A Folha de S. Paulo informa que a construção das 14 térmicas a gás contratadas no leilão de energia emergencial em outubro de 2021, para garantir o abastecimento neste ano em caso de nova seca, está atrasada. A projeção é que nenhuma delas entre em operação na data inicial prevista, 1º de maio.
Levantamento que detalha o risco de descumprimento do cronograma e pede a aplicação das devidas providências consta de carta enviada, ontem (26/04), pela Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
De acordo com a reportagem, as informações contidas na carta consideram os dados disponibilizados pela própria agência. Uma portaria do Ministério das Minas e Energia permite atraso de até 90 dias nesse tipo de empreendimento. Ou seja, as térmicas teriam de estar ligadas e gerando energia até 1º de agosto. No entanto, a projeção é que metade delas terá dificuldades para cumprir até mesmo esse prazo máximo; quatro delas não têm nem mesmo local definido para a instalação.
Governo defende realização de leilão de termelétricas a gás
Em entrevista ao jornal O Globo, Diogo Mac Cord, secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia, defendeu a realização do leilão de usinas termelétricas movidas a gás natural que foram impostas pelo Congresso Nacional para aprovar a privatização da Eletrobras. Segundo Mac Cord, a inclusão dessas termelétricas traz segurança ao sistema elétrico.
A previsão de contratação de 8 mil megawatts (MW) de novas usinas a gás, que serão construídas nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, foi incluída como emenda parlamentar na medida provisória da privatização da Eletrobras, depois convertida em lei.
Na última segunda-feira (25/04), a reportagem do Globo mostrou que essas usinas vão gerar custo adicional de R$ 52 bilhões ao país até 2036. O dado faz parte do Plano Decenal de Energia (PDE) elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério de Minas e Energia.
Solar lidera oferta em leilão para contratar energia
Durante reunião de diretoria realizada ontem (26/04), a área técnica da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), responsável por qualificar os projetos que irão participar do leilão A-4, em 27 de maio,, já havia cadastrado 1.894 empreendimentos para participar do certame. Os novos projetos somam a potência 75,3 gigawatts (GW) em geração de energia.
Entre os projetos listados, o destaque ficou com a fonte solar, que responde por 1.263 projetos, com 51,8 GW de capacidade de geração. Isso representa 68% da oferta total de potência dos empreendimentos. A fonte eólica alcançou 542 projetos, com potência total de 21,4 GW. A geração hídrica, que inclui as modalidades de central geradora hidrelétrica (CGH), pequena central hidrelétrica (PCH) e usina hidrelétrica (UHE) de até 50 megawatts (MW), registrou 60 projetos, com o total de 970 MW. As térmicas movidas a biomassa contaram com outros 29 projetos com 1.018 MW em capacidade de geração. (Valor Econômico)
Subsídio desperta reação da indústria
O Valor Econômico informa que o setor produtivo reagiu mal à aprovação pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ao orçamento de 2022, da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) de R$ 30,2 bilhões em subsídios que serão pagos pelos consumidores. Esse valor é 54,3% maior que o aprovado no ano passado.
A reportagem explica que a CDE foi criada para custear políticas públicas do setor elétrico, mas vem tirando a competitividade das empresas, que sentem os encargos na conta de luz. O presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), Carlos Faria, lembra que os encargos nos últimos dez anos foram muito acima da inflação. “A indústria vai procurar se desenvolver onde tem o custo competitivo, não à toa que estamos vendo uma diminuição da indústria no produto interno bruto (PIB) total do Brasil”, afirmou.
O que mais pesou no orçamento para a CDE em 2022 foram os R$ 12 bilhões para Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), seguido dos descontos tarifários na distribuição de energia, de R$ 9,3 bilhões, e a tarifa social, que passou de R$ 3,7 bilhões em 2021 para R$ 5,4 bilhões em 2022, devido ao cadastro automático das famílias.
O presidente da Associação dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa, avalia que, além do custo alto, o aumento gera imprevisibilidade. “Os contratos de energia não assustam, o que assusta é o que se paga por fora. A CDE vai a R$ 56 MWh, isso chega a ser metade do preço de projetos de energia eólica e solar que ganharam leilões”, afirmou. Pedrosa ressaltou que o encargo das térmicas emergenciais chegou a R$ 100 MWh ao longo do ano.
Lucro da Iberdrola tem alta de 3% no 1º trimestre
O portal Dinheiro Vivo, de Portugal, informa que o lucro líquido da Iberdrola aumentou 3%, para 1.058 milhões de euros, no primeiro trimestre, na comparação com o crescimento dos negócios internacionais a compensar a quebra de 29% do resultado em Espanha. O anúncio foi feito hoje (27/04) pela elétrica.
“O crescimento dos negócios internacionais compensa o fraco resultado da Iberdrola Espanha, que registou queda de 29% no seu lucro líquido, para 337 milhões de euros, menos de um terço do total do grupo, afetado pelos altos preços de energia que não transferiu para os seus clientes a um preço fixo previamente acordado”, refere a empresa em comunicado. Ainda de acordo com o comunicado da companhia, “80% da energia vendida aos clientes do mercado livre da Iberdrola tem preços entre metade e um terço inferiores aos preços da tarifa regulada”.
Telhas fotovoltaicas para baixa renda entram na mira dos programas de eficiência das distribuidoras
Reportagem da Agência Infra mostra que telhas solares tendem a se tornar uma solução de curto prazo mais acessível à população de baixa renda, como alternativa aos painéis solares tradicionais que nem sempre são adaptáveis a todo tipo de residência. É o que as concessionárias de distribuição de energia estão vislumbrando, inclusive para aplicação em seus programas de eficiência energética voltados para comunidades de baixa renda.
Essa sinalização das distribuidoras foi comunicada diretamente à própria fabricante das telhas solares, a Eternit, que, desde 2019 vem investindo no desenvolvimento do produto, aperfeiçoando sua qualidade e performance, mas já com a homologação de dois modelos aprovada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia e também por várias concessionárias elétricas.
PANORAMA DA MÍDIA
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) avançou 1,73% em abril, após alta de 0,95% em março, informou nesta quarta-feira (27/04) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta é a maior para um mês de abril desde 1995 (1,95%) e a maior variação mensal desde fevereiro de 2003 (2,19%). A gasolina foi a principal influência para a alta do IPCA-15 em abril, com elevação de 7,51% e impacto de 0,48 ponto percentual. (Valor Econômico)