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Brasil tem potencial para ‘boom’ de data centers, mas clima e medidas regulatórias devem ser entraves, aponta BTG - Edição do dia

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Data Centers / Crédito: Freepik

Com base em report do BTG Pactual, o jornal Valor Econômico publica que Brasil e Chile parecem ser os países da América Latina com a maioria dos recursos necessários para alimentar o “boom” de data centers, segmento que procura por lugares fora dos Estados Unidos para expandir. Segundo o relatório temático do banco, ambos os países poderiam atrair os centros tecnológicos caso desenvolvam marcos regulatórios adequados, priorizando a segurança de dados e aproveitando a infraestrutura energética existente.

“Se o Brasil e o Chile souberem capturar a oportunidade, enfrentando suas respectivas ineficiências, ambos os países podem se tornar um paraíso para data centers”, avalia o banco.

O Brasil seria um bom alvo para o avanço da inteligência artificial (IA) por ter uma ampla capacidade de geração de energia, podendo sustentar o possível desenvolvimento do debate e sanar os questionamentos de disponibilidade de energia e de baixo custo, um dos maiores gargalos da atual corrida de IA.

O setor elétrico poderia ganhar com contratos mais longos e robustos e menos restrições, ao mesmo tempo que as instalações poderiam gerar ganhos significativos de economia e força de trabalho, opinam os analistas liderados por Antonio Junqueira.

De acordo com o BTG, Eletrobras, Copel, Auren, Engie e Cemig são as principais ações que poderiam se beneficiar do eventual aumento da demanda, devido ao portfólio de energias.

Empresas que hoje sofrem com restrições de produção de renováveis também podem se beneficiar, incluindo Equatorial, CPFL e Neoenergia. O banco acredita que Vivo e Enel devem ser incluídas na lista de possíveis favorecidas.

Itaipu chega ao marco de 3,1 bilhões de MWh produzidos

A Usina Hidrelétrica de Itaipu, no Rio Paraná, alcançou a marca histórica de 3,1 bilhões de megawatts-hora (MWh) produzidos desde que entrou em operação em 1984. O marco foi atingido às 18h54 da última sexta-feira (05). Para se ter noção, a produção de 3,1 bilhões de MWh é suficiente para abastecer o mundo inteiro por 44 dias ou o Brasil por seis anos e um mês. Antes mesmo de chegar ao patamar de 3,1 bilhões de MWh, Itaipu já era a usina que mais produzia energia elétrica em todo o mundo. A informação é da Agência Brasil.

Localizada exatamente na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, sendo o lado brasileiro na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, a usina é operada pela Itaipu Binacional, administrada igualmente pelos dois países.

Atualmente, Itaipu responde por cerca de 9% do consumo de energia elétrica brasileiro. Mais do que simplesmente fornecer energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN), a capacidade de geração faz a usina se comportar como uma bateria natural do sistema, ou seja, está sempre pronta para gerar energia quando demandada

Esse comportamento ganha importância à medida que se desenvolvem no Brasil fontes alternativas de energia, como a eólica e a solar, que têm como características ser intermitentes. A eólica, por exemplo, depende da quantidade de vento. A solar só fica disponível durante o dia. Dessa forma, Itaipu é uma das principais forças da chamada rampa de consumo nos finais de tarde, quando hidrelétricas ─ que podem ter a produção controlada instantaneamente ─ são acionadas para manter o nível de produção e transmissão de energia no SIN. Em algumas ocasiões, Itaipu contribui com até 30% do atendimento a essas rampas.

Paraguai

Historicamente, a quantidade de energia disponível para o lado paraguaio nunca foi totalmente consumida, e o excedente é sempre adquirido pelo Brasil. Há 40 anos, o Brasil consumia 95% do suprimento. Esse cenário seguiu trajetória de queda ao longo das décadas, de forma que em 2024, o Brasil consumia 69%; e o Paraguai, 31%. O consumo crescente do Paraguai faz Itaipu Binacional projetar que, até 2035, não deve haver mais excedente.

A demanda paraguaia tem sido impulsionada pelo crescimento da economia; a presença crescente em solo paraguaio de data centers (servidores digitais que processam e armazenam dados), incluindo os de inteligência artificial (IA); e da atividade de mineração de criptomoedas – processo digital que depende de computadores potentes para criar e proteger as criptomoedas, com uso intensivo de energia.

Secretário de Energia dos EUA ataca eólicas offshore e minimiza mudança climática

O Secretário de Energia dos EUA, Chris Wright, criticou duramente a energia eólica offshore, classificando-a como uma tecnologia excessivamente subsidiada e “duas vezes mais cara” que a onshore. Em entrevista, Wright afirmou que os investimentos no setor são um “negócio financiado pelo governo” e colocou em xeque o desenvolvimento futuro dessa fonte de energia renovável prevalecente. A matéria é da Folha de S. Paulo, com base em informações do The New York Times.

Especialistas acusaram Wright de simplificar excessivamente a economia da energia eólica offshore, observando que, embora exija uma quantidade significativa de capital inicial para construir um projeto, esperava-se que criasse mais de 55 mil empregos até o final da década e eletricidade suficiente para abastecer 22 milhões de residências a baixo custo. Hoje, o governo Trump adota medidas para estrangular a indústria nascente.

