As vendas carros elétricos aumentaram 53% em 2020, na comparação com ano anterior. O dado foi apresentado na série temática “Como a Iniciativa Privada Pode Acelerar a Transição para a Mobilidade Elétrica”, que contou com especialistas que apontaram que a elevação é motivada pelo cidadão, o qual não está comprando apenas um carro, mas está absorvendo um ecossistema sustentável.
A série foi realizada por meio de uma parceria entre a Plataforma Nacional de Mobilidade Elétrica, a Barassa & Cruz Consulting (PNME) e a plataforma do Connected Smart Cities & Mobility.
Quanto aos veículos enquadrados como leves e levíssimos, os participantes analisaram como é possível coordenar todos os esforços em prol da mobilidade elétrica no Brasil. João Oliveira, diretor-geral de operações da Volvo Car Brasil, disse ser fundamental a formação de parcerias com as associações, além das políticas públicas que incentivam a importação desses veículos, para que haja a transição no país.
Já sobre os veículos leves e pesados, Adalberto Febeliano, vice-presidente de Operações da Modern Logistics, afirmou que o crescimento nas vendas dos veículos elétricos tem sido exponencial e a expectativa é que, até 2030, a frota de elétricos no Brasil fique entre 3% a 10%.
“A principal força motriz por trás desta mudança será o custo operacional que deve ser equilibrado com o custo adicional”, disse Febeliano.
Outro participante desta série foi Luís Carlos Magalhães, CEO da KWFleet, a primeira empresa do país a locar veículos 100% elétricos, e aponta que a questão principal é educar o cliente. Hoje há 3 mil veículos no Brasil 100% elétricos, mais do que o dobro do ano passado. Veículos elétricos estão sendo usados na logística de muitas empresas para que o produto chegue ao seu destino final.
“O importante é mostrar que o custo de entrega compensa o valor pago pelo veículo. Outra vantagem é ser um veículo totalmente sem ruído, o que permite uma entrega na madrugada. Montadoras globais estão colocando divisões só para veículos elétricos, uma vez que eles fornecem previsibilidade orçamentária”, comentou Magalhães.
Dados apresentados no evento também mostram que a frota de caminhões de lixo na cidade do Rio de Janeiros tem 10% de seus caminhões elétricos. Em São Paulo, embora os elétricos estejam em ascensão, ainda se perdem três anos e meio de expectativa de vida por conta da poluição.
No índice de qualidade do ar de SP, só os sistemas de ônibus representam 50% de todo diesel importado para o Brasil. “Apostar no elétrico para a logística urbana com ônibus e caminhões já elimina a maior parte dos poluentes. Eu acredito muito na eletrificação das estradas”, afirmou Adalberto Maluf, diretor da BYD.