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LRCap soma 70 GW em projetos cadastrados e governo 'não descarta' novo certame

Ministro fala em ‘leilão da transição energética’, dando prazo para conversão de térmicas

Leilão na B3
O leilão de reserva de capacidade tem 70 GW em 327 projetos cadastrados

O leilão de reserva de capacidade, previsto para junho de 2025, tem 70 GW em 327 projetos cadastrados, e o governo não descarta realizar um leilão separado para biocombustíveis dependendo da demanda. Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a demanda do certame será colocada no momento adequado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e, caso haja necessidade, o governo pode avaliar a execução de um segundo leilão, chamado de leilão da transição energética, que contrataria uma possível transformação dos motores das termelétricas.

Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), cerca de 5.517,8 MW em projetos hídricos interessados a participar do certame. Em painel no CEO Conference, evento promovido pelo BTG Pactual, Silveira ressaltou a demonstração de confiança no Brasil dado o número de projetos cadastrados e, sem informar qual a divisão das fontes, destacou que o número final de participantes pode ficar abaixo do indicado nos cadastramentos, dada a lista de condicionantes a serem cumpridas no edital.

“Termina-se, na média de outros leilões, em 40%, 50% disso. Porque precisa ter a garantia de gás, tem que ter uma série de outras exigências para partir para o leilão”, disse.

Questionado sobre a participação de térmicas a biodiesel, o ministro afirmou ser importante, entretanto destacou que o país precisar estar atento ao equilíbrio entre oferta e demanda para não subir os preços.

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“Nós vamos estar abertos o tempo todo para discutir até a elaboração do edital e vamos ver o que nós temos efetivamente e o que é possível transformar de óleo a diesel. A ideia, até a princípio, era fazer um leilão separado. A ideia não está descartada e vai depender da nossa demanda, que vai ser colocada pela EPE. Pode ser que tenha a necessidade, inclusive, de fazer um leilão de transição energética para contratar a possível transformação das térmicas que têm maior ramp-up, se o ONS [Operador Nacional do Sistema Elétrico] apontar por esse caminho. Claro, com um prazo de conversão razoável para térmicas a óleo, a biocombustível ou a etanol, como estão colocando que é possível algumas se transformarem”, disse o ministro.

>> Com conversão de motores, térmicas buscam competitividade no leilão de capacidade.

Críticas para fontes e Congresso

Silveira ainda voltou a citar uma possível reforma do setor elétrico brasileiro e criticou as políticas públicas executadas pelo parlamento no setor elétrico, incluindo uma lei sobre preços de energia.

O ministro ainda reclamou de “ideias” de que a aquisição de energia eólica e solar em leilões seria mais “barata” em relação às térmicas e salientou a necessidade de baterias para atender o sistema elétrico nos horários de pico.

“Há necessidade de quase dobrar o nosso parque térmico até 2034 para segurar o sistema nos horários que precisamos. Temos as hidráulicas, mas ninguém pode negar os efeitos climáticos e, em 2021, nós tivemos a beira do colapso energético, sendo preciso contratar térmicas através do PCS [Procedimento Competitivo Simplificado], inclusive do exterior”, disse Silveira.

Brasil e Argentina

Silveira também abordou o acordo de cooperação firmado para viabilizar a importação, pelo Brasil, do gás natural não-convencional produzido na formação de Vaca Muerta, na Argentina, inclusive via Gasbol e em outras “possíveis rotas.