
O Valor Econômico afirma que o processo de venda da Quantum Participações, empresa controlada pela canadense Brookfield, entrou em sua segunda fase e atrai grandes players internacionais e nacionais. Estão na disputa a chinesa State Grid, o Grupo Energia Bogotá (GEB) e um consórcio formado por Taesa e Cemig. A Brookfield está vendendo apenas a SPE Mantiqueira, que conta com mais de 1.200 km de linhas de transmissão e 18 subestações. A expectativa é que a operação movimente entre R$5 bilhões e R$6 bilhões em valor de mercado mais dívida.
A State Grid é apontada como favorita por sua forte capacidade de investimento, embora costume priorizar projetos greenfield. Já o GEB, que havia adquirido parte da Quantum em 2022, volta à disputa, demonstrando o interesse colombiano no mercado brasileiro. O consórcio Taesa-Cemig representa uma tentativa de manter o controle de ativos estratégicos com empresas nacionais. As ofertas vinculantes devem ser apresentadas até o final de 2025, com a conclusão esperada para 2026.
Essa transação faz parte da estratégia global da Brookfield de reciclagem de portfólio, reforçando a consolidação do mercado de transmissão nas mãos de grandes operadores. A venda, seja qual for o comprador, demonstra o crescente interesse por ativos de transmissão no Brasil, considerados seguros e essenciais para o escoamento da energia renovável no país.
Eletrobras investe R$ 7 bi em projetos de reforços e melhoria de transmissão
A Eletrobras tem projetos de reforços e melhorias de grande porte que somam R$7 bilhões em investimentos, disse o diretor de Novos Negócios e Transmissão da Eletrobras, Fernando Cardozo, durante participação no Congresso Construmetal, evento do setor de construção metálica. Adicionalmente, ele citou que existem também milhares de outros projetos de pequeno porte, cujo montante total de investimentos não revelou.
De acordo com o Broadcast, somente neste ano, a companhia prevê realizar R$4,5 bilhões em projetos de reforços e melhorias, montante superior aos R$3,5 bilhões realizados no ano passado.
As melhorias de grande porte correspondem a obras que envolvem substituição ou reforma de transformadores de potência, equipamentos de controle reativo. Normalmente, são motivadas por obsolescência das instalações atuais, vida útil esgotada, falta de peças de reposição, desgastes prematuros ou restrições operativas. Essas intervenções exigem aprovação prévia da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que define o prazo de execução e a Receita Anual Permitida (RAP).
Eletrobras e Google criam sistema que prevê clima com uso de IA
A Eletrobras e o Google criaram um sistema de previsão de clima que combina o uso de inteligência artificial (IA) com modelos meteorológicos tradicionais. O projeto pretende aumentar a precisão das previsões, o que é importante para as operações da Eletrobras, maior empresa de geração e transmissão de energia elétrica do país. A informação é do jornal Valor Econômico.
É o primeiro caso de aplicação da IA do Google no mundo para a área de energia elétrica. O sistema foi desenvolvido nos Estados Unidos pela divisão de pesquisa DeepMind, pertencente à gigante de tecnologia, e utilizou ferramentas de IA da WeatherNext, também do Google.
O sistema de IA do Google foi treinado com dados de modelos matemáticos utilizados no Brasil desde a década de 1960. O sistema também utiliza uma base de informações climáticas e atmosféricas, coletadas pelo Google Earth, como imagens de satélites, de radares e de estações meteorológicas.
Quando se trata de previsão de clima, o modelo de IA considera métricas como chuvas, ventos e calor extremo, entre outros fenômenos. O horizonte de análise é de 15 dias, o que é considerado longo prazo para os padrões meteorológicos. “Se eu souber que vai ventar 100 quilômetros por hora em um determinado trecho de linha, se souber de chuvas extremas, isso é muito valioso”, diz Lucas Pinz, diretor de centros de excelência digitais da Eletrobras.
Setor elétrico pressiona para incluir painéis solares em cortes de geração de energia
Agentes do setor elétrico intensificaram a pressão para incluir a produção de painéis solares (normalmente instalados em telhados de residências e empresas) nos cortes pelos quais a geração de energia renovável tem passado no Brasil.
