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Bandeira vermelha terá alta de mais de 20% - Edição da Manhã

As contas de luz devem ficar mais caras neste ano, diante da pior crise hídrica na região das hidrelétricas dos últimos 91 anos e do acionamento de usinas termelétricas para garantir o fornecimento de energia. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai aumentar os valores das bandeiras tarifárias, uma sobretaxa que é acionada quando o custo da geração de energia sobe.

O patamar mais alto desse sistema deve subir mais de 20%. Em entrevista ao jornal O Globo, o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, disse que os valores ainda não foram definidos, mas a decisão será tomada nas próximas semanas. A bandeira tarifária é um adicional cobrado nas contas de luz para cobrir o custo da geração de energia por termelétricas, o que ocorre quando o nível dos reservatórios das hidrelétricas está muito baixo.

“Como vamos estar com todas as térmicas funcionando, o que a agência está fazendo agora é definindo qual é o valor que vai ser estabelecido para cada patamar da bandeira. E, com certeza, vai ser maior que hoje. A bandeira vermelha patamar 2 hoje está em R$ 6,24. Esse valor vai ser maior, porque o universo de térmicas que vai ser acionado agora é grande e vai funcionar até dezembro”, disse Pepitone.

Será o primeiro reajuste nos valores das bandeiras desde 2019. Os valores foram mantidos em 2020 e a bandeira verde foi acionada de junho a novembro.

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Incentivo para consumo de luz fora do horário de pico pode começar em julho

O programa de deslocamento do consumo de energia nos horários de pico pode começar em julho e incluir consumidores residenciais, além da indústria, informa a Folha de S. Paulo. Ontem (14/06), o Ministério de Minas e Energia (MME) se reuniu com grandes consumidores para discutir as bases do plano.

A ideia é oferecer algum incentivo na conta de luz, como descontos na tarifa ou créditos futuros. “O modelo ainda está em discussão e exigirá arranjos técnicos e jurídicos para ser implementado”, disse à Folha o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

A proposta é parte do pacote de medidas para enfrentar a pior seca da história sobre os reservatórios de hidrelétricas na região Sudeste, que já incluiu a contratação adicional de térmicas e revisões nas restrições de vazões de usinas hidrelétricas.

Indústria quer desconto para mudar horário de produção

O Valor Econômico também traz informações sobre a reunião realizada ontem (14/06) entre representantes da indústria eletrointensiva e do Ministério de Minas e Energia (MME). O setor industrial apresentou às autoridades do setor elétrico um plano inicial de redução voluntária do consumo de energia e deslocamento da produção para fora dos horários de pico no sistema.

Em meio à pior crise hídrica em 91 anos e ao temor crescente de racionamento no segundo semestre, o esboço de um novo mecanismo foi levado ao MME com a ideia de remunerar grandes consumidores industriais que aceitem diminuir a demanda em momentos considerados mais críticos para o atendimento da carga pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

De acordo com a reportagem, o que a indústria propõe para aliviar os horários de ponta é um mecanismo voluntário, de fácil implementação, desburocratizado, que funcione no âmbito da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). “Tem que ser algo muito simplificado, como uma adesão automática para os agentes que estão no mercado. Se não, a governança das empresas talvez não permita a agilidade adequada para as decisões”, diz Paulo Pedrosa, presidente da Abrace (associação dos grandes consumidores industriais), que entregou a proposta.

Economistas elevam previsão de alta da inflação em 2021, em razão da crise hídrica

O agravamento da situação hídrica tem levado especialistas a revisarem as expectativas de inflação para 2021 e a preverem novos impactos sobre a atividade econômica em razão do encarecimento no custo da energia elétrica. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que os preços da energia elétrica residencial estão acima da inflação anual desde 2017, e há expectativa de que o item encerre o ano com a mesma trajetória de alta.

Na prática, além da conta de luz ficar mais alta, o item tende a pressionar segmentos da indústria e serviços, cuja retomada é esperada com maior intensidade no segundo semestre. O coordenador do índice de preços da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz, revisou de 5,8% para 6,3% a projeção para o IPCA de 2021, considerando a possibilidade de manutenção da bandeira vermelha nível 2 durar até o fim do ano e com a expectativa de reajuste médio de 7% pelas distribuidoras de energia. As informações são do jornal O Globo.

