O que é: é o sistema de transporte de grandes volumes de longa de distância de gás natural em dutos. Gasodutos são tipicamente posicionados em seções elevadas do terreno ou enterrados e construídos com aço carbono sem costura submetido a tratamentos superficiais, uma vez que precisam de alta durabilidade e segurança, pois o gás natural é altamente inflamável e, em condições de alta pressão, explosivo. Para menores distâncias e em redes de baixa pressão junto aos pontos de consumo, o polietileno de alta densidade (PEAD) pode ser utilizado na construção dos dutos.
Em regiões alagadas, travessias e cruzamentos, os dutos precisam ser acompanhados de jaqueta de concreto, que consiste em envoltório com a finalidade de aumentar seu peso para estabilizá-lo quando submerso. O diâmetro dos dutos é projetado para atender a demanda por fluxo do gás, enquanto a espessura da parede dos dutos é calculada para suportar a pressão de operação e os demais esforços solicitantes. No caso de transporte de petróleo e derivados em dutos, a nomenclatura utilizada é oleoduto.
Como funciona: a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) classifica os gasodutos conforme a parte da cadeia do gás natural em que é utilizado.
• gasoduto de escoamento: no início da cadeia, este é o duto encarregado da movimentação de gás natural desde os poços produtores até unidades de processamento de gás natural (UPGNs) e tratamento ou unidades de liquefação em gás natural liquefeito;
• gasoduto de transferência: similar ao gasoduto de transporte, mas para uso exclusivo de um proprietário específico, iniciando e terminando em suas próprias instalações, por exemplo, a ligação de uma UPGN a uma usina termoelétrica;
• gasoduto de transporte: gasoduto que realiza a movimentação de gás natural desde as UPGNs, instalações de estocagem ou outros gasodutos de transporte até instalações de estocagem, outros gasodutos de transporte ou finalmente aos pontos de entrega (City Gate) a concessionários estaduais de distribuição;
• gasoduto de distribuição: parte da infraestrutura dos concessionários de distribuição, recebe o gás natural no ponto de entrega (city gate) e entrega aos consumidores finais, completando a cadeia do gás.
Histórico: o transporte do gás natural inicialmente foi um desafio para as civilizações que foram as primeiras a se utilizarem do energético. Diz-se que chineses utilizavam tubos de bambu para transportar gás emergente na superfície já há 2 mil anos atrás. Nos tempos modernos, a construção de gasodutos de metal se desenvolveu na segunda metade do século XIX, na América do Norte, em paralelo à indústria do petróleo.
Durante a maior parte daquele século, o gás natural foi usado quase exclusivamente como fonte de luz nas cidades. Sem uma infraestrutura de gasoduto, era difícil transportar o gás muito longe ou em residências para aquecimento ou cozinha. A maior parte do gás natural produzido nessa época era fabricado a partir de carvão, em vez de ser proveniente de um poço. Perto do final do século XIX, com o advento da eletricidade, as luzes de gás natural foram gradativamente substituídas por luzes elétricas.
Com a popularização do bico de Bunsen e suas aplicações comerciais abriram-se novas oportunidades para o consumo de gás natural. Na década de 1890, os primeiros gasodutos de longa distância foram construídos, como o gasoduto de 200 quilômetros que ligava os campos de gás natural no estado de Indiana, nos EUA, à cidade de Chicago. No entanto, apenas por volta de 1920 houve um esforço para desenvolver uma malha de gasodutos naquele país, expandindo o uso do gás encanado para aquecimento residencial e uso na cozinha, além do uso industrial térmico e geração de eletricidade. Após a Segunda Guerra, o desenvolvimento de novas técnicas de soldagem, juntamente com os avanços na laminação de tubos e na metalurgia, aumentou ainda mais a confiabilidade do duto. Com auge na década de 1960, houve um boom de construção de gasodutos que produziu uma malha de milhões de quilômetros nos EUA.
É bom saber: dutos de grandes diâmetros, com menor espessura de parede e capazes de operar sob alta pressão são tendência mundial, com uso de tubos de aço especial. De acordo com a Petrobras, gasodutos com maior presença de níquel na composição, indicados para ambientes altamente corrosivos vem sendo usados no Brasil. No Pré-sal, devido aos altos índices de contaminantes como ácido sulfídrico (H2S) e gás carbônico (CO2)presentes no gás natural, tubos especialmente produzidos com materiais estão sendo preparados para o escoamento da produção.