O presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem (21/10) que o governo pagará “uma ajuda” a 750 mil a caminhoneiros autônomos para compensar o aumento no preço do diesel. “Os números serão apresentados nos próximos dias. Decidimos e vamos atender aos caminhoneiros autônomos. Em torno de 750 mil caminhoneiros receberão uma ajuda para compensar o aumento do diesel”, disse, sem dar mais detalhes, durante cerimônia para inauguração do Ramal do Agreste, em Sertânia (PE).
O presidente não disse de quanto seria o auxílio e nem como seria financiado. “Fazemos isso porque é através deles que as mercadorias, os alimentos chegam nos quatro cantos do país”, acrescentou. Caminhoneiros autônomos estão entre os principais apoiadores de Bolsonaro, que disputará a reeleição no próximo ano. Com defasagem no preço do frete e constante aumento de custos, parte da categoria tem criticado o governo. (Valor Econômico)
Com valor acima de R$ 5, diesel bate recorde
Ao acenar para a criação de um auxílio para ajudar 750 mil caminhoneiros autônomos a compensar a inflação do diesel, o presidente Jair Bolsonaro tenta esfriar os ânimos da categoria, que ameaça entrar em greve num momento em que o preço do derivado bate recordes nas bombas.
Nas últimas semanas, o preço médio do produto S-10, com menor teor de enxofre, rompeu, pela primeira vez, o patamar de R$ 5 o litro. Para efeitos de comparação, em maio de 2018, quando eclodiu a grande greve dos caminhoneiros, em protesto contra a alta do combustível, o litro do S-10 custava, em média, R$ 3,715 – ou R$ 4,473, se corrigido pela inflação.
Em defesa da atual política de preços, executivos da Petrobras têm argumentado com interlocutores do governo que o papel social da companhia é ser lucrativa e, assim, contribuir com impostos, royalties e dividendos para que o governo possa, então, financiar e executar políticas públicas. Neste ano, por exemplo, a Petrobras já anunciou a destinação de R$ 15,4 bilhões em dividendos à União. O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, já garantiu que a companhia segue com a política de preços alinhados ao mercado internacional.
Pressionada, a empresa, no entanto, tem evitado repassar toda a volatilidade do petróleo e do câmbio e reduziu a periodicidade dos reajustes. Concorrentes da companhia acusam a empresa de praticar preços abaixo do preço de paridade de importação (PPI) sistematicamente, ao longo de 2021. (Valor Econômico)
Pré-sal atinge maior produção anual de óleo e gás
A produção nacional de óleo e gás caiu 0,44% em setembro, em relação a agosto, para 3,839 milhões de barris diários de óleo equivalente (BOE/dia), segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Este foi o segundo mês consecutivo de baixa no indicador.
Na comparação anual, por outro lado, houve aumento de 3,9% nos volumes, sustentado, sobretudo, por novos recordes do pré-sal. Ao todo, a extração na camada abaixo do sal foi de 2,85 milhões de BOE/dia em setembro, um crescimento de 2,9% em relação ao mês anterior e de 10% na comparação anual. A produção no pré-sal representou 74,1% da produção nacional – o maior percentual da história. (Valor Econômico)
De olho na crise hídrica, Engie diversifica negócios e receita cresce 25%
A Engie Brasil Energia investiu na diversificação dos negócios, ampliou as receitas em 25% e se preparou para fases desafiadoras como a atual, com falta de chuvas. Nos últimos cinco anos, a empresa mudou boa parte do corpo de executivos e investiu na diversificação dos negócios: entrou no setor de transmissão, ampliou os projetos de geração e ingressou no mercado de gás, com a compra da TAG em 2020.
A reestruturação levou a companhia a um crescimento de 25% da receita operacional, que bateu os R$ 12 bilhões no ano passado. Mas é a diversificação das fontes geradoras, em especial, que deve preparar a empresa para o próximo desafio: ultrapassar mais um período de reservatórios vazios. “Vamos acompanhar o volume de chuvas dos próximos meses e ajustar o portfólio. A gestão ativa é fundamental para proteger nosso resultado financeiro”, diz o presidente da companhia, Eduardo Sattamini. Ele informa que a Engie investiu em usinas termelétricas e fontes renováveis (eólica e solar), que geram mais no período seco. (Exame)
Com pandemia, mercado interno surpreende e impulsiona receita da WEG
A empresa catarinense WEG, que fabrica baterias, sistemas e componentes elétricos, teve aumento de 31% na receita em relação a 2019, alcançando o valor de quase 17,5 bilhões de reais. Mesmo com filiais em 36 países, o que impulsionou o crescimento da empresa foi o mercado interno. E a pandemia teve forte influência sobre isso.
“O mercado brasileiro surpreendeu, principalmente o de eletrodomésticos. Como as pessoas ficaram mais em suas casas, muita gente optou por trocar eletrodomésticos ou adquirir novos aparelhos”, diz Harry Schmelzer, presidente da companhia.
Em 2020, a receita local aumentou 37% em relação ao ano anterior. Já no front externo, a ajuda veio do câmbio: a desvalorização da moeda nacional impulsionou os ganhos em reais. Tudo isso fez com que o lucro líquido da WEG crescesse 45%. (Exame)
PANORAMA DA MÍDIA
O pedido de demissão de quatro secretários da equipe econômica do governo, apresentado ontem (21/10), por discordarem da exigência do presidente Jair Bolsonaro de contornar a regra constitucional do teto de gastos, é o principal destaque da mídia nesta sexta-feira (22/10).
Pediram para deixar o governo dois dos principais nomes do núcleo da pasta, o que comanda as contas públicas: o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, o primeiro nome abaixo do ministro da Economia, Paulo Guedes, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, subordinado a Funchal. Também pediram demissão técnicos-chave da pasta: a secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araújo.
O descontentamento surgiu por causa da decisão do governo de furar o teto de gastos para garantir R$ 400 para beneficiários do Auxílio Brasil, programa que substituirá o Bolsa Família. A Folha de S. Paulo apurou que Funchal afirmou à sua equipe que deixa o governo por questão de princípios. O secretário demissionário já havia dito que não chancelaria medidas que subvertessem a ordem fiscal.
A intenção da administração Jair Bolsonaro é abrir uma margem para gastar entre R$ 83 bilhões e R$ 95 bilhões a mais em 2022 – além de R$ 15 bilhões neste ano. Os recursos serão usados para viabilizar o Auxílio Brasil (…), além da criação de um “auxilio-diesel” com a inclusão de 750 mil caminhoneiros autônomos até o fim de 2022, categoria que já apoiou o presidente e ameaça com paralisação. Os parlamentares também devem ser beneficiados com mais emendas ao Orçamento, além de compra antecipada de vacinas. (Valor Econômico)
O risco de piora nas contas do governo já estava no radar de investidores e economistas, mas a reação foi forte. Nos três últimos pregões, o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores brasileira, acumulou tombo de 5,85%. (O Estadio de S. Paulo)
Não há dúvidas de que o país precisa gastar mais com o combate à pobreza, mas para isso é preciso cortar outros gastos, como emendas parlamentares, despesas com funcionalismo e recursos para fundos partidários, entre outros. (O Globo)