A falta de objetivos concretos para incentivar o uso de fontes renováveis e o estabelecimento de metas de produção e consumo de hidrogênio verde do Plano de Trabalho Trienal 2023-2025 do Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2) é “preocupante”, segundo o coordenador da Força-Tarefa de H2V da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Eduardo Tobias.
O executivo avalia que o planejamento poderia ser mais ambicioso, sobretudo, nas metas, contribuindo para a descarbonização da economia brasileira e para a transição energética.
“O texto apresentado tem uma abordagem agnóstica em relação às rotas de produção do hidrogênio, inclusive trata de forma agnóstica o hidrogênio verde e o hidrogênio cinza (a partir do gás natural sem captura de carbono). Esse fato preocupa a associação, pois pode incentivar e alocar recursos para rotas de produção que não contribuem para a descarbonização da economia”, diz Tobias em nota.
Segundo o Tobias, a Absolar deve mobiliar seus associados para avaliar, em detalhes, a proposta do plano trienal do PNH2 e contribuir, no âmbito da Consulta Pública n°147 do Ministério de Minas e Energia (MME), com proposta de aperfeiçoamento e de complemento das ações propostas.
A associação considera a iniciativa como um passo importante para o desenvolvimento de um mercado competitivo de hidrogênio de baixo carbono no país, avaliando investimento mundiais acima de US$ 200 bilhões no setor nos próximos anos.
Para Camila Ramos, vice-presidente de Investimento e Hidrogênio Verde da Absolar, o Brasil precisa se posicionar de forma rápida e concreta como um dos principais produtores da tecnologia, tendo em vista que o país pode utilizar fontes renováveis de maneira competitiva e com escala para produção do ativo.
Ramos também destacou a necessidade de priorização das fontes renováveis para produção do hidrogênio, uma vez que todo o racional para o crescimento desse segmento é a descarbonização.
“Outro ponto importante do plano é o mapeamento e estudo da competitividade da cadeia de valor do hidrogênio de baixo carbono, inclusive como forma de identificar oportunidades e gargalos para o Brasil e de identificar políticas públicas para incentivos”, concluiu Ramos.
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