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Após falta de gás russo, Europa não quer depender da China para energia solar – Edição da Manhã

À medida que a Europa deixa de depender do gás natural da Rússia, a região agora quer tornar a energia solar sua principal fonte de eletricidade até 2030. Um desafio será conseguir isso sem acabar ficando dependente da China nessa área. As empresas chinesas controlam hoje 80% da cadeia de suprimento mundial do setor de energia solar, dominando a produção dos painéis solares e de seus componentes.

Acabar com essa dependência quase total da China, um rival geopolítico, tornou-se premente para a União Europeia em sua jornada para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa e preencher o vácuo resultante de seu abandono dos combustíveis fósseis russos, na esteira da guerra de Moscou contra a Ucrânia. Os países da UE vêm instalando mais painéis solares do que nunca, a maioria produzidos na China.

“Precisamos evitar entrar numa nova forma de dependência”, disse o ministro das Finanças da Itália, Giancarlo Giorgetti, referindo-se à China. “O que está faltando, e do que precisamos, é uma maior produção em setores-chave para nosso futuro.” Os líderes da UE se reúnem em Bruxelas nesta semana para acertar um plano de subsídio aos produtores de painéis solares e a outras empresas “verdes”, em um momento de escalada dos subsídios dos EUA, China e Índia, entre outros países, a esses setores. A reportagem é de autoria da agência Dow Jones Newswires e foi publicada pelo site do Valor Econômico.

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Crise de energia persistente leva África do Sul a decretar estado de desastre

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O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, declarou estado de desastre para tentar melhorar a capacidade do governo de acelerar sua resposta a uma das piores crises energéticas da história do país. Ele anunciou que nomeará um ministro especialmente para se concentrar em aumentar a capacidade de geração elétrica.

“Estamos diante de uma escassez de eletricidade debilitante que tem causado imensos danos à nossa economia e à vida de nosso povo”, disse Ramaphosa na quinta-feira (9/2) em seu discurso sobre o estado da nação, na Cidade do Cabo. “Circunstâncias extraordinárias exigem medidas extraordinárias.”

A escassez de eletricidade afeta o país desde 2008, mas atingiu níveis sem precedentes nos últimos anos. O país sofreu apagões contínuos em todos os dias de 2023. No mês passado, o banco central do país cortou sua previsão de crescimento econômico para 2023 de 1,1% para 0,3% e vê os apagões reduzindo em dois pontos percentuais o crescimento da produção nos próximos anos. (Valor Econômico – com informações da agência Bloomberg)

Furto de energia em áreas violentas afeta caixa de distribuidoras do Rio

Reportagem do jornal O Globo mostra que o furto de energia elétrica no Rio de Janeiro está corroendo as finanças das concessionárias que atuam no setor, Light e Enel. De acordo com a reportagem, o problema cresce principalmente em razão das falhas nas políticas de segurança pública para impedir o domínio de áreas urbanas pelo crime organizado, o que costuma vir acompanhado da cobrança de taxas por serviços ilegais e de obstáculos ao trabalho de concessionárias.

Entre 2017 e 2021, as perdas de energia das distribuidoras com “gatos” em residências e pequenos comércios subiram de 13,9% para 14,8% no país. O problema é mais agudo no Rio. Na Light, o salto foi de 37,2% para 54% no período, ficando atrás apenas de duas empresas da Região Norte. Na Enel Distribuição Rio, foi de 24,8% para 31,4%, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

As concessionárias sustentam que metade dessas perdas vem de áreas onde estão impedidas de entrar pela criminalidade. Furtar energia é crime passível de prisão, mas está cada vez mais disseminado no cotidiano de áreas marcadas pela ausência do estado.

PANORAMA DA MÍDIA

O jornal O Globo traz, na edição deste domingo (12/2), uma entrevista com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a respeito da polêmica da última semana em torno da Selic (taxa de juros) e da autonomia do Banco Central. Pacheco afirmou que não há ambiente para avançar uma proposta de rever a autonomia do Banco Central, alvo de ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O parlamentar também criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que o Brasil “virou um celeiro de desinformação”.

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O jornal O Estado de S. Paulo informa que quase três anos após o início da pandemia da covid-19, magistrados e servidores do Poder Judiciário resistem à volta das atividades presenciais, enquanto há varas e tribunais esvaziados pelo país. Advogados não encontram juízes e denunciam processos paralisados, além de longa espera por uma audiência. De acordo com a reportagem, associações e sindicatos se insurgiram contra uma ordem de retorno aos postos de trabalho imposta pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Servidores reclamam de prejuízos à “rotina” e ao “ambiente familiar” daqueles que moram fora das comarcas e usam como argumento, inclusive, a “vida organizada no exterior”.

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A bancada do PT na Câmara dos Deputados articula apresentar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que propõe alterações no artigo 142 da Constituição, com o objetivo de barrar militares da ativa de ocupar cargos civis em governos, limitar Operações de Garantia da Lei e da Ordem (as chamadas GLOs) e encerrar as leituras golpistas distorcidas que são feitas do texto. A informação é o principal destaque da edição de hoje (12/2) da Folha de S. Paulo.