Reportagem do jornal O Globo destaca que o Brasil está prestes a pegar carona no boom mundial de carros elétricos, impulsionado por investimentos europeus e americanos na fabricação de uma frota menos poluente. Até o fim do ano, entra em operação em escala comercial uma nova unidade de produção de lítio, insumo fundamental para baterias. De acordo com a reportagem, o projeto vai mais que dobrar a produção brasileira do minério.
Com investimento de R$ 1,2 bilhão, a unidade da canadense Sigma Lithium terá capacidade para 270 mil toneladas de concentrado de lítio por ano na primeira fase. Esse ritmo de produção deve ser atingido até abril de 2023. No ano passado, foram produzidas no Brasil 112,8 mil toneladas do produto, segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM).
A unidade está instalada na divisa entre Araçuaí e Itinga, no Vale do Jequitinhonha, norte de Minas Gerais. Hoje, opera em fase de teste, mas já firmou contratos de fornecimento com gigantes do setor, como a sul-coreana LG Energy Solutions, que fornece baterias para a Tesla, Volkswagen, Stellantis e entre outras.
Aumento na conta de luz impõe desafio a senadores às vésperas da eleição
O destaque desta reportagem da Folha de S. Paulo é a medida provisória (MP) 1118/2022, que expira em 27 de setembro. A proposta pode impactar na conta de luz nos estados, e os senadores tentam se esquivar do prejuízo político tão próximo ao primeiro turno.
A Folha informa que, em Minas Gerais, estado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), o impacto pode chegar a 4%. Em Alagoas, berço do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), o reajuste pode chegar a 6% segundo estimativas de associações de consumidores de energia. Em São Paulo, a 3%. Os líderes marcaram reunião para a próxima quinta-feira (22/09), com o objetivo de encontrar uma solução para o problema.
O tema em questão foram duas emendas parlamentares incluídas pela Câmara dos Deputados no original da MP. Uma delas trata da proporcionalidade dos custos com o transporte da energia, tornando mais cara aquela produzida mais distante do local de consumo. A outra emenda prorroga subsídios para energia renovável e acrescentaria R$ 8 bilhões à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
Europa tenta encontrar medidas para evitar tombo da indústria
Em tradução de análise publicada pelo jornal The New York Times, o jornal O Estado de S. Paulo destaca o tema da crise energética na Europa, em função da retaliação às sanções europeias que tinham como objetivo punir a Rússia pela invasão da Ucrânia (uma guerra que se estende desde o final de fevereiro). O tormento abalou a confiança das empresas europeias e a capacidade delas de se planejar, ressalta a análise.
Na semana passada, a presidente da Comissão Europeia, Úrsula von de Leyen, propôs compensar o impacto limitando a receita de geradores de eletricidade de baixo custo e forçando as empresas de combustíveis fósseis a compartilhar o lucro que obtiverem com a disparada dos preços da energia.
Mas as soluções talvez não sejam rápidas o suficiente. Os preços já subiram para além do que muitas fábricas podem pagar. Milhares de empresas europeias estão perto do fim dos contratos de energia assinados quando os preços eram mais baratos e devem renová-los em outubro com os valores atuais.
Os cortes na mão de obra decorrentes das interrupções de produção, embora não sejam definitivos, estão aumentando os riscos de uma recessão grave na Europa. A produção industrial na Zona do Euro caiu 2,3% em julho, em relação ao ano anterior, a maior queda em mais de dois anos.
PANORAMA DA MÍDIA
O resultado da última pesquisa Ipec, divulgada ontem (19/09) à noite, é o principal destaque da edição desta terça-feira dos jornais Folha de S. Paulo e O Globo. A pesquisa mostra a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) consolidada na liderança da disputa presidencial, com 47% das intenções de votos. O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, tem 31%. Ciro Gomes tem 7% e Simone Tebet 5%.
Os pesquisadores do Ipec entrevistaram 3.008 eleitores de 16 anos ou mais entre 17 e 18 de setembro. A margem de erro é estimada em dois pontos percentuais para mais ou menos, para um nível de confiança de 95%.
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O jornal O Estado de S. Paulo informa que partidos repassaram ao menos R$ 5,8 milhões do fundo eleitoral para candidatos “fantasma”. O dinheiro público caiu na conta de políticos que, a 12 dias das eleições, praticamente não fizeram campanha, não usaram as redes sociais para divulgar seus nomes, não distribuíram santinhos, são neófitos ou tiveram votação pífia em disputas passadas. Mas, mesmo assim, receberam acima da média dos concorrentes. A verba também foi parar em empresas que não entregaram os serviços e bancou despesas de outros postulantes.
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Reportagem do Valor Econômico destaca que, apesar da redução do desemprego nos últimos meses, ainda há uma grande fatia da população fora da força de trabalho. Após o choque inicial da pandemia, a chamada “taxa de participação” – que mede a parcela da população em idade de trabalhar que está empregada ou procurando trabalho – não se recuperou. O indicador caiu muito em 2020, voltou a avançar, mas ainda está em 62,7%, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua relativa ao 2º trimestre. Entre 2017 e 2019, o percentual era de 63,4%.