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Busca por redução na conta de luz acelera migração para o mercado livre - Edição do dia

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Conta de luz e Mercado Livre de Energia / Crédito: Marcus Santos (USP)

O Valor Econômico reporta que desde janeiro de 2024, milhares de pequenas e médias empresas estão migrando para o mercado livre de energia elétrica, aproveitando a nova regulamentação que permite a escolha do fornecedor de energia. Um exemplo é a Oscar Flues, indústria centenária com receita de R$20 milhões anuais e fábricas em três estados, que decidiu entrar no mercado livre para reduzir seus custos com eletricidade — uma das principais despesas operacionais. A expectativa da empresa é economizar cerca de 20% por mês com a mudança.

Essa migração foi impulsionada pela portaria 50 do Governo Federal, publicada em 2022, que autorizou todas as empresas de média e alta tensão a escolherem seu fornecedor de energia a partir de 2024. Para isso, os pequenos consumidores devem atuar por meio de agentes varejistas. A mudança não exige adaptações físicas, já que a infraestrutura elétrica é a mesma, o que facilita o acesso de pequenas e médias empresas ao novo modelo, que antes era restrito a grandes indústrias.

Em junho de 2025, o número de unidades consumidoras no mercado livre de energia ultrapassou 77 mil, segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Esse número representa um aumento de 57,7% em relação a junho de 2024 e de 123,8% em comparação a junho de 2023. O ritmo acelerado de adesões mostra como a abertura do setor tem atraído empresas em busca de maior competitividade e redução de custos.

MPF investiga possível omissão da Aneel na fiscalização da Light no Rio

A revista Veja aponta que o MPF abriu um inquérito para investigar a “eventual omissão” da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na fiscalização da prestação de serviços da concessionária Light, que atende várias cidades no Rio de Janeiro.

A apuração começou em 2024, ainda como procedimento preparatório, e virou inquérito civil no último dia 1º de setembro, quando os investigadores entenderam que seria necessário alongar as apurações para realizar novas diligências.

O órgão enviou ofício sobre o procedimento diretamente para a Presidência da Light.

Raízen atrai interesse de investidores internacionais e nacionais

A Raízen, joint venture entre Cosan e Shell, entrou no radar de grandes investidores. Grupos japoneses como Mitsubishi e Mitsui são os principais interessados no momento, além da brasileira Itaúsa, que avalia ingressar no agronegócio. Outras empresas, como a Glencore e a estatal saudita Aramco, também demonstraram interesse.

De acordo com o Broadcast+, a empresa ainda não iniciou oficialmente a fase de recebimento de propostas, prevista para começar em outubro. A Cosan afirmou que busca investidores para fortalecer a estrutura de capital da companhia, em parceria com a Shell. O CEO da Cosan, Marcelo Martins, declarou que o foco é encontrar um sócio estratégico, sem necessidade de aporte próprio no momento.

Além disso, a Raízen avalia a venda de ativos na Argentina, estimados em US$1,5 bilhão, e já vendeu duas usinas no Mato Grosso do Sul por R$1,5 bilhão. Recentemente, a empresa também anunciou o fim da joint venture com a Femsa, ficando com as lojas Shell Select e Shell Café.

Apesar dos movimentos estratégicos, a Raízen registrou um prejuízo de R$1,8 bilhão no primeiro trimestre da safra 2025/26, revertendo o lucro de R$1,06 bilhão do mesmo período do ciclo anterior.

Energia das ondas avança como alternativa limpa e contínua

Uma instalação no porto de Los Angeles está testando uma tecnologia inovadora de energia undimotriz — gerada a partir do movimento das ondas do mar. O projeto, desenvolvido pela startup israelense Eco Wave Power, utiliza flutuadores semelhantes a teclas de piano que convertem o movimento das ondas em eletricidade por meio de pistões hidráulicos e turbinas. A matéria é da Folha de S. Paulo

Com potencial para abastecer até 60 mil residências, o sistema chama atenção por ser simples, confiável e constante, ao contrário da energia solar (intermitente) e da eólica (dependente do clima). Segundo o Departamento de Energia dos EUA, as ondas da costa oeste poderiam suprir até um terço do consumo elétrico nacional, equivalente a 130 milhões de casas.

Apesar do potencial, a energia das ondas ainda enfrenta desafios para alcançar escala comercial, com histórico de projetos afetados pelas condições adversas do alto-mar. Ainda assim, especialistas veem na tecnologia uma solução promissora para acelerar a transição energética global.

CPI das Concessionárias de Energia do RS realiza primeira audiência pública com consumidores

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul que investiga a atuação de concessionárias de energia como CEEE Equatorial e RGE, realiza nesta segunda-feira (08) sua primeira audiência pública em Porto Alegre, a partir das 17h30.