De acordo com O GLOBO, a disputa nos bastidores deve se somar a uma série de tensões que já permeiam a área de energia elétrica no Congresso, no governo e nos órgãos reguladores.
Os cortes de produção de energia viraram o problema mais urgente para o setor. Eles ocorrem em situações como falta de linhas de transmissão e excesso de produção de energia em determinados horários. Parte disso ocorre também por conta do crescimento da geração distribuída (GD), como é chamado o uso dos painéis em telhados, e sobre a qual o operador do sistema não tem nenhum controle.
Isso tem atingido as usinas hidrelétricas, eólicas e solares (nesse caso, aquelas centralizadas em parques, e não as distribuídas nos detalhados). Em agosto, o corte da energia solar e eólica chegou a 26% do total do potencial de produção, de acordo com cálculos do Itaú BBA com base em números do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Como O Globo mostrou, no Dia dos Pais, em agosto, durante a tarde, o ONS cortou quase 100% da produção solar e eólica centralizada. Grande parte da demanda estava sendo suprida pela geração distribuída, numa situação que deixou o sistema sob forte pressão diante da baixa flexibilidade da operação.
O corte de geração (chamado tecnicamente de curtailment) tem efeitos financeiros, com redução de receitas das empresas. Segundo Edvaldo Santana, ex-diretor da Agência Nacional de Energias Elétrica, o custo pode chegar a R$ 1,5 bilhão por mês no mínimo.
Plenário vota doação de crédito de energia para instituições beneficentes
O projeto de lei PL 2.474/2020, que permite a doação de créditos de energia elétrica para instituições beneficentes, será votado pelo Plenário do Senado nesta quarta-feira (10). A proposta beneficia micro ou minigeradores que produzem mais energia do que consomem, permitindo que o excedente seja direcionado a essas entidades. Originalmente, o projeto previa validade temporária, limitada ao período pós-pandemia, mas o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), relator da matéria, apresentou um substitutivo que torna a medida permanente.
A Agência Senado informa que, de acordo com o novo texto, apenas entidades beneficentes certificadas pela Lei Complementar 187/2021 poderão receber os créditos. Heinze argumenta que essas instituições têm papel social relevante, mas operam com recursos escassos. O benefício não se estenderá a outros serviços essenciais, como hospitais públicos ou órgãos de segurança, como previa a versão inicial da Câmara. A mudança reforça o caráter filantrópico da proposta, focando em organizações que dependem de doações para continuar atuando.
O projeto estabelece ainda que a doação de energia pode ser feita por pessoas físicas ou jurídicas, desde que estejam na mesma área de concessão da distribuidora de energia da entidade beneficiada. Não será permitido firmar contratos comerciais para essas doações nem oferecer qualquer vantagem ou compensação ao doador. A proposta visa estimular a solidariedade e apoiar financeiramente instituições sociais, especialmente no atual cenário de alta nos custos operacionais.
PANORAMA DA MÍDIA
A Folha de S.Paulo noticia que o Congresso Nacional promulgou nesta terça-feira (09) a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que cria novas regras para os precatórios (como são chamadas as dívidas judiciais da União, dos estados e dos municípios), com um dispositivo que permite ao governo federal um gasto extra de R$ 12,4 bilhões em 2026, ano das eleições.
A vitória da bancada de Lula aconteceu no mesmo dia em que os partidos União Brasil e PP anunciaram o desembarque do governo —as duas siglas, inclusive, foram contra o trecho, mas acabaram derrotadas.
Já O GLOBO afirma que após uma primeira leva de medidas anunciadas pelo Banco Central (BC) para aumentar a segurança do sistema financeiro contra o crime organizado, o setor já sinaliza que o pacote apresentado não deve ser suficiente e que novas ações serão necessárias para conter os golpes e minimizar seus impactos.
Representantes de instituições financeiras levaram ao BC propostas que vão desde a imposição de limites financeiros para transações noturnas e de um “delay” para concluir operações de alto valor no Pix até a proibição do uso do meio de pagamento por pessoas e empresas que tenham contas laranjas.