O Ministério de Minas e Energia (MME) afirmou ontem (18/11) que o fornecimento de energia elétrica aos 14 municípios do Amapá que sofreram um segundo apagão total na noite de terça-feira (17/11), foi restabelecido ainda durante a madrugada ao nível de 80% da capacidade do sistema, mesmo patamar de antes do novo apagão. Nesse novo apagão, apenas unidades de saúde e prédios públicos não ficaram sem luz elétrica.
Com o restabelecimento, os moradores de Macapá e mais 13 municípios do Amapá voltaram a ter energia de forma racionada, por meio de um sistema de rodízio de três a quatro horas entre os bairros. As informações foram publicadas pela Folha de S. Paulo.
Governo estuda mudanças no planejamento energético após apagões no Amapá
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse ao jornal O Globo que o governo estuda mudanças no planejamento energético de estados que estão na chamada ponta do sistema elétrico para evitar novas situações como a que ocorre no Amapá.
Esses estados, como o Acre, estão no fim das linhas de transmissão que compõem o Sistema Interligado Nacional (SIN), sem haver alternativas no caso de falhas em alguma subestação.
Aneel e ONS não tomaram medidas para evitar apagão, dizem analistas
A Folha de S. Paulo traz hoje (19/11) uma reportagem na qual analisa a crise energética no Pará, a partir de entrevistas com especialistas do setor. Para eles, a crise provocada por dois apagões em 15 dias expõe falhas no planejamento e na fiscalização do setor, atribuições do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Anee).
A reportagem ressalta que desde janeiro, o sistema de transmissão que atende o estado opera de maneira precária, sem um dos três transformadores da subestação que leva energia para Macapá. Cientes da falta do equipamento, as autoridades do setor não tomaram medidas para reduzir os riscos.
“A origem do problema é uma cultura de correr um pouco a mais de risco do que o necessário. E quem paga a curto prazo é o cidadão que está todos esses dias sem luz”, diz o advogado especialista em concessões Massami Uyeda, sócio da Arap Nishi e Uyeda Advogados. A substituição foi determinada apenas depois do apagão, já com o estado enfrentando os transtornos da falta de energia.
A Aneel disse que a fiscalização tem por base o monitoramento de indicadores de qualidade e que, até o apagão, não havia registro de desligamento na instalação. Já o ONS disse à Folha, na semana passada, que a indisponibilidade de equipamentos precisa ser informada ao operador, que repassa as informações à Aneel.
Consumo de energia sobe 2% no 3º trimestre, primeira alta anual em 2020
O consumo nacional de energia elétrica teve alta próxima de 2% entre julho e setembro, na comparação com igual período do ano passado, apontam dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Este foi o primeiro trimestre de 2020 a registrar crescimento do consumo na comparação anual.
De acordo com a CCEE, a retomada foi observada em quase todos os ramos de atividade que compram energia no mercado livre, com destaque para saneamento (+32%), comércio (+19,9%) e bebidas (+14,8%). Por outro lado, o consumo mostrou queda nos segmentos de veículos (-8,7%), transportes (-7,9%) e extração de minerais metálicos (-0,7%). As informações foram publicadas pelo Valor Econômico.
Grupos Cosan e Ultra vão disputar as refinarias da Petrobras no Sul
O Valor Econômico informa que os grupos Raízen (da Cosan) e Ultra, dono dos postos Ipiranga, estão em disputa pelas refinarias colocadas à venda no Sul do país pela Petrobras. A estatal deverá receber as propostas vinculantes pelas unidades Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul, no dia 10 de dezembro.
De acordo com a reportagem, a Repar é considerada a mais atraente pelas duas rivais. Com localização geográfica mais estratégica, a Repar está próxima a São Paulo, maior mercado consumidor de combustíveis do país, e do Porto de Paranaguá (PR), o que torna a unidade mais concorrida pelas rivais.
Embora seja menos competitiva que a refinaria do Paraná, a Refap está baseada em um mercado importante para as duas donas de distribuidoras de combustíveis. A Petrobrás deve receber propostas pelos ativos no dia 10 de dezembro e começará o processo com o melhor ofertante A chinesa Sinopec e a indiana Essar também avaliam fazer ofertas pelas duas unidades. O valor da proposta pela Refap e Repar pode ficar em cerca de US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões, respectivamente.
PANORAMA DA MÍDIA
Ainda não é possível determinar se o Brasil enfrenta uma segunda onda da covid-19, dizem especialistas. Os números da doença no país, porém, voltaram a subir de maneira preocupante, e setores que acabaram de reabrir já estão sob ameaça de novo fechamento, informa o jornal O Globo.
Um levantamento aponta que o Rio de Janeiro foi a cidade que mais registrou mortes por Covid-19 nas duas semanas que antecederam o dia 17 de novembro. Foram 505 mortes no período, contra 404 óbitos ocorridos na capital paulista, que sempre apresentou os piores índices da doença e aparece em segundo lugar. Nos mesmos dias, mais 15.476 pessoas foram infectadas em São Paulo, contra 8.045 doentes no Rio de Janeiro.
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O principal destaque da edição de hoje (19/11) da Folha de S. Paulo é o anúncio feito ontem pela farmacêutica norte-americana Pfizer de que a sua vacina contra a covid-19, elaborada em parceria com a empresa alemã BioNTech, é segura e tem 95% de eficácia. Os resultados são da terceira e última fase de testes do imunizante, concluídos nesta semana.
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O Valor Econômico informa que a Pfizer Brasil confirmou ontem (18/11) que fez uma proposta ao Ministério da Saúde para a vacinação de “milhões” de brasileiros contra a covid-19 no primeiro semestre do próximo ano. Segundo o comunicado da companhia, a sugestão da farmacêutica segue os moldes do que fez em outros países da América Latina.
Segundo a farmacêutica, foi desenvolvida até uma embalagem especial com temperatura controlada, fácil de transportar e manipular, que utiliza gelo seco para manter a condição de armazenamento recomendada, de – 75 ° C, por até 15 dias.
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Mesmo com a ameaça de uma segunda onda de covid-19, empresas brasileiras se preparam para receber um número maior de funcionários nos escritórios em 2021. O Valor Econômico ouviu nos últimos dias dirigentes de dezenas de grandes empresas e constatou um quase consenso: o home office funcionou bem, aumentou a produtividade em muitos casos, mas a volta ao trabalho presencial de parte do pessoal é necessária para preservar a saúde mental de funcionários e a cultura das empresas. A aposta geral é que, com a chegada da vacina, modelos mais flexíveis e híbridos de trabalho prevalecerão.
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O segundo turno das eleições municipais são o destaque do jornal O Estado de S. Paulo. Com 47% das intenções de voto, o prefeito Bruno Covas (PSDB) larga na frente na primeira pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo. Guilherme Boulos (PSOL) tem 35%.
Há, ainda, 4% de indecisos, e outros 14% decididos a votar nulo ou em branco. Se fossem contabilizados apenas os votos válidos (excluídos brancos e nulos e indecisos), o placar seria de 58% a 42%.