De acordo com o jornal gaúcho Correio do Povo, o foco principal será ouvir consumidores da Região Metropolitana de Porto Alegre sobre a qualidade dos serviços prestados. Prefeitos serão ouvidos em outro momento. Foram convidados representantes das empresas, associações de moradores e autoridades municipais.

Segundo o presidente da CPI, deputado Miguel Rossetto (PT), o objetivo é fortalecer o debate sobre os problemas recorrentes e judicializações enfrentadas por diversos municípios.

Após Porto Alegre, outras cidades também sediarão audiências, como Osório, Rio Grande, Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Erechim e outras.

Alemanha antecipa em três anos meta de redução de energia à base de carvão

A Alemanha alcançou com três anos de antecedência sua meta de redução da geração de energia baseada em carvão, inicialmente prevista para 2028. Segundo a Agência Federal de Redes, o país eliminou mais de 8,7 GW de capacidade instalada em usinas movidas a carvão, superando em 10% o objetivo original. Com esse resultado, pelo segundo ano consecutivo, o governo não precisará ordenar o fechamento compulsório de nenhuma unidade.

De acordo com a Exame, apesar do avanço, o país ainda enfrenta desafios em sua matriz energética. A Alemanha continua sendo o maior emissor de gases de efeito estufa da União Europeia e mantém alta dependência de combustíveis fósseis. Embora pretenda eliminar o uso de carvão até 2038, algumas usinas a linhito (carvão marrom) continuam operando com prazos estendidos, visando minimizar impactos econômicos em regiões mineradoras.

O processo de desativação das usinas ocorre por meio de cronogramas variados, com leilões para encerramentos voluntários até 2026. Caso necessário, o regulador pode impor o fechamento obrigatório. Paralelamente, as usinas estão sujeitas ao sistema de comércio de emissões da UE, cujos preços de licenças de carbono oscilaram entre €60 e €84 por tonelada em 2024, impactando os custos operacionais dessas fontes fósseis.

PANORAMA DA MÍDIA

A Folha de S. Paulo informa que o Banco Central do Brasil está elaborando um pacote de medidas para reforçar a segurança do sistema financeiro diante de ataques cibernéticos recentes que envolveram desvios milionários via Pix. A principal frente de ação prevê limitar o acesso de instituições que utilizam prestadoras de serviços de tecnologia da informação (PSTIs) para se conectar à infraestrutura do sistema. A autoridade monetária identificou vulnerabilidades após incidentes com as empresas C&M Software e Sinqia, em que instituições deram acesso direto às suas contas no BC para essas prestadoras, facilitando fraudes. A proposta também inclui reduzir os limites de transações via Pix para permitir o rastreio de operações fraudulentas sem comprometer o uso legítimo da ferramenta.

Além disso, o BC pretende antecipar o cronograma de regulação para instituições de pagamento, exigindo autorização prévia para funcionamento antes do prazo final atualmente previsto para 2029. A instituição também avalia coibir o uso indiscriminado de contas-bolsão, estrutura usada por fintechs que facilitou operações de lavagem de dinheiro e ocultação de bens por facções criminosas. Internamente, há receio de que a aceleração do processo regulatório gere efeitos adversos, mas as pressões por maior segurança têm impulsionado a revisão das regras.

Sobre o mesmo assunto, O Globo traz a notícia que o Banco Central (BC) só fez cinco ações de verificação para checar o cumprimento das regras do Pix pelos bancos e fintechs desde 2020, quando o meio de pagamento foi lançado. Do total, apenas duas trataram de requisitos de segurança, e uma verificou irregularidades em relação à terceirização de serviços.

Mesmo com falhas identificadas em dezenas de participantes, até hoje não houve qualquer punição. Procurado, o BC disse que as ações de inspeção diretas são definidas com base no risco, como preveem as recomendações internacionais.

Reforma Administrativa

O Estadão, por sua vez, publicou que o Brasil deve gastar R$1,7 trilhão com servidores públicos em 2025, somando as despesas da União, Estados e municípios com funcionários da ativa e aposentados, enquanto discute uma reforma administrativa.

Se o número se confirmar, o valor vai ser recorde. A reforma em discussão no Congresso Nacional não deve atingir a estabilidade dos servidores, mas impor medidas de avaliação de desempenho e corrigir algumas distorções, como os supersalários acima do teto constitucional.

O Estadão reuniu dados dos orçamentos da União, dos 26 Estados, do Distrito Federal e de 5.143 municípios (mais de 90% do total) com os valores das despesas de pessoal e encargos programados para este ano nas leis orçamentárias e relatórios entregues ao Tesouro Nacional.

O número final será conhecido em 2026, com os gastos efetivos e a consolidação que exclui as duplicidades, como as transações entre os entes, mas o valor previsto indica para o aumento de gastos com pessoal.

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