A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, informou nesta segunda-feira, 20 de novembro, que o bloco destinará 2 bilhões de euros para financiar a produção de hidrogênio verde no Brasil. O valor será liberado via Global Gateway, fundo europeu que destina investimentos da União Europeia (UE) em projetos de infraestrutura em diversos países.
Segundo a presidente, parte do montante será destinado ao projeto da companhia europeia Green Energy Park, no Piauí. A empresa foi lançada em setembro deste ano e no mês seguinte assinou carta de intenção com o governo estadual para realizar estudos para construção do parque. Se comprovada a viabilidade, a companhia prevê investir cerca de 10 bilhões de euros na planta, com estimativa para produção, inicialmente, de 5 GW de amônia verde por ano.
“A partir da planta o hidrogênio viajará para servir os compradores industriais no sudeste da Europa. Paralelamente, este projeto criará empregos locais e cadeias de valor no Brasil”, disse a presidente da Comissão.
Além do Brasil, Ursula von der Leyen anunciou outros investimentos pelo Global Gateway no Cazaquistão, Austrália e em Omã, país do Oriente Médio.
Ursula também informou que o bloco realizará a segunda rodada de leilões de hidrogênio na primavera de 2024, que deve atingir um valor total de 3 bilhões de euros.
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A União Europeia também está trabalhando na vertente internacional do Banco Europeu de Hidrogênio (EHB, na sigla em inglês) para garantir importações de hidrogênio renovável de fornecedores estrangeiro. O primeiro esboço da entidade financeira foi apresentado em março deste ano e está sendo construído com base em quatro fundamentos propostos pela comissão.
“Também simplificaremos o acesso ao financiamento público por meio da criação de um balcão único para orientar sobre o financiamento na UE, no âmbito do Banco Europeu de Hidrogênio”, finaliza a presidente da Comissão Europeia.
Metano
O parlamento e o conselho europeu assinaram um acordo provisório para reduzir as emissões de metano do setor energético do bloco. Após a adoção formal de ambos, a nova legislação será publicada no Diário Oficial da União e entrará em vigor.
“Este regulamento inédito permitirá que a UE reduza suas as emissões de metano de uma forma rentável. Isto beneficiará o nosso planeta e evitará o desperdício de recursos em mercados globais de gás restritos”, afirma Kadri Simson, comissária europeia de Energia.
O acordo prevê, entre outras medidas, a redução das emissões em pelo menos 55% até 2030 e obriga a indústria do petróleo e do carvão a medir, monitorar, comunicar e verificar suas emissões de metano.
O regulamento também exige que os operadores apresentem relatórios regulares às autoridades competentes sobre a quantificação e medições das emissões de metano por fonte, incluindo ativos não operados. Também define uma regra na emissão das minas de carvão a partir de 2027, com condições mais rigorosas após 2031.