
A Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace) avalia que as novas propostas de minutas para os leilões de reserva de capacidade na forma de potência (LRCap), que incluíram usinas térmicas movidas a carvão mineral, óleo diesel e óleo combustível, tendem a aumentar o custo da energia tanto para consumidores livres quanto cativos, sem oferecer a flexibilidade que o sistema precisa.
A associação aponta que as características operativas de térmicas a carvão mineral disponíveis para participar do leilão têm prazos de entrada e saída de operação muito longos e, por isso, não atendem a principal necessidade do LRCap, que é a potência flexível. “Além disso, as unidades a carvão têm custo elevado, alto impacto ambiental e baixa eficiência energética”, diz a Anace em nota.
A associação reconhece que as usinas a diesel e óleo combustível teriam condições de agregar flexibilidade, “mas a custos muito significativos para os consumidores”.
“Esse leilão é fundamental, mas, da maneira proposta, vai gerar custos ainda mais elevados para os consumidores sem endereçar a questão da flexibilidade de forma estrutural”, avalia o diretor-presidente da Anace, Carlos Faria. A associação informou que já está preparando sua contribuição para a consulta pública do certame.
Visão de longo prazo
Além de criticar as novidades nas portarias do LRCap, a Anace aponta a necessidade de buscar alternativas de longo prazo, como o maior incentivo à resposta da demanda, hidrelétricas reversíveis e armazenamento de energia nas suas diversas formas.
Na avaliação da associação, os custos destas medidas seriam “significativamente inferiores ao das soluções emergenciais ora indicadas no edital de leilão”.