Ao defender o uso continuado de combustíveis fósseis, argumentou que os incentivos legislativos a energias limpas são contraproducentes e prejudiciais para a economia.  Ex-executivo de fracking, Wright disse que o foco nos EUA para a transição para longe dos combustíveis fósseis prejudicou o país. Ele disse que pretende levar essa mensagem em uma viagem de múltiplas etapas na próxima semana à Europa, onde incentivará os países a comprar mais gás americano.

 Ele chamou o Acordo de Paris de 2015, no qual os Estados Unidos e quase todos os outros países se comprometeram a reduzir os gases de efeito estufa, de “bobo”.

Essas declarações representam uma virada conservadora na política energética dos EUA, posicionando o país contra sua transição verde e ignorando recomendações científicas consolidadas. As observações de Wright ocorreram enquanto o governo Trump acelerou radicalmente as licenças para petróleo, gás e mineração porque o presidente afirmou que os Estados Unidos enfrentam uma crise energética.

Empresas brasileiras lideram com folga “maturidade climática”

Um estudo conduzido pelo Climate Finance Hub Brasil, com apoio da Fiesp e da Febraban, publicado pelo Canal Energia, mapeou a “maturidade climática” de 15 empresas brasileiras do setor elétrico — responsáveis por mais de 70% da geração de energia no país. O levantamento utilizou a metodologia internacional ACT (Assessing Low Carbon Transition) para avaliar o nível de adoção de práticas sustentáveis pelas companhias.

Segundo os dados apresentados, 60% dessas empresas operam com matriz energética 100% renovável, enquanto 53% oferecem soluções de eficiência energética. No entanto, 40% ainda mantêm ativos fósseis, o que evidencia que, apesar dos avanços, ainda há desafios significativos a serem enfrentados na agenda de descarbonização do setor.

A divulgação dos resultados ocorreu durante evento do hub de finanças climáticas, que debateu os obstáculos e as oportunidades para o financiamento do setor elétrico em um mundo em transição energética. O desempenho dessas empresas mostra que o setor elétrico brasileiro apresenta casos relevantes de liderança climática — mas também destaca a necessidade de acelerar o processo de descarbonização.

Entre as iniciativas mais promissoras para ampliar o protagonismo climático das empresas está a abertura do mercado livre de energia. A possibilidade de escolher o fornecedor e contratar energia de fonte renovável tem permitido que pequenas e médias empresas adotem metas próprias de descarbonização. Esse movimento também pressiona grandes players do setor a oferecer soluções cada vez mais alinhadas com os compromissos climáticos globais.

GM começa a fabricar carro 100% elétrico no Ceará

A Agência Eixos publicou que a General Motors iniciou a produção do seu primeiro SUV 100% elétrico no Brasil, o Chevrolet Spark EUV, no Polo Automotivo do Ceará, em Horizonte. Essa produção marca a estreia da montadora na nova planta multimarcas gerida pela Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece) e representa um impulso à inovação, geração de empregos e à mobilidade sustentável na região

A produção do modelo faz parte da estratégia da GM para democratizar a eletrificação, afirmou Paula Saiani, diretora de marketing de produto na América do Sul. A fabricante anunciou um investimento expressivo no setor no país, que soma cerca de R$ 7 bilhões, com foco em veículos sustentáveis por meio do programa federal Mover

Inicialmente, o Spark EUV será montado com peças importadas (modelo SKD), mas a planta contempla a implantação de fornecedores locais de peças, baterias e software, além da atração de centros de pesquisa e startups ligadas à mobilidade inteligente. O Polo prevê um investimento de R$ 400 milhões na primeira fase, com capacidade de produção de até 80 mil veículos por ano, incluindo modelos híbridos.

Etiópia inaugura a maior hidrelétrica da África

O jornal O Globo destaca que a Etiópia inaugurou a maior hidrelétrica da África, a Grande Represa do Renascimento Etíope, após 14 anos de construção, visando solucionar a escassez energética. Porém, o Egito e o Sudão temem impactos no fluxo do Rio Nilo, essencial para milhões. O projeto, de US$4,8 bilhões, rompe acordos coloniais e gera tensões regionais. A represa, orgulho etíope, promete impulsionar a economia energética do país.

Países a jusante, Egito e Sudão, relutam em ver a represa operar sem um acordo vinculante sobre como gerenciar o Nilo, a principal fonte de água doce para mais de 100 milhões de habitantes  no continente.

Pelo menos 15 mil pessoas morreram durante a construção, segundo informou na semana passada o ministro da Água e Energia, Habtamu Itefa, citado pelo jornal “Reporter”.

PANORAMA DA MÍDIA

No Estadão, o destaque foi o recorde de transações via Pix, com 290 milhões de operações em um único dia, totalizando cerca de R$ 164,8 bilhões. A marca reforça a crescente centralidade do sistema como infraestrutura digital essencial para a economia brasileira

Já a Folha de S. Paulo e O Globo destacam o Boletim Focus, do Banco Central. Os economistas encerraram a série de 14 semanas seguidas de diminuição na previsão da inflação neste ano e mantiveram a expectativa que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) terminará 2025 em 4,85%. A sequência começou em 2 de junho quando os analistas reduziram a previsão de 5,5% para 5,46%. Desde então foram 14 semanas consecutivas com queda no índice até atingir o patamar de 4,85% na semana passada, que foi mantido no boletim Focus divulgado na manhã desta segunda-feira.

A previsão para o crescimento da economia, que havia sido revisada para cima na semana passada, depois do resultado do PIB do segundo trimestre registrar forte desaceleração, foi reduzida de 2,19% para 2,16%,. Houve ligeira redução também nos cenários projetados para 2026 e 2027.

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