A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) lançou nesta quarta-feira, 7 de dezembro, a versão inicial da certificação de hidrogênio verde. Como a tecnologia pode ser gerada por diversas fontes, do carvão a energia solar, a certificação da origem de produção pode ser determinante para atrair investimentos e viabilizar projetos de grande porte.
E muitos desses projetos estudados no Brasil já estão em contato com a Câmara, conforme contou gerente de Análise e Informações ao Mercado da CCEE, Ricardo Gedra, em transmissão da entidade para o mercado.
“Tem algumas empresas em contato, estamos fazendo os memorandos de entendimento (MoU), e os primeiros projetos piloto que estão em desenvolvimento no Brasil, nós estamos conversando para fazer a certificação”, disse Gedra.
O próprio grupo que atuou no desenvolvimento da certificação, que iniciou com cerca de 50 representantes da cadeia do hidrogênio, cresceu para 200 membros, dado o interesse e o aumento dos projetos em desenvolvimento no país.
A versão inicial da certificação brasileira segue como base os padrão europeu e, no momento, certifica por quantidade, não por faixa e rótulo de energia. Essa é a consideração para entender se a energia utilizada diretamente do sistema pode ou não ser considera como renovável.
Segundo Gedra, essa é uma questão que pode ser discutida no futuro, assim como a adicionalidade de usinas. “Estamos usando a última versão do padrão europeu, que não considera nenhum requisito de usina nova”, disse o gente da Câmara.
Inicialmente, a abrangência do certificado é apenas do hidrogênio, tendo como rota de produção a eletrólise (de todas as fontes de energia) e avaliando as emissões indiretas associadas ao consumo (escopo 2 do GHG Protocol). A modalidade inicial considera os produtores conectados no Sistema Interligado Nacional (SIN) com contratos de longo prazo (PPA), autoprodução renovável ou conexão direta.
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O presidente do Conselho de Administração da CCEE, Rui Altieri, reforçou o protagonismo do país nesse processo, bem como que a oportunidade da produção de hidrogênio verde para exportação e descarbonização de segmentos industriais.
Dessa forma, atuaria diretamente como o combustível da transição energética, não com o foco no abastecimento de energia. “Esse é um momento único, no qual o setor elétrico brasileiro tem oportunidade de ser protagonista na transição energética, não podemos abrir mão da abundância das fontes no país”, falou Altieri.
Como solicitar a certificação
Para emitir a versão inicial do certificado, o interessado deve preencher o formulário de cadastro inicial disponível no site da CCEE e encaminhar por e-mail para a Central de Atendimento (atendimento@ccee.org.br) com o assunto “Cadastro para Certificação de Hidrogênio”.
A CCEE realizará a análise da documentação e se o solicitante atende aos requisitos estabelecidos. O resultado da avaliação será informado por e-mail. Caso esteja apto, será feita a emissão do certificado, enquanto no caso de inconsistência, o agente será informado para reenviar a solicitação.
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