O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu a atuação das agências reguladoras e falou sobre a necessidade de se viabilizar gasodutos para escoamento do gás do pré-sal. As declarações foram feitas durante discurso em evento organizado pela Associação das Mineradoras de Ferro (AMF) em Belo Horizonte (MG).
Segundo o ministro, o crescimento da valorização do setor mineral brasileiro está “umbilicalmente” ligado à agenda de transição energética, assim como ao tema da segurança alimentar do Brasil e do crescimento do agronegócio.
Ele destacou que, apesar do Brasil ter capacidade de produção de ureia, importa a maior parte do fertilizante, e a única fabricante nacional estaria “pedindo para parar” devido ao custo elevado do gás natural, insumo necessário para a sua fabricação.
“O gás natural, essa riqueza do povo brasileiro, esse grande patrimônio de todos nós, é reinjetado nas plataformas de forma indiscriminada porque interessa o lucro. Nada contra o lucro, respeitamos a natureza econômica e jurídica das petroleiras, respeitamos a natureza econômica e jurídica da Petrobras, mas não podemos nos curvar”, disse.
Ele defendeu, na sequência, a conclusão das obras do gasoduto Rota 3, da Petrobras que vai escoar o gás do pré-sal da Bacia de Santos, mas que está com as obras atrasadas. O ministro também falou na atualização das unidades de processamento de gás das Rotas 1 e 2, e defendeu investimentos em campos maduros onshore pela Petrobras, para que o gás seja acessível a indústria.
“Vamos criar o maior programa do planeta de energia limpa e renovável. Não tenham dúvida, o Brasil, além de ser o grande celeiro da humanidade nos alimentos, será incontestavelmente o maior celeiro exportador de energia limpa e renovável pelas suas condições”, disse.
Agências reguladoras
Silveira também mencionou a missão das agências reguladoras, que é de implementar as políticas públicas formuladas por aqueles que venceram nas urnas.
“Nessa confusão, muitas vezes surgem, em momentos de ímpeto, ideias de que possamos diminuir a força das agências. Eu, particularmente, acho que as agências tem que ser fortalecidas”, disse, completando que, assim, o Brasil vai atrair mais investimentos.