Em conversa com apoiadores, ontem (20/02), ao chegar ao Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro indicou que fará novas mudanças, agora no setor de energia elétrica.
A afirmação foi feita um dia depois do anúncio da troca no comando da Petrobras, com a indicação do general da reserva Joaquim Silva e Luna para o lugar do atual presidente da empresa, Roberto Castello Branco. “Vamos meter o dedo na energia elétrica, que é outro problema também”, afirmou o presidente.
Na quinta-feira (18/02), durante transmissão pela internet, Bolsonaro criticou a Petrobras, mas disse que não iria interferir na Petrobras. Em seguida, no entanto, afirmou que “alguma coisa” iria acontecer na empresa nos próximos dias.
No dia seguinte, o presidente anunciou em uma rede social a indicação do Silva e Luna para a presidência da estatal no lugar de Castello Branco. (G1 / UOL / O Globo)
Petrobras precisa avaliar preços dos combustíveis com sensibilidade, diz Silva e Luna
Indicado para presidir a Petrobras, o general Joaquim Silva e Luna afirmou ao jornal O Globo que a estatal precisa equacionar as suas prioridades entre as pessoas, os acionistas e o mercado. Segundo Luna, a empresa precisa ter “sensibilidade” na avaliação de preços.
“Uma empresa existe no sentido de ter ganhos para poder prosperar, crescer. A Petrobras é o que é porque sempre teve uma administração no sentido de dar resultados. Ela tem seus acionistas, que querem ter ganho. Tem o mercado, que acaba fazendo o seu trabalho. E tem as pessoas, que consomem, pagam essa conta no final. Então, esses três atores, esses três termos, têm que estar na mesma equação.”
Para Silva e Luna, os preços dos combustíveis precisam ser vistos dentro de um “contexto”, citando a crise econômica causada pela pandemia, a alta do dólar e do barril de petróleo.
Indagado se iria propor mudança na política de preços, Silva e Luna respondeu: “A gente sabe que quem define política de preço, pelo que conheço, que já li, é a diretoria executiva. A diretoria executiva da empresa é responsável pela política de preços. Ou seja, isso aí é uma vontade coletiva. Não adianta uma pessoa querer. Então, tem que ter uma decisão colegiada”, acrescentando que o assunto não pode ser “considerado precipitadamente”.
PANORAMA DA MÍDIA
O jornal O Globo traz, na edição deste domingo (21/02), uma entrevista com o presidente da Câmara, o alagoano Arthur Lira (PP-AL). O parlamentar falou sobre a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e confirmada pela Câmara.
Conforme explica a reportagem, Lira sabe que o caso ainda não está encerrado, mas tem outras prioridades na cabeça: aprovar medidas que garantam ao Congresso o controle do orçamento federal, acabando com a vinculação de verbas para qualquer área, o que inclui Saúde e Educação. O deputado defendeu que haja um programa de auxílio permanente que não tenha as limitações do Bolsa Família e diz que há um contexto favorável para aprovar o mais rápido possível as reformas econômicas. Lira disse ainda que o problema da gestão do ministro da Saúde, Eduardo Pazzuello, é apenas de comunicação.
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O jornal O Estado de S. Paulo ouviu economistas e analistas de mercado sobre a troca no comando da Petrobras, anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro. Na avaliação deles, a mudança irá afastar investidores. O efeito imediato será empurrar o dólar para cima e ampliar as incertezas na economia, prejudicando a retomada.
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A Folha de S. Paulo informa que, após intervir na Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro prevê mais trocas em sua administração. “Eu tenho de governar, trocar as peças que porventura não estejam dando certo”, afirmou. O presidente disse, ainda, que a gasolina poderia estar 15% mais barata.