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Aneel derruba liminar e confirma térmicas que custarão R$ 39 bilhões, de 2022 a 2025 – Edição da Manhã

Em meio a uma disputa judicial e sob críticas do mercado, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) homologou, em reunião extraordinária realizada sábado (06/11), os resultados do leilão para contratação de térmicas emergenciais para os próximos cinco anos, informa o Valor Econômico. O leilão contratou 775,8 megawatts (MW) médios para entrega de 2022 a 2025, com custo total de R$ 39 bilhões durante a vigência dos contratos. O governo justifica que essa energia será necessária para recuperar os reservatórios das hidrelétricas para níveis mais seguros.

A Aneel discutiria o tema na sexta-feira (05/11), mas o juiz federal substituto Diego Amorim Vitório concedeu liminar para suspender a homologação do leilão, em ação civil pública que questiona o modelo de contratação e os impactos para o consumidor. As autoras da ação, Érica Conceição Passos e Gerenilza Passos, alegam irregularidades e vícios nas regras da concorrência, ao garantir a compra da energia mesmo em momentos em que o sistema não precise.

A reportagem destaca que o leilão foi aprovado em setembro pela Câmara de Regras Operacionais de Gestão da Crise Hidroenergética (Creg), grupo liderado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) responsável pela estratégia para enfrentar a crise hídrica. O objetivo era garantir o abastecimento em 2022 em caso de novo verão com chuvas abaixo da média e ajudar a recuperar os reservatórios para níveis mais confiáveis nos anos seguintes, reduzindo o risco de nova crise hídrica. O governo argumenta que os contratos de longo prazo, pelo contrário, economizam dinheiro do contribuinte, já que as térmicas do leilão são mais baratas do que usinas emergenciais que estão sendo acionadas neste momento.

O processo, porém, começou a ser questionado também pela indústria. Em podcast divulgado n sexta-feira, o presidente da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace), Paulo Pedrosa, disse que o custo dessas térmicas pode ser ainda maior, caso os combustíveis continuem em alta. “Por três anos, esses 800 MW vão custar aos consumidores brasileiros mais de R$ 40 bilhões. Esses mesmos R$ 40 bilhões poderiam ser usados para construir 5 mil megawatts de eólica que iam entregar uma energia quase de graça por 30 anos”, diz ele.

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Brasil e Paraguai criam Comissão Binacional de Contas de Itaipu

Os Ministérios das Relações Exteriores do Brasil e do Paraguai assinaram na sexta-feira (05/11), um acordo de notas reversais para constituir a Comissão Binacional de Contas de Itaipu, informa o Canal Energia. O documento foi assinado em Brasília (DF) pelos chanceleres do Brasil, Carlos França, e do Paraguai, Euclides Acevedo.

As tratativas para a criação da comissão haviam começado em 2015, por iniciativa do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Em 2017, houve a primeira reunião para debater o tema e o assunto foi retomado em agosto de 2019, na gestão do general Joaquim Silva e Luna, hoje presidente da Petrobras.

Casa dos Ventos mira energia sob medida para grandes clientes

O Valor Econômico traz, na edição desta segunda-feira (06/11), reportagem sobre a Casa dos Ventos – uma das primeiras empresas a apostar na energia eólica no país. A empresa se consolidou como uma importante desenvolvedora de projetos e geradora dessa fonte. Agora, o plano é ir além do fornecimento de energia, ressalta a reportagem.

Dentro do negócio, a empresa vislumbrou – e passou a trabalhar – em soluções customizadas para grandes consumidores de energia. Caso de indústrias que buscam descarbonizar suas operações e mais eficiência. Essa “alfaiataria”, uma forma de se diferenciar no mercado, corre em paralelo aos planos de expansão do portfólio de geração, que já conta com cerca de 1,5 gigawatt (GW) de projetos viáveis até 2026, que devem exigir R$ 10 bilhões em investimentos.

“Temos uma vertente de crescimento muito forte de geração renovável e comercialização, mas também estamos olhando setores correlatos. O hidrogênio verde é uma das possibilidades mais promissoras. No fim do dia, não queremos ser apenas fornecedores de energia, que é algo mais convencional. Temos uma capacidade de customização de projetos muito grande”, afirma o diretor de Novos Negócios da Casa dos Ventos, Lucas Araripe.

GreenYellow compra 90% das usinas solares da japonesa FazSol

A GreenYellow, do grupo francês Casino, concluiu a compra de 90% em cinco usinas solares de geração distribuída da FazSol, empresa fundada pela japonesa Shizen Energy e pela Espaço Y, holding brasileira que atua no segmento de construção civil, informa o Valor Econômico.

As usinas de geração fotovoltaica estão localizadas na região de Brasília (DF) e têm capacidade de 4,4 megawatts no pico (MWp). O valor do negócio não foi divulgado. Os projetos estão em operação desde 2020 e, ao todo, contam com 11 mil painéis solares instalados. As unidades fornecem energia para clientes dos segmentos de aeroportos, condomínios corporativos e redes varejistas por meio da modalidade de geração distribuída, que permite que o consumidor escolha a fonte da energia comprada.

PANORAMA DA MÍDIA

A escalada da inflação e dos juros já vem mostrando reflexos na temporada de balanços do terceiro trimestre e nas estimativas para os últimos três meses deste ano. O repasse do aumento nos custos da cadeia de produção está provocando uma retração do consumo da população, especialmente entre as camadas de menor renda, com impacto direto nas receitas das companhias de vários setores, segundo executivos. O aumento dos custos de matéria-prima pressionou as margens de lucro no período de julho a setembro de parte das empresas que publicaram suas demonstrações financeiras – cerca de 30. (Valor Econômico)

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Depois da alta do combustível, da conta de luz e dos alimentos, em 2022, o orçamento dos brasileiros e a inflação serão pressionados pelo reajuste do transporte público. As empresas do setor acumulam déficit de R$ 17 bilhões durante a pandemia e atribuem parte desse resultado ao aumento do diesel. (O Globo)

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A precarização do trabalho por conta própria, o popular “bico”, avança a passos largos, como reflexo do desemprego elevado e do fraco desempenho da economia. Entre o segundo trimestre de 2019 e o segundo deste ano, aumentou em mais de 2 milhões o número de brasileiros, sem carteira assinada ou qualquer vínculo formal, com remuneração máxima de um salário mínimo por mês (R$ 1,1 mil). No segundo trimestre de 2019, esse contingente representava 48,2% dos trabalhadores que atuavam por conta própria. Hoje, já é mais da metade (55,6%). (O Estado de S. Paulo)

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O governo Jair Bolsonaro passou a recusar recursos arrecadados em decorrência de infrações trabalhistas, usados diretamente para equipar grupos de fiscalização do próprio governo, e determinou que esses valores e bens sejam destinados ao FDD (Fundo de Defesa dos Direitos Difusos) ou ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). A mudança no uso de recursos e bens —como caminhonetes destinadas à atuação de auditores-fiscais do trabalho— esvazia a fiscalização trabalhista, em razão da forte dependência de gerências e superintendências regionais a bens, serviços e obras previstos nos TACs (termos de ajustamento de conduta) assinados pelo MPT (Ministério Público do Trabalho). (Folha de S. Paulo)

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