O jornal O Estado de S. Paulo traz hoje (07/09) uma reportagem sobre a usina nuclear de Angra 3, projeto que está parado há mais de 30 anos e que concentra hoje boa parte das atenções do Ministério de Minas e Energia (MME), que tem a intenção de retomar a obra.
De acordo com a reportagem, no mês passado, uma auditoria da PwC analisou as contas da Eletronuclear, estatal da Eletrobras, que é dona da usina. A empresa contratada alertou que a situação crítica da obra tem drenado praticamente todos os recursos da Eletronuclear.
A situação chegou a tal ponto que, hoje, a estatal está impedida de conseguir novos empréstimos porque não tem mais nada para apresentar como garantia. “Todos os seus ativos já estão comprometidos nos créditos existentes”, afirmam os auditores. O relatório indica “a existência de incerteza relevante que pode levantar dúvida significativa sobre a continuidade operacional da companhia”.
O jornal informa que Angra 3 arrasta uma dívida de R$ 9 bilhões em financiamentos com bancos públicos e depende de mais R$ 15 bilhões para que possa, finalmente, ser concluída. A auditoria da PwC conclui que é preciso a entrada de um sócio privado para a retomada do projeto, além de definições políticas que envolvem o processo de privatização da Eletrobras.
O plano de retomada da usina está em análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A Eletrobras já definiu que vai injetar mais R$ 3,5 bilhões na obra, por entender que novo aporte é preciso para atrair parceiros e destravar o empreendimento.
Sem operar, usina consome US$ 10 milhões
Em uma segunda matéria sobre a usina nuclear de Angra 3, o jornal O Estado de S. Paulo informa que a Eletronuclear gasta pelo menos US$ 10 milhões para manter, em plenas condições de uso, os equipamentos já adquiridos, além das estruturas da planta já executadas.
Isso significa, segundo a reportagem, US$ 360 milhões já despejados no projeto durante os seus 36 anos de paralisação. Em valores atualizados para a nossa moeda, é mais de R$ 1,9 bilhão usado para manter uma estrutura paralisada.
Investir em energia nuclear é tendência seguida em 19 países
Ao investir em uma nova planta de energia alimentada por urânio enriquecido, material radioativo que requer um protocolo extremamente rígido de segurança, o Brasil segue o caminho de 19 países que, neste momento, têm projetos de reatores nucleares em construção.
Com essa informação, o jornal O Estado de S. Paulo completa a série de reportagens que publicou hoje (07/09) sobre a usina nuclear de Angra 3. O jornal destaca que há, atualmente, 53 projetos de usinas em andamento em todo o mundo, sendo que 33 delas são erguidas no continente asiático. A China, com dez plantas em construção, e a Índia, com outras sete usinas, lideram o ranking, motivadas pela redução da dependência da energia gerada a carvão mineral, uma fonte mais poluente e cara.
A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) informa que a geração de energia baseada em reatores nucleares representa 10% da capacidade global de eletricidade, só atrás da energia hidrelétrica, com participação de 16% da matriz.
Brasil tem potencial no hidrogênio verde
O Brasil tem vocação para produzir hidrogênio verde e pode se tornar, no longo prazo, exportador do combustível que entrou na pauta das principais empresas globais, informa o jornal O Estado de S. Paulo. A tecnologia tem sido considerada uma via eficiente para ajudar a descarbonizar principalmente o setor de transporte, responsável por um terço das emissões de gases de efeito estufa (GEE) no mundo.
De acordo com a reportagem, a indústria também começa a despertar para o novo combustível, que promete deixar a produção mais sustentável. Ainda sem uso comercial para produção de energia, o hidrogênio é utilizado pela indústria química há mais de um século, produzindo fertilizantes e metanol, entre outros, mas a partir de combustível fóssil, sendo a forma mais barata através do gás natural.
A partir do crescimento das fontes renováveis de energia foi possível obter o chamado hidrogênio verde, produzido com a energia de hidrelétricas, solar, eólica ou biomassa a partir de eletrólise (carga de energia para separação do hidrogênio).
A fonte ganhou ainda mais impulso após o anúncio da meta da União Europeia de se tornar neutra em emissão de carbono em 2050, o que será obtido por meio de subsídios e investimentos em novas tecnologias, que podem chegar a beneficiar o Brasil se o país conseguir avançar na produção do hidrogênio verde.
Só dono de carro mais caro sentirá diferença com a nova gasolina
A Folha de S. Paulo informa que a nova especificação da gasolina comum disponível no país reduz o consumo dos carros, mas apenas donos de modelos mais sofisticados devem perceber alguma diferença no uso urbano. A conclusão é baseada em testes feitos pela reportagem do jornal em parceria com o Instituto Mauá de Tecnologia.
Três modelos 2020 passaram pela avaliação: o popular Fiat Uno 1.0 Fire Attractive (R$ 45.890),o sedã médio Toyota Corolla XEI (R$ 121.690) e o cupê esportivo Flonda Civic SI (R$ 179.990). Os carros foram cedidos pelas montadoras. O Fiat Uno registrou médias urbanas de 13 km/l com a nova gasolina e de 12,9 km/l com a antiga. A melhora de apenas 0,77% é considerada empate técnico pelo Instituto Mauá de Tecnologia.
O consumo urbano foi o principal ponto considerado, por ser a condição mais comum no aso cotidiano do veículo e o que mais impacta na qualidade do ar nas cidades.
PANORAMA DA MÍDIA
A operação Lava Jato prevê derrotas e anulação de delações no Supremo Tribunal Federal (STF). Esse é o principal destaque da edição de hoje (07/09) da Folha de S. Paulo. Entre os motivos, segundo o jornal, estão a autorização para delatados questionarem colaborações premiadas e uma possível mudança na composição da segunda turma do STF.
A avaliação no tribunal e no Ministério Público Federal é que a troca de comando na corte, apesar de o ministro Luiz Fux ser um defensor do trabalho dos investigadores, deve trazer danos a julgamentos relativos à operação.
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O jornal O Estado de S. Paulo informa que um projeto aprovado pelo Congresso Nacional pode anular dívidas tributárias de igrejas acumuladas após fiscalizações e multas aplicadas pela Receita Federal. Segundo a reportagem, o valor do “perdão” seria de quase R$ 1 bilhão.
O texto aguarda a sanção ou veto do presidente Jair Bolsonaro, que tem na bancada evangélica um importante pilar de sustentação política de seu governo. Ele tem até 11 de setembro para decidir se mantém ou não a benesse aos templos religiosos.
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A volta às salas de aula encontrará resistência no Brasil. Pesquisa do Ibope encomendada pelo jornal O Globo mostra que para 72% dos entrevistados os alunos só devem retornar presencialmente às escolas depois que uma vacina para o novo coronavírus estiver disponível. O levantamento foi realizado entre os dias 21 e 31 de agosto, pela internet, com 2.626 brasileiros com mais de 18 anos e das classes A, B e C.