Dez empresas brigam por usinas colocadas à venda pela EDP

Chega a dez o total de empresas interessadas nas usinas hidrelétricas Santo Antônio do Jari, Cachoeira Caldeirão e Mascarenhas, da EDP Brasil, que colocou todo seu portfólio de geração hídrica à venda para dar prioridade à geração solar, segundo fontes ouvidas pela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo analistas, faz sentido a EDP Brasil vender suas hidrelétricas, uma vez que sua prioridade no país será a geração distribuída e a transmissão de energia. Segundo o analista da Mirae Asset, Fernando Bresciani, a venda das hidrelétricas da EDP deverá ter ágio, pois a disputa será grande, já que os empreendimentos estão instalados em regiões estratégicas. As usinas, localizadas no Pará e no Espírito Santo, têm capacidade instalada somada de 800 megawatts (MW).

Neoris expande atuação no setor de energia

A Neoris do Brasil, consultoria em tecnologia da informação, de origem mexicana, com sede em Miami (EUA), ingressa no setor de energia, com o objetivo de apoiar o crescimento de empresas, com foco em eficiência operacional e na rentabilidade. “A revolução digital chega a este setor para oferecer ferramentas fundamentais para gerar novas formas de operar negócios com um aumento significativo na agilidade operacional e na redução dos custos abrangentes”, explica Gustavo Landa, presidente da Neoris no Brasil.

Segundo ele, “a multiplicação das tecnologias aplicadas ao setor, a complexidade e lentidão na busca por dados e informações, os tradicionais silos organizacionais e a escassa inteligência aplicada às informações operacionais existentes, retarda a tomada de decisões, gerando custos mais elevados que fortemente impactam toda a cadeia de valor”. (blog Canal Executivo)

PANORAMA DA MÍDIA

A crise hídrica é o principal destaque da edição desta terça-feira (15/06), dos jornais O Globo e Folha de S. Paulo. O Globo informa que, com sobretaxa maior, a conta de luz vai subir de novo – algo em torno de 20%. A Folha traz informações que o incentivo para consumo de energia fora do horário de pico pode começar em julho. As duas reportagens estão resumidas nesta edição do MegaExpresso.

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O jornal O Estado de S. Paulo informa que troca de e-mails entre a diplomacia brasileira e a chancelaria indiana e representantes de farmacêuticas do país asiático mostra a agilidade com que o governo federal buscou adquirir hidroxicloroquina para o tratamento da covid-19, medicamento sem eficácia comprovada contra a doença.

Algumas mensagens foram respondidas pelo governo brasileiro em 15 minutos, à noite e até em fins de semana. O esforço pelo medicamento se contrapõe à postura do Executivo em relação às vacinas. No caso da Pfizer, o governo demorou pouco mais de dois meses para responder aos contatos da empresa. A série de 54 e-mails expõe a postura proativa do governo brasileiro para liberar cargas de matéria-prima da hidroxicloroquina a empresas que fabricam o medicamento no país.

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Reportagem do Valor Econômico destaca que, além dos grandes leilões estaduais de saneamento, o mercado de água e esgoto tem ao menos 51 projetos municipais em curso. Mesmo menores, os leilões são relevantes e têm atraído concorrência. Um processo em fase final é a concessão de Orlândia (SP), que prevê investimento de R$ 93 milhões e recebeu 19 propostas. Os interessados vão desde Sabesp e Iguá até consórcios de consultorias pequenas.

Como muitos estudos estão em elaboração, há dificuldade para calcular o potencial conjunto de investimentos, informa a reportagem. Análise de nove deles aponta previsão de ao menos R$ 3,64 bilhões. Com a nova Lei do Saneamento, porém, o cenário pode mudar. A legislação estimula contratos regionais, visando ganho de escala de serviços que demandam investimentos altos, em vez de projetos municipais isolados. As prefeituras não poderão mais receber recurso federal, incluindo crédito e apoio para estruturação do BNDES e da Caixa. A restrição não se aplica a projetos que já vinham sendo estruturados antes da lei, sancionada em julho de 2020.