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Analistas colocam em dúvida privatização da Eletrobras neste governo – Edição da Manhã

Analistas do mercado financeiro já começam a ver com mais desconfiança o processo de privatização da Eletrobras, principalmente por conta das barreiras políticas.

Candidato à presidência do Senado, o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) evitou se comprometer com a pauta. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o senador apontou propostas prioritárias para o Senado a partir de fevereiro, mas fez questão de deixar de fora a privatização da estatal.

“Não será um caminho fácil chegar ao final do ano com a Eletrobras privatizada (como quer o governo)”, afirma Pedro Serra, gerente de Research da Ativa Investimentos. Ele acredita que somente se as etapas necessárias à operação forem gradualmente cumpridas, o mercado voltará a se animar com as ações.

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Julia Monteiro, analista da MyCap, lembra que as declarações do senador Rodrigo Pacheco sinalizam que a operação não será aprovada pelo Congresso no primeiro semestre deste ano. “Entretanto, ainda percebemos a companhia com elevado potencial de valorização, por seus contratos de longo prazo e prestação de serviços essenciais”, avalia.

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Na visão de Enrico Cozzolino, do Daycoval Investimentos, a pauta de privatizações do governo tem ficado cada vez mais de lado. “Na minha opinião, dificilmente o governo vai colocar em primeiro lugar na lista de privatizações uma empresa desta importância e geradora de resultados”.

Convite da ONU para debater transição energética deve ser visto como oportunidade para apresentar ações concretas, dizem especialistas

O convite ao Brasil para integrar um grupo que vai liderar o Diálogo de Alto Nível da ONU sobre Energia, em setembro, é visto com desconfiança por representantes de organizações da sociedade civil. No entanto, deve ser encarado como uma oportunidade para o Brasil apresentar objetivos mais ambiciosos e ações concretas em políticas climáticas, como a implementação de um mercado compulsório de carbono.

A avaliação é de especialistas envolvidos com políticas públicas, que foram entrevistados pelo portal EPBR. “O Brasil foi convidado por sua importância como país, não por causa de governo, no equacionamento de soluções climáticas, tendo em vista sua matriz energética muito limpa, proporcionalmente ao resto do mundo”, afirma Izabella Teixeira, Copresidente do International Resource Panel da ONU. Izabella Teixeira foi ministra do Meio Ambiente durante as negociações iniciais do Acordo de Paris, assinado em 2016.

Os entrevistados pelo portal argumentam que o governo atual, sob a liderança de Bolsonaro e do chanceler Ernesto Araújo, vem desafiando a credibilidade nos fóruns climáticos internacionais, gerando críticas e prejuízos diplomáticos. Para o encontro de setembro, a participação será encabeçada pelo Ministério de Minas e Energia (MME).

A ONU divulgou, na última quinta-feira (21/01), que o Brasil foi convidado a ser um dos 17 estados-membros da organização a liderar o debate sobre transição energética, ao lado de Colômbia, Dinamarca, Alemanha, Índia, Espanha e Reino Unido.

Sistema Cantareira opera com 42,1% de capacidade e deixa estado de atenção, mas ainda preocupa

O Sistema Cantareira deixou o estado de alerta registrado em dezembro, quando operou com 32,7% da capacidade. Ontem (22/01), esse valor era de 42,1%, de acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Um manancial opera em nível de alerta quando o volume registrado é igual ou menor que 40%.

Apesar da melhora, a situação continua preocupante. Isso porque tem chovido menos que as médias históricas. E o sistema vem acumulando déficits sucessivos nos últimos anos.

“Esta é uma situação que atinge reservatórios de grandes hidrelétrica na região central do Brasil e que dependem das chuvas que vêm da Amazônia. Como o desmatamento está reduzindo essas chuvas, os reservatórios acabam ficando abaixo da média histórica”, afirma Pedro Luiz Côrtes, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo (USP).

O baixo nível de água no Cantareira pode indicar problemas de abastecimento de água em 2021, caso não haja a população não reduza o consumo e não ocorram chuvas em quantidade suficiente.

O Cantareira abastece, por dia, cerca de 7,5 milhões de pessoas , ou 46% da população da Região Metropolitana de São Paulo, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), órgão que regulamenta o setor. O sistema é formado por seis represas: Águas Claras, Atibainha, Cachoeira, Jacareí, Jaguari e Paiva Castro. (portal G1)

PANORAMA DA MÍDIA

A Folha de S. Paulo informa que, em meio ao agravamento da crise de gestão da pandemia da covid-19, a reprovação ao governo do presidente Jair Bolsonaro inverteu a curva recente e voltou a superar sua aprovação.

Segundo o Instituto Datafolha, o presidente é avaliado como ruim ou péssimo por 40% da população, ante 32% que assim o consideravam na rodada anterior da pesquisa, no começo de dezembro.

Já quem avalia o presidente como ótimo ou bom passou de 37% para 31% no novo levantamento, feito nos dias 20 e 21 de janeiro. É a maior queda nominal de aprovação desde o começo de seu governo, informa o jornal. O instituto ouviu, por telefone, 2.030 pessoas em todo o Brasil.

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O resultado da pesquisa Datafolha é, também, o principal destaque da edição deste sábado (23/01) do jornal O Globo. De acordo com a reportagem, apesar do aumento na rejeição a Bolsonaro, 53% dos entrevistados disseram que a Câmara dos Deputados não deveria abrir um processo de impeachment por crime de responsabilidade contra o presidente.

Em dezembro passado, esse número era de 50%. Os defensores do impeachment, que eram 46% em dezembro, agora são 42%. Outros 4% dos entrevistados não responderam à pergunta ou disseram que não sabem. Entre os que se opõem ao impeachment do presidente a maioria mora no Centro-Oeste (60%) e no Sul (58%), é formada por homens (62%), com idade entre 35 e 44 anos (59%) e evangélico (64%).

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São Paulo revoga a presença obrigatória de alunos em escolas, diz a manchete do jornal O Estado de S. Paulo. O início do ano letivo foi adiado para 8 de fevereiro. Com a piora dos indicadores da covid-19 no estado, o governo de São Paulo ampliou a oferta de leitos e irá reativar o hospital de campanha de Heliópolis, na zona leste da cidade, desativado em setembro de 2020.

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