O próximo leilão de reserva de capacidade, previsto pelo governo para acontecer ainda em 2024, deve ter demanda para 8 GW a 10 GW em projetos, de acordo com o presidente da PSR, Luiz Barroso, que participou de reunião no BTG Pactual na semana passada.
Em relatório sobre o encontro, os analistas do BTG Pactual João Pimentel, Gisele Gushiken e Maria Resende relataram que Barroso sinalizou que a contratação pode ser ainda maior, dependendo das premissas consideradas.
A potência a ser contratada deve ser maior que a necessidade apontada no caderno do Plano Decenal da Expansão (PDE 2034) publicado semana passada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), de 5,5 GW.
“A PSR tem uma visão mais construtiva e vê 5,5 GW como a demanda mínima”, relataram os analistas. Entre os ajustes que elevam a demanda esperada estão fator de carga, perfil da geração hidrelétrica e sua disponibilidade e critérios de resiliência da oferta em horários de pico.
A própria EPE apontou que o número apontado no PDE 2034 não deve ser uma referência para cálculos da demanda, e os analistas do BTG Pactual destacaram que o crescimento significativo da fonte solar fotovoltaica, distribuída ou centralizada, podem levar o governo a ser mais conservador e ampliar a demanda no certame.
A data do leilão, porém, ainda é incerta. Quando o governo lançou a consulta pública sobre o tema, em março, a previsão era que o leilão aconteceria em 31 de agosto, mas o atraso na publicação das regras colocou em xeque sua realização ainda em 2024.
Segundo os analistas do BTG, a PSR avalia que se as regras forem publicadas no início de agosto, o certame poderá ser feito em dezembro, mas o prazo é apertado já que são necessários de três a quatro meses para publicação do edital.
O atraso tende a favorecer as termelétricas existentes se as datas de início dos contratos não forem alteradas. Na abertura da consulta pública, eram previstos contratos de sete anos com entrega em julho de 2027 e de 15 anos a partir de janeiro de 2028. Usinas a óleo combustível tendem a ser mais competitivas, já que demandam menos tempo para serem construídas.
A PSR também acredita que o leilão não vai contemplar baterias, pela falta de regras para enquadrar a tecnologia.