Inovação

EDP quer ampliar uso de soluções robóticas em usinas solares fotovoltaicas

Com plantas solares cada vez maiores e instaladas em locais remotos, a EDP planeja automatizar as atividades de operação e manutenção dos parques. Segundo o gerente de projetos sênior da EDP New, Daniel Albuquerque, o objetivo é tornar estas tarefas “completamente autônomas e sem intervenção humana”. Albuquerque conversou com jornalistas nesta quinta-feira, 18 de abril, durante o Web Summit Rio. No evento, estava em exibição um robô para limpeza de painéis solares, que já está em operação no Brasil.

EDP quer ampliar uso de soluções robóticas em usinas solares fotovoltaicas

Com plantas solares cada vez maiores e instaladas em locais remotos, a EDP planeja automatizar as atividades de operação e manutenção dos parques. Segundo o gerente de projetos sênior da EDP New, Daniel Albuquerque, o objetivo é tornar estas tarefas “completamente autônomas e sem intervenção humana”.

Albuquerque conversou com jornalistas nesta quinta-feira, 18 de abril, durante o Web Summit Rio. No evento, estava em exibição um robô para limpeza de painéis solares, que já está em operação no Brasil.

Um dos principais ganhos está no custo, já que é caro manter equipes que consigam atender às grandes dimensões das usinas em locais remotos. “Muitas vezes acabamos por negligenciar a manutenção, porque sai muito caro”, reconheceu o executivo.

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Além disso, a limpeza realizada pelo equipamento é mais rápida do que uma limpeza manual. Por ser projetado especificamente para limpeza de painéis solares, também não há o risco de danificar ou quebrar as placas. O presidente da EDP América Latina, João Marques da Cruz, também destacou que a solução usa um terço da água utilizada que uma limpeza tradicional.

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Atualmente, o robô ainda precisa ser operado por uma pessoa, mas a ideia é que até 2026 ele seja completamente autônomo. Segundo Daniel Albuquerque, além de eliminar o custo com equipes, isto possibilitará um ganho de produção para as usinas, já que a limpeza feita por humanos ocorre durante o dia e requer o desligamento das centrais. “Se fizermos uma manutenção noturna, que robôs conseguem fazer sem qualquer tipo de problema, nós não vamos interferir na produção da central”, disse.

A EDP já utiliza um destes equipamentos para limpeza de usinas flutuantes em Portugal. “São plataformas pouco estáveis, de manutenção difícil, com maiores custos de operação. Uma maneira de ultrapassar estes desafios é ter estes robôs permanentemente no local, que podem atuar sempre que seja necessário”, conta. Segundo ele, os robôs serão capazes de reconhecer padrões e estruturas de cada planta por meio de inteligência artificial.

O executivo conta que há 17 robôs deste tipo em operação no Brasil. De acordo com a EDP e a Volluto Soluções – empresa que efetivamente importa os equipamentos no país – os aparelhos no Brasil estão com outras empresas, já que a EDP não tem exclusividade. No país, cada um deles custa em torno de R$ 240 mil. A EDP tem esses equipamentos em Portugal, Espanha e Holanda.

Projeto Talos

O robô para limpeza é o primeiro equipamento do Projeto Talos, que pretende desenvolver soluções robóticas para manutenção totalmente automatizada de usinas solares. Albuquerque é coordenador do Projeto Talos, que é liderado pela EDP e conta com participação de outras 12 empresas europeias. O projeto recebeu financiamento de 8,7 milhões de euros da União Europeia por meio de iniciativas de pesquisa e desenvolvimento.

Entre os próximos objetivos do projeto está desenvolver um equipamento para controle de vegetação nas usinas. “Nós temos aqui uma usina em Pereira Barreto, no estado de São Paulo, em que temos um grande problema de cana-de-açúcar, que cresce muito e em todo o lugar da usina. Nós temos que ter uma equipe permanentemente no local a fazer corte de cana, isso também é uma atividade que envolve riscos para as pessoas”, conta Albuquerque, exemplificando uma das possíveis aplicações para a solução em desenvolvimento.

Segundo o executivo, no futuro, drones serão capazes de fazer inspeção automática das usinas, identificando a necessidade de limpeza ou manutenção. Também está em desenvolvimento um sistema de monitoramento automático das plantas, que poderá enviar os drones para inspeção e, caso haja necessidade de limpeza, recrutar automaticamente o robô especializado para fazer o serviço.