
Reportagem do jornal O Globo ressalta que o armazenamento de energia elétrica, considerado inviável há pouco tempo por conta dos desafios tecnológicos e alto custo, começa a puxar uma nova onda de investimentos bilionários no Brasil e se consolida como alternativa para atender à demanda nos horários de pico — com custo menor que o de fontes renováveis — e impedir apagões, na opinião de executivos do setor e do Operador Nacional do Sistema (ONS).
Os negócios nessa área devem somar ao menos R$ 22,5 bilhões até 2030, segundo a consultoria Greener, mas as cifras podem alcançar R$ 44 bilhões, estima a Associação Brasileira de Soluções em Armazenamento de Energia (Absae), se um marco legal for estabelecido, dando mais segurança às grandes empresas que já tocam projetos no país.
“O armazenamento é peça-chave para a transição energética no Brasil, permitindo a integração de fontes renováveis à matriz elétrica, evitando desperdício de energia e possibilitando maior estabilidade, flexibilidade e confiabilidade ao sistema”, diz Marcio Takata, CEO da Greener, especializada em inteligência de mercado para energia.
Na semana passada, o ONS divulgou seu planejamento de operação até 2029, no qual aponta risco de capacidade de atender à demanda, particularmente no horário de pico. Entre as alternativas sugeridas estão usinas térmicas, mais caras e poluentes; volta do horário de verão; e leilões de contratação de energia de reserva, que pode ser usada com mais flexibilidade.
MP dos data centers emperra por discussões como segurança de dados e energia renovável
A prometida medida provisória (MP) dos data centers está parada na Casa Civil em meio a uma série de discussões sobre segurança de dados, benefícios fiscais e custos de energia maiores, informa a Agência Infra.
De acordo com fontes da reportagem, entre os pontos de indefinição, estão: 1) desconto no uso do fio de energia para os data centers; 2) aumento de custos aos demais consumidores de eletricidade por conta de maior contratação de potência; 3) segurança de fornecimento diante da intermitência da solar e eólica; 4) como seria a aplicação da lei geral de proteção de dados para esses projetos; e 5) a instalação em Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs), com tratamento tributário diferenciado.
Angra 1 é reconectada ao sistema após parada de reabastecimento e modernização
A usina nuclear de Angra 1 foi reconectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) na sexta-feira (11/7), após uma longa parada iniciada em abril para reabastecimento e modernização, informou a Eletronuclear.
O reator foi religado na terça-feira (8/7) e a usina foi religada ao SIN três dias depois. O retorno à operação plena ocorrerá de forma gradual, conforme os protocolos de segurança, segundo a empresa. Angra 1 tem uma capacidade de geração de 640 MW. (Folha de S. Paulo)
Licenciamento ambiental é responsável por 70% dos atrasos em linhas de transmissão
Das 60 obras de transmissão monitoradas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 10 estão atrasadas. A maioria dos empreendimentos fora do cronograma enfrenta problemas com licenciamento ambiental, conforme indica reportagem da Agência Eixos.
Por outro lado, 45 empresas têm obras em dia ou antecipadas. Desse total, 29 empreendedores consideram energizar os ativos antes da data prevista em contato. Os dados são do 17º ciclo de reuniões de gestão dos contratos de concessão de transmissão com empreendimentos em implantação, realizado semestralmente pela Aneel.
Os técnicos da agência analisaram empreendimentos que totalizam R$ 8,4 bilhões de receita anual permitida (RAP), licitados por meio de leilões de transmissão. Das 10 obras com atraso, sete enfrentam problemas ocasionados por conta de licenciamento ambiental.
Os agentes relataram dificuldades no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e em órgãos ambientais dos estados. “Importa ressaltar dos resultados a forte correlação observada entre o atraso no licenciamento e a expectativa de atraso do cronograma da obra. Dos cinco empreendimentos com atraso superior a sete meses, quatro deles já apresentam atraso ou expectativa de atraso”, de acordo com nota técnica da Aneel.
Petrobras elege nova diretora e tem maioria de mulheres no comando pela primeira vez
O conselho de administração da Petrobras elegeu na sexta-feira (11/7) a engenheira Angélica Laureano para a diretoria executiva de Transição Energética e Sustentabilidade, que ficou vaga com a saída de Maurício Tolmasquim para ocupar vaga no conselho da Eletrobras.
Com a eleição, a diretoria da estatal passa a ser composta por cinco mulheres — uma delas a presidente da companhia, Magda Chambriard — e quatro homens. É a primeira vez que as mulheres são maioria na diretoria da empresa. (Folha de S. Paulo / Agência Petrobras)
PANORAMA DA MÍDIA
Valor Econômico: A importação pelo Brasil de produtos americanos fechou o primeiro semestre perto do menor nível em uma década, em um mercado cada vez mais dominado pela China, mesmo em bens como carros, motocicletas, freezers e fogões. De janeiro a junho, o Brasil importou US$ 21,7 bilhões dos EUA, 11,5% a mais do que no mesmo período de 2024, mas a fatia no total ficou em 16%, resultado que só é melhor nos últimos dez anos que os 15,5% do primeiro semestre de 2024.
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O Globo: Após meses de desgaste político e semanas de enfrentamento direto em torno da crise do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o Palácio do Planalto e parlamentares do Centrão se realinharam em um discurso em comum: a defesa dos interesses da economia nacional em reação às tarifas que o presidente americano Donald Trump pretende aplicar ao Brasil. Esse alinhamento oscilou de forma negativa ao longo do governo Lula 3 e provoca um isolamento de aliados próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro, que mantêm discurso em defesa da anistia para evitar a taxação a partir de 1º de agosto.
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O Estado de s. Paulo: Sempre existiu incompatibilidade entre a pretensão de se mostrar um gestor pragmático e o papel de fiel escudeiro de Jair Bolsonaro, mas Tarcísio de Freitas costumava agir como se fosse possível conciliar as duas coisas. Até que, na semana passada, a realidade cobrou o seu preço.
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Folha de S. Paulo: A crise provocada pelo tarifaço de 50% de Donald Trump para o Brasil, justificado pelo que o presidente americano chamou de “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro (PL) abalou as pretensões presidenciais de Tarcísio de Freitas (Republicanos) para 2026. De um lado, o governador de São Paulo tenta consertar o estrago do episódio mudando seu discurso para os interesses do estado, o que estremeceu de vez sua relação com o bolsonarismo. De outro, empresários que apostavam em sua candidatura ao Planalto passaram a questionar sua independência do mesmo grupo.