A carga de energia, formada pelo consumo mais as perdas na rede, no Sistema Interligado Nacional (SIN), somou 66.985 megawatts (MW) médios em maio, com crescimento de 4,9%, em relação a igual período do ano anterior, de acordo com dados divulgados ontem (25/06) pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Na comparação com abril deste ano, a carga recuou 2,5%. E, no acumulado dos últimos 12 meses encerrados em maio, a carga aumentou 2,4% ante igual período anterior.
De acordo com o ONS, apesar do baixo dinamismo da atividade econômica do país, a carga de energia foi afetada positivamente pelo maior número de dias úteis e a ocorrência de temperaturas mais elevadas em maio, em relação a igual período do ano passado.
A região Norte registrou o maior crescimento em maio, ante igual período de 2018, de 6,2%, totalizando 5.608 MW médios. No Nordeste, a carga cresceu 5,6% em maio, na comparação anual, totalizando 11.092 MW médios. No subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o principal do país, o crescimento foi de 4,7%. As duas regiões somaram 39.086 MW médios em maio deste ano. Com relação a abril, no entanto, houve um recuo de 3,3% da carga. Já na região Sul, a carga alcançou 11.198 MW médios em maio, com alta de 4,3% em relação a igual período de 2018. Ante abril, o resultado foi uma queda também de 4,3%. As informações foram publicadas hoje pelo Valor Econômico.
Agentes do mercado reagem otimistas às diretrizes da CNPE
A definição das diretrizes para liberação do mercado de gás natural feita pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) foi bem recebida pela maioria dos agentes entrevistados pelo Canal Energia. As medidas aprovadas foram consideradas um avanço no objetivo de trazer caminhos para tornar o mercado mais atraente.
O Canal Energia lembra que a abertura do mercado do gás já vinha sendo discutida há mais de três anos, mas o debate não avançou por discordâncias entre setores da cadeia produtiva. A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) enfatizou que a iniciativa tornará o setor mais aberto, dinâmico e competitivo. “Isso coloca o país no caminho certo para atingir outro patamar no mercado mundial de gás natural, considerado estratégico por ser a matriz energética não renovável mais limpa, versátil, econômica e segura que existe” afirmou Fernando Figueiredo, presidente da Abiquim.
Para a Associação Brasileira de Geradoras Termelétricas, a decisão do CNPE deverá contribuir para aumentar a expansão da geração termelétrica no país. O presidente da associação, Xisto Vieira, no entanto, sentiu falta de uma abordagem da temática tributária, já que ela tem um peso significativo no preço de qualquer commodity.
Programa preocupa distribuidoras, diz Abegás
Para a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), os planos do governo de influenciar normas estaduais para o segmento, um dos pontos aprovados no início da semana pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), geram insegurança para investidores. “Não obstante a resolução do CNPE não tenha caráter vinculante, a Abegás considera que a sua edição por si só amplia a percepção de risco no investimento no setor de distribuição de gás canalizado”, afirmou o presidente da associação, Augusto Salomon, acrescentando que “os Estados devem ter autonomia para definir o modelo mais compatível com seus interesses”.
A iniciativa do governo prevê incentivos para que os estados modernizem a regulação do gás, aperfeiçoando regras para consumidores livres e separando atividades de comercialização e prestação de serviços de rede, por exemplo.
A Abegás também mostrou receio quanto ao desejo do governo de fortalecer o mercado livre de gás, que permitiria aos consumidores comprar o insumo diretamente de produtores e comercializadores, ao invés de distribuidoras. A reportagem é do jornal DCI – Diário do Comércio, Indústria e Serviços.
Sem linhão, Boa Vista Energia fica inadimplente
O Valor Econômico informa que a Boa Vista Energia, distribuidora de energia de Roraima que foi privatizada recentemente pela Eletrobras, está sofrendo ações por inadimplência pela compra de uma energia que nunca recebeu. De acordo com a reportagem, o motivo da situação é o atraso da linha de transmissão que vai conectar Roraima ao restante do país, que deveria ter entrado em operação em 2015, mas ainda depende da solução de um impasse no licenciamento da obra.
Com a perspectiva de interligação a Manaus, a concessionária Boa Vista fez compras de energia em leilões, seguindo as regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Como a linha de transmissão não foi construída, a energia nunca chegou a Roraima, que segue dependendo da importação de energia Venezuela, interrompida há meses, e de termelétricas caras, cujos custos também são suportados pelo caixa da distribuidora.
PANORAMA DA MÍDIA
Plano do gás pode destravar investimentos de R$ 32,8 bilhões em infraestrutura de gás natural no Brasil. Este é destaque de hoje (26/06) do jornal Valor Econômico. Os cálculos do Ministério de Minas e Energia (MME) incluem obras de gasodutos, terminais de gás natural liquefeito (GNL) e unidades de processamento de gás (UPGNs).
A reportagem ressalta que o acordo previsto entre o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Petrobras para saída integral da companhia dos setores de transporte e distribuição de gás natural promete lançar no mercado um novo pacote de oportunidades de aquisições. A estatal ainda detém participação em quatro transportadoras e em 19 distribuidoras estaduais de gás canalizado.
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ontem (25/06) negar o pedido de soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril de 2018 após ser condenado por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP). Este é o principal destaque das edições de hoje dos jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e Correio Braziliense.
O STF também adiou a discussão sobre a alegada suspeição do ex-juiz Sérgio Moro, reforçada pela defesa do petista após a divulgação de mensagens de Moro e de procuradores da Operação Lava Jato pelo site The Intercept Brasil. O Supremo deve voltar a analisar o caso no segundo semestre, quando os ministros retornarem do recesso de julho.
Já o jornal O Globo traz hoje como matéria principal a decisão do presidente Jair Bolsonaro de revogar os decretos de posse e porte de armas e editar novos textos, também sobre a questão das armas.