Os leilões de energia nova A-3 e A-4, previstos para junho deste ano, devem ter baixa contratação de energia pelas distribuidoras, que já vinham antes da pandemia em uma trajetória de sobrecontratação, disse a secretária-executiva do Ministério de Minas e Energia (MME), Marisete Pereira, ao participar do evento Agenda Setorial, do Canal Energia.
“Mas sobre os leilões estruturais, do tipo A-5 e A-6, estou bastante otimista que tenhamos sim, bastante demanda, que reflita os sinais de crescimento da carga”, disse a secretária.
O MME vai continuar fazendo leilões para atendimento ao mercado regulado, mas a mudança da composição da matriz e a migração forte para o mercado livre reforçam a necessidade de realização do leilão de capacidade, que deve ser realizado entre novembro e dezembro de 2021, segundo Pereira.
“Temos que fazer a harmonização entre o recurso potência e o recurso energia. Nossa preocupação é fazer o leilão fazendo com que todos paguem pela segurança, já que, nos últimos 15 anos, quem pagou pela segurança foi o mercado regulado”, disse.
Segundo Rui Altieri, presidente do conselho da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), as distribuidoras de energia do país continuarão sobrecontratadas, em média, até 2024 e 2025. A previsão considera a manutenção da alocação da energia da hidrelétrica binacional de Itaipu, o que pode não acontecer dependendo das negociações entre os governos brasileiro e paraguaio até 2023.
Ainda assim, o cenário é de sobra de energia, e Altieri destacou a importância da separação de lastro e energia e da realização do leilão de capacidade para garantir a oferta no país.