
O Brasil conta atualmente com 111 projetos de hidrogênio verde e seus derivados, como amônia verde, e-metanol e aço verde, que totalizam R$ 454 bilhões em investimentos anunciados. Os dados são de um estudo da consultoria Clean Energy Latin America (Cela), que mapeou os empreendimentos em 16 estados, com quase 90 GW de capacidade instalada em fontes renováveis.
Do total de projetos, 74 estão voltados à operação comercial, 22 são iniciativas piloto e 15 têm foco em pesquisa e desenvolvimento (P&D), atendendo tanto ao mercado interno quanto ao internacional. A maior parte dos projetos foi anunciada em 2024, sendo que somente em 2025 já foram registrados oito novos projetos, de acordo com a Cela.
Os projetos de hidrogênio verde estão distribuídos pelos estados do Amazonas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Piauí e Ceará.
Custo de produção da amônia e do hidrogênio verde
O estudo também detalha os custos associados à produção local de amônia verde no Brasil, com base no índice de custo nivelado de amônia (LCOA). Os valores variam entre US$ 539 e US$ 1.103 por tonelada, enquanto a produção de amônia cinza, derivada de combustíveis fósseis, tem custos entre US$ 361 e US$ 1.300 por tonelada.
Já a produção de hidrogênio verde no Brasil pode alcançar um custo nivelado entre US$ 2,83/kg e US$ 6,16/kg, dependendo da região e da estratégia adotada. Esses valores reforçam o potencial competitivo do país frente aos métodos tradicionais de produção baseados em fontes fósseis.
De acordo com a Cela, o Brasil apresenta alta competitividade na produção de amônia verde, graças à abundância de fontes renováveis e ao avanço de projetos de infraestrutura. Essa vantagem pode posicionar o país como um dos líderes globais na transição energética e no fornecimento de combustíveis de baixo carbono.
Edital no Rio Grande do Sul
As inscrições de propostas de hidrogênio verde ao edital do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Rio Grande do Sul acabam neste sábado, 26 de julho. Empresas que atenderem aos critérios e cumprirem todas as etapas do processo seletivo poderão ter suas iniciativas financiadas, com aporte de até R$ 30 milhões por projeto. A contrapartida mínima exigida é de 30%.
O edital considerará propostas voltadas à viabilização da produção, transmissão, armazenagem e uso do hidrogênio verde. Entre os principais requisitos está a produção de hidrogênio verde, renovável e/ou de baixa emissão de carbono no estado, combinada com pelo menos um dos seguintes temas de aplicação: processo produtivo industrial ou insumo para a atividade industrial.
A iniciativa é promovida pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), em parceria com o Badesul. A seleção dos projetos será conduzida por comissão técnica especializada.