O que é: usina de geração de energia elétrica a partir da radiação (calor e luz) solar sobre determinados materiais. Entre eles, placas de silício e espelhos concentradores. A tecnologia mais usada para geração é a fotovoltaica.
Como funciona: a geração fotovoltaica se dá pela radiação solar em materiais semicondutores. Nesse caso, os fótons contidos na luz solar são convertidos em energia elétrica, por meio do uso de células solares – que formam os painéis. Além das placas solares, que coletam os raios, uma usina é composta por regulador de tensão, inversor (que converte a corrente contínua em alternada), e em alguns casos, sistemas de armazenamento de energia.
Há também a geração heliotérmica de energia elétrica, em que a radiação solar é concentrada por meio de um sistema de espelhos e o calor resultante gera vapor que irá alimentar um ciclo de geração termoelétrica. Os principais componentes são o coletor (os espelhos), o receptor, que absorve e converte a radiação solar ao transferir o calor para a água, e o gerador.
Histórico: no mundo, entre 2004 e 2014, a capacidade instalada cresceu de 3,7 GWp para 177 GWp, respectivamente, o que corresponde a um aumento de 47%, em função da concessão de subsídios por países europeus, especialmente pela Alemanha. Os subsídios europeus foram reduzidos a partir de 2008, com a crise econômica mundial causado pela quebra de bancos americanos, expostos a hipotecas imobiliárias.
Mesmo com a redução de subsídios, a redução dos preços da energia solar manteve a fonte em alta no mundo. Devido ao seu potencial energético e baixo impacto ambiental, aliada a uma curva significativa de redução de custos, a fonte solar fotovoltaica é uma das que mais crescem – e o Acordo de Paris, assinado em 2015 por 195 países, colocou a solar como uma das fontes com maior potencial de crescimento.
A pesquisa sobre a utilização da energia solar para o aquecimento de água teve início no Brasil na década de 1960. Na década seguinte, a tecnologia começou a ser utilizada comercialmente. As pesquisas sobre energia fotovoltaica começaram a partir da década de 1950, em busca do desenvolvimento de células de silício cristalino.
Já a geração de eletricidade a partir da energia solar fotovoltaica é mais recente e começou a ser utilizada em maior escala a partir dos anos 2000, embora alguns anos antes fosse constatado o uso de equipamentos fotovoltaicos para programas de eletrificação rural.
O próprio governo recorreu à tecnologia em 1994, quando criou o Prodeem (Programa de Desenvolvimento Energético de Estados e Municípios), que pretendia incentivar a eletrificação rural, principalmente com o uso de sistemas fotovoltaicos.
Ao instituir em 2003 o programa Luz para Todos, de universalização da energia elétrica, o governo impulsionou a instalação de sistemas fotovoltaicos de geração, que na época não eram conhecidos como hoje, de microgeração distribuída.
Em 2004, o governo colocou em prática o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), mas não incluiu nele a fonte solar, que era considerada uma alternativa de alto custo, mas os estudos avançaram nos anos seguintes. A primeira usina solar de geração centralizada foi inaugurada em 2011 –Tauá, de 1 MWp.
Em 2012, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) editou a Resolução Normativa n° 482/2012, que estabelece as condições gerais para o acesso de micro e minigeração distribuída e o sistema de compensação de energia elétrica (net metering).
Em 2014, Pernambuco foi o primeiro estado a realizar um leilão para compra de energia solar. No mesmo ano, o governo realizou um leilão de energia de reserva (LER), que teve contratação de 890 MW de potência. No ano seguinte, a solar desponta de vez no mercado, com a inclusão em mais dois leilões de energia e com a revisão da resolução 482/2012 pela Aneel.
Ao editar a nova resolução para o tema, a Resolução Normativa 687/2015 ampliou as possibilidades da micro e minigeração, aumentando o limite de potência, criando mecanismos para compartilhamento de geração e reduzindo prazos para resposta das distribuidoras, entre outras regras, que entraram em vigor a partir de março de 2016.
É bom saber também: a geração de energia elétrica a partir da fonte solar pode ser dividida em centralizada (grandes usinas) e descentralizada (geração distribuída). No caso da geração centralizada, os investidores negociam contratos de fornecimento futuro de energia de seus projetos nos leilões de energia nova.
O Brasil está situado numa região do planeta que apresenta incidência mais vertical dos raios solares, o que resulta em índices mais elevados de irradiação em quase todo o território nacional. Parte do território brasileiro está localizado próximo da Linha do Equador, o que faz com que haja pouca variação na incidência solar ao longo do ano.
Assim, mesmo no inverno pode haver bons níveis de irradiação. Tais condições são vantagens para o aproveitamento do Sol como recurso energético. Em resumo, costuma-se dizer no setor elétrico que as piores áreas de irradiação solar possuem potencial maior do que os melhores locais da Alemanha, por exemplo – um dos principais países na adoção da energia solar.
Usinas solares podem ser consideradas fontes incentivadas de energia. Consumidores com carga entre 500 kW e 3 MW podem migrar para o mercado livre, desde que comprem a energia de fontes renováveis, entre as quais a solar.
Confira na Mega Base de Dados informações atualizadas sobre usinas solares no Brasil.