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“BNDES financiar obras no exterior é decisão mais geopolítica do que econômica”, diz economista – Edição da Tarde

Em entrevista ao jornal O Globo, o economista Nelson Marconi, da FGV EAESP*, critica a decisão do governo para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltar a financiar empresas privadas atuando em outros países. Uma das observações que ele faz a respeito é o custo político dessa opção. Marconi citou o caso do gás argentino, uma vez que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou em financiar um gasoduto na Patagônia e o gás poderia ser comprado pelo Brasil.

“A Petrobras reinjeta o gás natural do pré-sal porque não vem sendo utilizado no país. Não seria melhor fazer o gasoduto que possibilitasse o transporte adequado desse gás para os setores e locais demandantes no nosso país?”, questiona o economista. “A não ser que o gás argentino seja muito mais barato. E, nesse caso, mais uma vez, a Petrobras deveria se esforçar para barateá-lo”, argumenta.

Para Marconi, a decisão de favorecer os vizinhos pode gerar bons frutos econômicos, a médio prazo, mas ele pondera que há outras prioridades hoje, em termos de infraestrutura e estímulos a setores produtivos, que precisam se desenvolver no Brasil e o BNDES deveria privilegiar.

*FGV EAESP – Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas

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Petrobras conclui venda de fábrica de fertilizantes em MS

A Petrobras informa que aprovou o encerramento do processo competitivo, que estava na fase vinculante, para venda integral da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III).

De acordo com comunicado da empresa, serão avaliados os próximos passos relacionados ao desinvestimento do ativo, em alinhamento ao plano estratégico 2023-2027.

A UFN-III é uma unidade industrial de fertilizantes nitrogenados localizada em Três Lagoas, no estado de Mato Grosso do Sul. A construção da UFN-III teve início em setembro de 2011, mas foi interrompida em dezembro de 2014, com avanço físico de 81% do processo. Após concluída, a unidade terá capacidade projetada de produção de ureia e amônia de 3.600 t/dia e 2.200 t/dia, respectivamente. (Fonte: Agência Petrobras)

BTG vai ‘acelerar’ ONGs e negócios sociais com foco em meio ambiente

O jornal O Globo (coluna Capital) informa que o BTG está selecionando dez ONGs, organizações da sociedade ou negócios sociais com foco ambiental para seu programa de “aceleração”, o Soma Meio Ambiente.

As organizações podem ter ou não fins lucrativos e devem atuar com foco na conservação da biodiversidade dos biomas brasileiros. Quem for selecionado terá 75 horas de capacitação ao longo de cinco meses com profissionais do setor. Executivos do BTG que são voluntários no projeto também darão mentorias.

É a segunda edição do BTG Soma Meio Ambiente. Segundo o banco, no ano passado as organizações “aceleradas” alcançaram, em média, 83% das metas estabelecidas no início do processo. Fazem parte do comitê social do programa nomes como o chef Alex Atala e Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Boticário. As inscrições vão até 17 de fevereiro.

Como a Saudi Aramco planeja prolongar o uso de petróleo no mundo

Reportagem do jornal britânico Financial Times destaca que em Abqaiq, a maior unidade de processamento de petróleo do planeta, nada indica que o mundo possa estar chegando ao fim da era do petróleo. O complexo, a 40 quilômetros da costa do Golfo Pérsico, é do tamanho de 350 campos de futebol. Em uma das três salas de controle, cerca de dez funcionários da Saudi Aramco trabalham à frente de telas de computador monitorando um sistema capaz de processar nada menos que 7 milhões de barris de petróleo ao dia, o que representa 1 em cada 14 barris comercializados mundialmente.

À medida que se fortalece o argumento contra o uso de combustíveis fósseis, várias das maiores empresas petrolíferas ocidentais reavaliaram, nos últimos cinco anos, seu compromisso com o petróleo que alicerçou a economia global por mais de cem anos. De acordo com a reportagem, a Aramco está fazendo o contrário: está dobrando a aposta.

A estatal, que já produz cerca de 10% do petróleo mundial, está aumentando a capacidade máxima de produção de 12 milhões de barris/dia para 13 milhões de b/d até 2027 e com meta de aumentar sua produção de gás em mais de 50% até 2030. A Aramco também investiu na produção de petroquímicos e em projetos de hidrogênio. Em última análise, a maior produtora mundial de petróleo está apostando que poderá continuar a fazer o que faz melhor: extrair petróleo por muitas décadas e conquistar mais poder de mercado, num momento em que outras produtoras se retraem. (A reportagem foi traduzida e publicada pelo Valor Econômico)

PANORAMA DA MÍDIA

O presidente Luis Alberto Lacalle Pou afirmou que a negociação do Uruguai para um acordo de livre comércio com a China não o exclui do Mercosul e convidou os demais integrantes do bloco econômico a negociarem junto com ele.

Lacalle Pou recebeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (25/1) em Montevidéu. O presidente brasileiro tentará dissuadi-lo de assinar o Tratado de Livre Comércio (TLC) com Pequim, que avalia poderá desequilibrar o Mercosul. Após participar da sétima cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Buenos Aires, Lacalle Pou afirmou que é possível que o acordo do país com a China e o Mercosul convivam juntos. (O Globo)