A Folha de S. Paulo traz hoje (25/04) uma reportagem com foco em cenários para o futuro da Eletrobras, caso a privatização da estatal se efetive, com a venda do controle da companhia à iniciativa privada, que seria pulverizado. Resultado do processo de capitalização, em análise no Tribunal de Contas da União (TCU), a mudança marcaria a saída do controle da companhia das mãos da União, hoje responsável pela maioria das indicações para o conselho de administração.
Especialistas ouvidos pela reportagem divergem acerca dos principais efeitos da mudança na estrutura societária da estatal responsável por gerar um terço da energia do país, dona de 56 mil quilômetros de linhas de transmissão, equivalentes a 40% do total existente no sistema elétrico nacional. O consenso entre esses especialistas é que, do ponto de vista da gestão, a empresa certamente ganhará agilidade para poder se tornar mais eficiente, cortando custos, já que estará livre das limitações impostas pela legislação que regula as compras via licitações. Ou das leis trabalhistas com maiores garantias do funcionalismo público.
Para alguns, no entanto, não é possível descartar —tampouco criticar a priori— que ocorra com a Eletrobras privatizada um processo semelhante ao que ocorreu com a Vale, que depois da privatização passou a ser controlada por meio de um acordo de grandes acionistas, com participação da União via fundos de pensão de estatais e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por intermédio da extinta Valepar.
Térmicas incluídas na lei de privatização da Eletrobras terão custo de R$ 52 bilhões, com impacto na conta de luz
O jornal O Globo informa que as novas usinas termelétricas impostas pelo Congresso Nacional como condição para permitir a privatização da Eletrobras vão gerar custo adicional de R$ 52 bilhões ao país. O valor considera apenas a operação delas até 2036. E o gasto extra pode ocorrer mesmo que a empresa não seja vendida neste ano, de acordo com analistas ouvidos pela reportagem.
O dado faz parte de um documento elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério de Minas e Energia, que foi publicado no último dia 6 de abril, e que pela primeira vez mensura o impacto do uso dessas termelétricas, que acabará chegando ao bolso do consumidor. A previsão de contratação de 8 mil megawatts (MW) de novas usinas a gás, que serão construídas nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, foi incluída na medida provisória, depois convertida em lei, que trata da oferta de ações da Eletrobras ao mercado, maneira pela qual a estatal será privatizada.
Explosão em refinaria ilegal de petróleo na Nigéria deixa mais de cem mortos
Mais de cem pessoas morreram numa explosão seguida de incêndio em uma refinaria de petróleo clandestina no sul da Nigéria. A explosão ocorreu na noite de sexta-feira (22/04), em um ponto clandestino entre os estados de Rivers e Imo, informou a polícia local. Testemunhas relatam que a região da explosão ficou repleta de veículos e tambores (usados para transportar o petróleo roubado) carbonizados. (Folha de S. Paulo, com informações de agências de notícias)
PANORAMA DA MÍDIA
Levantamento do Valor Econômico, feito com as 50 companhias com maior valor de mercado da Bolsa de Valores apontou aumento de 179% nos proventos relativos ao exercício de 2021, para R$ 280,7 bilhões, na comparação com 2020. Os dados foram obtidos a partir de documentos entregues à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A reportagem destaca que as principais companhias brasileiras elevaram significativamente o retorno aos acionistas por meio de dividendos e juros sobre capital próprio no ano passado, depois de um 2020 de incertezas e movimentos mais cautelosos. Um cenário mais previsível, ainda que dentro da pandemia, e um momento positivo para as commodities em geral favoreceram a decisão. A depender da conjuntura para as principais exportadoras do país, a expectativa é de outro ano positivo.
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O principal destaque da edição desta segunda-feira (25/04) da Folha de S. Paulo é o resultado da eleição presidencial na França. O presidente Emmanuel Macron foi reeleito ontem, para mais cinco anos de mandato. Pouco depois da meia-noite pelo horário local, com 100% das urnas apuradas, ele tinha 58,55% dos votos, à frente de Marine Le Pen, candidata da extrema direita, com 41,45%.
A manchete do jornal O Estado de S. Paulo, também sobre a reeleição de Macron, diz que a vitória do presidente francês fortalece o Ocidente no conflito contra o mandatário russo, Vladimir Putin, por causa da guerra na Ucrânia. A candidata derrotada, Marine Le Pen, é próxima de Putin e havia prometido em campanha afastar a França da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e rever os laços com a União Europeia.
No jornal O Globo, a eleição presidencial na França divide o espaço da primeira página com o desfile de escolas de samba no Rio de Janeiro.