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Leilão de capacidade contrata 4,6 GW de potência; leilão de energia dá vazio

Leilão de capacidade contrata 4,6 GW de potência; leilão de energia dá vazio

O leilão de reserva de capacidade realizado nesta terça-feira, 21 de dezembro, contratou a disponibilidade de 4,6 GW de potência, ao preço médio de R$ 824.553,00 por MW/ano, deságio de 15,34% em relação ao preço máximo, que era de R$ 974 mil por MW/ano.

Ao todo, os investimentos previstos nos empreendimentos somam R$ 5,98 bilhões, e a receita fixa da potência contratada por ano é de R$ 3,4 bilhões. No total, os projetos contratados têm potência nominal de 5,125 GW.

Foi contratada potência de 17 termelétricas, sendo nove a gás natural, cinco a óleo combustível, duas a óleo diesel e uma a bagaço de cana de açúcar. Seis usinas ficam no Nordeste, quatro no Norte, seis no Sudeste/Centro-Oeste e uma na região Sul.

O certame, primeiro do tipo já realizado no país, durou 1h27. Antes do leilão de reserva de capacidade, foi feita uma disputa para contratação de energia, mas não houve negociação, uma vez que as distribuidoras não declararam necessidade de contratação.

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Foram cadastrados 132 projetos no certame, somando 50.691 MW de potência. Desse total, 9.437 MW referem-se a empreendimentos existentes.

Vendedores

Entre os vendedores, seis termelétricas que saíram vencedoras são projetos existentes e não envolvem investimentos adicionais: William Arjona, da Delta, vendeu 166,3 MW; Geramar I e II, da Equatorial, venderam 162,87 MW cada uma; Parnaíba IV, da Eneva, com 55,14 MW; e Ibirité e Termorio, da Petrobras, com 220,4 MW e 994 MW, respectivamente.

A Eneva também saiu vencedora com a venda de 284,3 MW da termelétrica Azulão. A empresa Global contratou as usinas Global I, Global II, Potiguar e Potiguar III, com, respectivamente, 131,7 MW, 131,5 MW, 47,5 MW e 50,95 MW. A Termopernambuco contratou a disponibilidade de 498,17 MW. 

A termelétrica Viana, da Tevisa, contratou 166,4 MW de potência. A usina de Trombudo, que fica em Santa Catarina, vendeu 24,9 MW. A termelétrica Luiz Oscar Rodrigues de Melo, da Linhares Geração, disponibilizou 190,8 MW de potência. A única usina a bagaço de cana de açúcar, a termelétrica Cidade do Livro, disponibilizou 65,6 MW.

O maior investimento está relacionado à termelétrica Portocém I, no total de R$ 4,22 bilhões. A usina disponibilizou 1,473 GW de potência e conta também com a maior receita fixa, de R$ 1,1 bilhão. Segundo informações do governo do Ceará, a termelétrica terá um total de 2,6 GW quando concluída.

Prévia

De acordo com especialistas ouvidos pela MegaWhat, os projetos a geração a gás natural eram os mais competitivos para o certame.

Análise feita pela MegaWhat Consultoria indicava que, com relação ao produto potência, cujo preço-teto estipulado foi de R$ 974 mil por MW ano, térmicas a gás natural teriam pouca margem para redução de preços (entre 2% e 4%), enquanto as usinas a óleo combustível e diesel, teriam, em tese, uma margem para redução de preços de 13% e 22%, respectivamente.

Com relação aos projetos a carvão, o preço-teto definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não seria suficiente para viabilizar comercialmente novos empreendimentos do tipo. De fato, as usinas a carvão não conseguiram ter sucesso no certame.

Considerando o valor máximo de custo variável unitário (CVU) de R$ 600 por megawatt-hora (MWh), definido pela portaria número 20/2021 do MME, o estudo mostrava que mais da metade das térmicas em operação no país hoje possuem CVU menor que o teto estabelecido, sendo média de R$ 220/MWh para usinas a gás natural de ciclo combinado, R$ 280/MWh para usinas a gás de ciclo aberto e de R$ 120/MWh para usinas a carvão. Nenhuma térmica a óleo em operação no país hoje possui CVU menor que R$ 600/MWh.

(Última atualização às 12h05)