Os quatro blocos da Bacia Camamu-Almada, ao lado do Parque Nacional de Abrolhos, na Bahia, representam R$ 10,8 milhões da arrecadação mínima esperada pelo governo com o bônus de assinatura da 16.ª rodada de licitações de petróleo marcada para a próxima quinta-feira (10/10). Ao todo, a oferta inclui 36 blocos em cinco bacias, com estimativa de arrecadação de R$ 3 bilhões em recursos.
Em matéria publicada no início da tarde hoje (04/10) em seu canal de internet, o Estado de S. Paulo destaca que o governo insiste em manter a oferta de quatro blocos de petróleo em uma área próxima a Abrolhos – parque marinho conhecido pela biodiversidade – sob a justificativa de que não há risco ao meio ambiente e que a retirada desses blocos da rodada causaria “enorme prejuízo financeiro ao país”.
No entanto, dados do próprio governo, incluídos nas peças de defesa do leilão que foram apresentadas à Justiça Federal de Salvador (BA), na tentativa de derrubar um pedido de liminar para impedir a oferta no leilão, mostram que a parcela desses quatro blocos representa uma fração pequena (0,3%) da arrecadação estimada.
De acordo com a reportagem, todas as atenções estão voltadas para o Ministério Público Federal (MPF) da Bahia, que pode decidir sobre o assunto a qualquer momento. O MPF entende que tais blocos apenas poderiam ser incluídos em rodadas para leilão com a realização prévia de estudo ambiental estratégico para avaliar os riscos da exploração de petróleo em tais sítios marítimos.
“Estão ilhando São Paulo da abertura do mercado de gás”, diz Paulo Pedrosa
Paulo Pedrosa, especialista em energia e presidente da Abrace, associação que reúne grandes consumidores industriais de energia, foi entrevistado pelo jornal O Estado de S. Paulo e falou, entre outros temas, sobre o projeto do governo federal para baratear o custo do gás no país. Segundo ele, o modelo que o governo de São Paulo está desenhando para o mercado de gás natural vai tirar indústrias do estado por causa do preço mais alto da energia.
“O que se percebe até o momento dos movimentos do gás em São Paulo é que vão levar a preços muito maiores do que o modelo adotado pelos outros estados”, diz Pedrosa. “Estão ilhando São Paulo dessa abertura de mercado”, adverte.
Paulo Pedrosa diz que o conflito entre “o velho e o novo” faz com que o Brasil tenha uma das contas de energia mais caras do mundo apesar do grande potencial energético. “O Brasil é o país da energia barata e da conta cara”, critica. Para ele, o Brasil não pode desperdiçar a chance de abertura do mercado de gás para um ambiente de maior competição.
ONS reduz expectativa de chuvas para áreas de hidrelétricas em outubro
Projeções do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontam para menos chuvas do que o esperado nas principais regiões com reservatórios de hidrelétricas do país, segundo relatório publicado nesta sexta-feira (04/10).
O ONS também reduziu a sua projeção para a carga no sistema interligado nacional (SIN) em outubro, de aumento de 2,8%, estimados na semana anterior, para alta de 2,1% ante o mesmo período do ano passado.
As chuvas na região das hidrelétricas do Sudeste, região que concentra os maiores reservatórios, devem representar 63% da média histórica para outubro, ante 72% na estimativa da semana passada. No Nordeste, segunda região em reservatórios de hidrelétricas, as chuvas estão estimadas em 33% da média histórica para o mês, versus 37% na previsão anterior. Para o Sul, a estimativa indica chuvas em 37% da média histórica para outubro, ante 46% na previsão da semana passada. As informações foram publicadas pela agência de notícias Reuters.
Com 10,3% da demanda local, energia solar fotovoltaica atinge recorde de geração no Nordeste
Segundo mapeamento feito pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), os estados nordestinos possuem 1,2 gigawatt (GW) de capacidade instalada de geração solar fotovoltaica. A máxima diária chegou a 1,13 GW, com o pico de produção registrado no dia 25 de setembro deste ano, às 11h57, que seria suficiente para abastecer 10,3% de toda a demanda por eletricidade nos estados nordestinos.
De acordo com a associação, o Brasil possui 2,2 GW de potência instalada operacional em usinas solares fotovoltaicas, o equivalente a 1,3% da matriz elétrica do país. Atualmente, ocupa a posição de 7ª maior fonte do Brasil. As usinas solares fotovoltaicas de grande porte operam em nove estados nas regiões Nordeste, além do Sudeste e Norte do País, com destaque para Bahia, Minas Gerais e Piauí. As informações foram publicadas pelo site Tn Petróleo.
PANORAMA DA MÍDIA
A Polícia Federal (PF) indiciou hoje (04/10) o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), sob suspeita de envolvimento em esquema de desvio de recursos públicos por meio de candidaturas fraudulentas do partido, em Minas Gerais, nas eleições de 2018. A notícia foi divulgada pela Folha de S. Paulo. No início da tarde, o jornal informou à Folha que o porta-voz da Presidência, general Otávio de Rêgo Barros, disse que o presidente Jair Bolsonaro vai manter no cargo o ministro, mesmo após ele ter sido indiciado pela PF.
Em entrevista à revista Veja que chegou hoje (04/10) às bancas, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, disse que não será candidato a presidente da República em 2022 e que o seu candidato (à reeleição) é o presidente Jair Bolsonaro. Acusado de parcialidade na condução da Lava-Jato, o ministro vê ataques direcionados para minar os resultados da operação e rebate o discurso de que houve seletividade no que se refere aos alvos das investigações. “Os avanços anticorrupção não são de propriedade de juízes ou procuradores. É uma conquista da sociedade, do país. É o país que perde com eventuais retrocessos”, afirmou.
A revista Época traz uma reportagem sobre o Sínodo para a Amazônia, ou seja, a assembleia de bispos que será realizada a partir de domingo (06/10), no Vaticano. O tema do encontro, que terá 21 dias de duração, foi escolhido pelo Papa Francisco há dois anos. Segundo a revista, “o Sínodo para a Amazônia deverá ser a iniciativa papal mais controversa e significativa de 2019, com relevância não apenas para o Brasil ou a América Latina, mas para o mundo todo”.
A pauta da matéria de capa da IstoÉ Dinheiro é o novo momento para os negócios da aérea Latam, que recebeu aporte de US$ 1,9 bilhão da Delta Airlines. No dia 26 de setembro, a Delta informou ao mercado que venderá sua fatia minoritária de 9% na Gol para adquirir uma participação de 20% na Latam, a maior companhia aérea da América Latina. A revista ressalta que a Latam está se reestruturando e elegeu o mercado corporativo para voltar a crescer.
A IstoÉ destaca que depois de mais de 500 dias conclamando aliados a defender a campanha “Lula livre”, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado por corrupção, prefere continuar preso em Curitiba a ir para o regime semiaberto. A reportagem explica que a estratégia da defesa de Lula seria uma “manobra política para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a libertá-lo definitivamente nos próximos dias”.