A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realiza, amanhã (04/12), um novo leilão pelo modelo de oferta permanente – modalidade que funciona como uma espécie de oferta “on demand” de áreas de óleo e gás, informa o Valor Econômico.
Esta será a primeira licitação da ANP desde a eclosão da pandemia de covid-19 e a única rodada marcada para 2020, no Brasil, em meio ao choque de preços do petróleo que levou empresas a cortarem investimentos e o governo brasileiro a adiar o calendário de leilões.
Atualmente, os ativos disponíveis para leilões da oferta permanente incluem 708 blocos exploratórios, dos quais 327 vão, de fato, a leilão amanhã, além de dois campos inativos (Juruá/AM e Miranga Leste/BA), em dez bacias terrestres (Amazonas, Paraná, Potiguar, Recôncavo, Sergipe-Alagoas, Solimões e Tucano) e marítimas (Campos e Santos). No Espírito Santo, haverá opções tanto offshore quanto onshore.
Conforme explica a reportagem, a chamada para o leilão não quer dizer que todos esses ativos sejam cobiçados, já que a ANP leiloa não apenas aqueles blocos pelos quais houve interesse, mas todas as áreas que estão dentro da mesma região de um bloco desejado. Ao todo, 63 empresas estão inscritas – o que também não significa que todas elas participarão ativamente, já que elas se inscrevem não para uma sessão específica, mas para um cadastro permanente.
ONG alerta para leilão de óleo em florestas
Um relatório técnico contratado pela organização internacional 350.org aponta que os blocos de petróleo e gás incluídos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em seu leilão permanente fazem fronteira com 47 terras indígenas, localizadas na região amazônica.
Segundo o estudo, divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo na edição desta quinta-feira (03/12), os blocos também estão próximos a 22 unidades de conservação, florestas protegidas por lei para fins de preservação ambiental, que serão “potencialmente afetadas” por projetos na região. Dezenove delas são de gestão federal e outras três, de responsabilidade de estados da região.
Amanhã (04/12), a ANP deve realizar uma sessão pública para apresentação das ofertas de empresas para exploração de cada bloco incluído no leilão (detalhes do leilão no resumo anterior).
Ibama vai mudar vazão de água em Belo Monte para tentar reduzir impactos na região
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo informa que a hidrelétrica de Belo Monte (PA) deverá liberar um volume maior da água retida em seu reservatório, por decisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), responsável pelo licenciamento ambiental de Belo Monte.
A medida pretende atenuar as condições de vida de um trecho de 130 quilômetros de extensão do rio, conhecido como a Volta Grande do Xingu. A reportagem explica que, em novembro de 2015, a Norte Energia, concessionária que opera Belo Monte, fechou a barragem principal da usina, desviando uma média de até 80% da água para um canal artificial de mais de 20 quilômetros, onde foram instaladas as turbinas da hidrelétrica.
Em consequência do desvio, um trecho de 130 km, que em condições normais convivia com o regime natural de seca e cheia, passou a ser submetido a um regime reduzido e constante de água, o que tem acabado com dezenas de espécies de peixes, tartarugas e frutos, além de comprometer a subsistência das famílias espalhadas em 25 vilas ao longo do trajeto do rio.
O controle sobre a quantidade de água que passa ou não pela barragem é feito pela Norte Energia, por meio de “hidrograma de consenso” que prevê os volumes que devem ser liberados. Esse documento técnico foi elaborado pela própria empresa, quando do licenciamento do projeto, em 2009.
À época, conforme destaca a reportagem, relatórios do Ibama já chamavam a atenção para o fato de que os volumes previstos no hidrograma trariam riscos à região. Os pareceres, porém, foram ignorados e o empreendimento recebeu autorização para ser construído.
Shell elevará investimento em novas energias no país
A Shell Brasil vai direcionar de 30% a 35% do seu orçamento anual de pesquisa e desenvolvimento (P&D) para novas energias a partir de 2021. Até então, cerca de 10% do valor anual investido em P&D pela empresa era voltado para segmentos fora do setor de petróleo e gás.
