Com cerca de 45 GW em projetos com demanda de conexão no país, o hidrogênio verde passa agora por uma análise sobre formas de aumentar sua competitividade.
“Não é porque o hidrogênio é uma solução importante que ele pode custar US$ 8 por quilo”, disse Marcela Santos Azevedo, analista de Valuation da Petrobras.
Segundo ela, a Petrobras está mais “realista” na avaliação dos desafios relacionados à molécula e não vislumbra mais que todo o hidrogênio usado no seu refino, atualmente produzido a partir do gás natural, passe a vir da hidrólise.
O refino, entretanto, deve continuar sendo um grande consumidor da molécula. “Em 2023, 17% das emissões do refino [da Petrobras] estavam ligadas ao hidrogênio. A Petrobras está trabalhando ativamente para ter um projeto de eletrólise de refino, ainda nesta década”, disse Azevedo em painel realizado nesta terça-feira, 24 de setembro, na ROG.e (antiga Rio Oil & Gas).
A estatal mantém seus planos de atingir as emissões líquidas zero até 2050, e para isso considera diferentes soluções, como eletrólise, biometano e captura e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em inglês). “Cada refinaria terá aptidão para uma determinada solução”, explica a executiva.
“Mercado vai determinar nível de pureza”
Também no painel da ROG.e, o diretor Executivo de Desenvolvimento de Negócios da Prumo, Mauro Andrade, comentou sobre a necessidade de tornar a molécula mais competitiva, trazendo a faixa de preço dos projetos-piloto, que giram em torno de US$ 8 a US$ 10 por quilo de hidrogênio verde, para cerca de US$ 2 por quilo da molécula. “É o que a indústria aceita”, avalia.
Na visão do executivo, também em função da competitividade, haverá “diferentes níveis de pureza” do hidrogênio de baixo carbono. Andrade também lembrou que ainda não há clareza sobre as exigências que o setor financeiro terá para financiar os projetos.