comprometeu a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 37% em relação aos níveis de 2005, até 2025, e em 43%, também em relação a 2005, até 2030. Uma das medidas anunciadas para atingir essas metas é a implantação de projetos que gerem ganhos de eficiência energética de 10% no setor elétrico até 2030.
Confira o ranking mundial de eficiência energética, elaborado pela American Council for an Energy-Efficient Economy (ACEEE). A EPE publicou o Atlas de Eficiência Energética no Brasil com indicadores sobre esse tema.
Para obter os recursos necessários para implantar medidas de eficiência energética, o consumidor pode recorrer a diversas fontes de financiamento, como linhas específicas de crédito oferecidas por bancos privados e públicos e agências de fomento regionais. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) oferece a BNDES Finem, BNDES Finame, BNDES Soluções Tecnológicas, BNDES Automático e BNDES MPME Inovadora. O Banco do Nordeste disponibiliza o Programa de Financiamento à Sustentabilidade Ambiental – FNE VERDE.
Também é possível recorrer a empresas de serviço de conservação de energia, conhecidas como Energy Service Companies (ESCOs), que realizam estudos para identificar oportunidades de ganho de eficiência energética e podem oferecer recursos financeiros para sua implantação. Nesse caso, em contrapartida, o consumidor pode pagar mensalmente à ESCO pelo investimento feito com uma parcela de sua redução na conta de energia.