A meta foi divulgada ontem (02/12) pelo presidente da companhia no país, André Araújo, durante evento paralelo à conferência Rio Oil&Gas ontem. “A Shell vai vender mais produtos com menos intensidade de carbono, como energias renováveis, biocombustíveis e, espero, hidrogênio em algum momento no futuro. A economia de baixo carbono tem oportunidades reais de negócios, geração de emprego e renda. Se o Brasil fizer seu dever de casa, vai sair na frente de todo mundo”, disse o executivo. (Valor Econômico)
Mais consumidores livres de energia investem em autogeração solar, em 2020
Em entrevista ao Portal Solar, a diretora de Gestão de Geradores e Geração Distribuída da comercializadora Comerc Energia, Josiane Palomino, disse que houve uma expansão da atuação dos consumidores livres de energia em 2020. “Vemos uma progressão da migração de consumidores (do mercado regulado) para o mercado livre. Também vemos pessoas que estão no ambiente de contratação livre (ACL) tomar a decisão de investir em autoconsumo” (geração distribuída).
Josiane disse, ainda, que o avanço da energia solar atingiu não apenas o mercado de geração distribuída (GD), como o de geração centralizada.
PANORAMA DA MÍDIA
O jornal O Estado de S. Paulo informa que, com o novo aumento de casos de covid-19, hospitais privados de São Paulo estão aumentando o número de leitos e reduzindo cirurgias não urgentes. Unidades do Rio de Janeiro e da região Sul do país já enfrentam um pico de infecções tão severo quanto o do primeiro semestre.
Em São Paulo, nove hospitais consultados pela reportagem tiveram aumento expressivo de internações no último mês e se viram obrigados a ampliar as alas dedicadas à covid. No Albert Einstein, por exemplo, o total de internados com covid, que há um mês era estável em 55, chegou ontem (02/12) a 106. A instituição reduziu o número de cirurgias eletivas agendadas e vem transformando leitos comuns em UTIs.
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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), um mais importantes centros de pesquisa em saúde pública do país, declarou, numa nota técnica, obtida pelo jornal O Globo, que a rede SUS da capital do Rio de Janeiro está com seu sistema de saúde pública em colapso.
Com a menor oferta de leitos e uma demanda reprimida de pacientes que ficaram em segundo plano no início da pandemia, muitas pessoas infectadas pelo novo coronavírus ou que lutam com doenças crônicas ficaram sem atendimento médico ou UTIs. O resultado é que já estão morrendo dentro de casa, destaca a reportagem. “Já vemos o colapso no sistema. E nem todos (os óbitos) foram por covid-19, mas indiretamente de pessoas que ficaram sem assistência”, comenta o sanitarista Christovam Barcellos, membro do Monitora Covid-19 e pesquisador da Fiocruz.
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A Folha de S. Paulo informa que o Reino Unido concedeu ontem (02/12) o primeiro registro do mundo para o uso de uma vacina contra a doença, seguindo os protocolos usuais, após a conclusão da terceira fase de testes em humanos, do imunizante da farmacêutica americana Pfizer e da empresa de biotecnologia alemã BioNTech.
China e Rússia já haviam aprovado o uso de vacinas produzidas naqueles países, mas os produtos ainda estavam com os testes clínicos em andamento quando foram registrados, o que gerou desconfiança na comunidade cientifica internacional. As primeiras doses da vacina devem chegar ao Reino Unido nos próximos dias, de acordo com a Pfizer. O país fez uma compra adiantada de 40 milhões de doses, o suficiente para imunizar 20 milhões de pessoas, já que a imunização acontece com duas doses.
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O principal destaque da edição de hoje (03/12) do Valor Econômico é a decisão anunciada ontem pelo do governo mexicano, de cortar o fornecimento de gás natural e etano para a Braskem Idesa, provocando a paralisação das operações da petroquímica brasileira naquele país. Controlada pelo grupo Odebrecht, a companhia recorrerá à Justiça para tentar reverter a decisão tomada pelo governo do presidente Andrés Manuel López Obrado. Conforme ressalta a reportagem, a filial mexicana é um negócio estratégico para a Braskem, porque tem forte presença no mercado local e atende à demanda americana, onde produtos mexicanos entram sem tarifa de importação. Além disso, tem potencial de crescimento.