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Cenário crítico indica déficit de oferta de energia no fim do ano – Edição da Manhã

A autorização dada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) no início do mês para que sejam utilizados todos os recursos disponíveis de geração de energia – sem importar quanto isso custará para o consumidor – considerou os cenários mais críticos de abastecimento do país até o fim do ano.

Em ofício obtido pelo Valor Econômico, o Operador Nacional do Sistema (ONS) alerta o governo para o risco de déficit na oferta de energia nos últimos meses de 2021, com destaque para o desfalque de 12,7 gigawatts (GW) de potência em novembro. No sistema elétrico, a oferta de potência é importante para garantir a segurança do suprimento. Isso geralmente vem das usinas termelétricas, dada a sua capacidade de gerar energia de forma contínua, enquanto tiver combustível, ou mesmo das hidrelétricas, com água no reservatório.

Diante disso, o déficit de potência projetado precisará ser coberto, basicamente, por térmicas – mais poluentes e mais caras. Nessa hora, fontes com oscilação no suprimento, como eólica e solar, ajudam, mas não resolvem.

De acordo com a reportagem, no ofício, o ONS indica ainda o risco de déficit de potência de 1,6 GW em outubro. Em novembro, o mês mais crítico, o desafio não será pequeno. Para se ter uma ideia, os 12,7 GW de potência equivalem a dez usinas nucleares do tipo Angra 2, com potência de 1,35 GW. Ainda em novembro, o sistema elétrico poderá enfrentar “déficit energético” de 6,9 GW médios. Neste caso, o déficit envolve o volume médio de energia que de fato pode ser garantida em uma usina por determinado período.

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Comercializadoras tentam se antecipar à abertura do varejo

As comercializadoras de energia elétrica já estão se antecipando à liberação do acesso ao segmento de varejo a partir de 2024, na disputa por um mercado que pode alcançar a casa de milhares e até mesmo de milhões de consumidores de pequeno porte. A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) terão até janeiro de 2022 para apresentar um plano de médio e longo prazos para abertura desse ambiente, mas a CCEE avalia que “as primeiras entregas já devem ocorrer em alguns meses.”

O Canal Energia informa que um estudo feito para a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) pela Thymos Energia conclui que a abertura total do mercado é viável, mas há pontos críticos a serem resolvidos para uma transição bem sucedida. Entre outros temas, o estudo trata, por exemplo, do encaminhamento a ser dado a questões que precisam ser equacionadas antes da abertura, como os contratos legados das distribuidoras e a representação de consumidores de baixa tensão.

Em reunião no início da semana no Palácio do Planalto, Reginaldo Medeiros, presidente da associação, destacou a urgência de aprovação pelo Congresso Nacional do PL 414, que trata da modernização do setor. O projeto foi aprovado no Senado como PLS 232, mas está parado na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados há mais de 100 dias. Ele lembra, porém, que os temas infralegais ligados à liberalização do mercado precisam avançar no ministério, na Aneel.

Eneva inicia produção de gás no Amazonas

A Eneva iniciou na quinta-feira (13/05) a produção de gás natural no campo de Azulão, na Bacia do Amazonas. É o primeiro projeto a entrar em operação na região. Nesta etapa inicial, o gás é utilizado no comissionamento dos equipamentos instalados no campos. O gás produzido em Azulão será usado na geração de energia pela termoelétrica (UTE) Jaguatirica II, de 117 MW de potência, contratada no 1º leilão para atendimento aos sistemas isolados, realizado em 2019.

A Eneva comprou o campo de Azulão da Petrobras em novembro de 2017 por US$ 54,5 milhões. A área foi descoberta em 1999 e declarada comercial em 2004, mas até sua venda – 13 anos depois – não foi colocada em operação pela estatal, que chegou a estudar diversos modelos de produção para o projeto. (EPBR)

Maioria dos projetos do BNDES considera critérios ESG, diz superintendente

Mais de 50% do portfólio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), considerando crédito e serviços, está relacionado à economia verde e ao desenvolvimento sustentável, de acordo com o superintendente de Governo e Relacionamento Institucional do banco, Pedro Bruno.

Além disso, a grande maioria dos projetos em processo de estruturação pela instituição está enquadrada em critérios ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança), diz o superintende. Ele acredita que “é algo que vai cada vez mais crescer”.

“Hoje, na carteira de estruturação do BNDES, nós temos 121 projetos sendo estruturados simultaneamente, que representam investimentos da ordem de R$ 230 bilhões, e dessa carteira, 70 projetos a gente classificou como projetos ESG”, afirmou Bruno em evento promovido pela Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib), na semana passada. Entre os projetos, ele ressalta que o setor de saneamento é um dos melhores exemplos de infraestrutura sustentável. (EPBR)

Ciclo de commodities deve beneficiar o Brasil por ao menos dois anos

A alta dos preços das matérias-primas, como soja e minério de ferro, deve beneficiar o Brasil ao menos pelos próximos dois anos. Embora ainda seja cedo para cravar o tamanho desse novo ciclo, a percepção de analistas ouvidos pela Folha de S. Paulo é que ele será menos intenso do que o boom das commodities dos anos 2000.

Os preços das commodities pelo índice do CRB (Commodity Research Bureau) tiveram alta de quase 70% em um ano. No mesmo período, enquanto as commodities metálicas triplicaram de preço no mercado internacional, com destaque para o minério de ferro (+150%), as agrícolas já vinham de uma valorização mais longa, com destaque para a soja. Cerca de dois terços da valorização do CRB foram puxados pela China.

Na avaliação de Gilberto Cardoso, analista da consultoria Ohmresearch e especialista em commodities, o próximo boom do setor não será puxado por petróleo, mas por matérias-primas ligadas à eletrificação, como cobre e terras raras. “Quando a gente muda as perspectivas energéticas, a oferta e a demanda por esses materiais também muda completamente.”

PANORAMA DA MÍDIA

A morte do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, ontem (16/05), aos 41 anos, é o principal destaque da edição desta segunda-feira dos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo. Seu corpo foi velado por familiares e amigos mais próximos no saguão da Prefeitura, no centro da cidade, onde foi celebrada uma missa transmitida pela internet.

De lá, seguiu em cortejo em carro aberto do Corpo de Bombeiros, por algumas das principais vias da cidade. Por onde passava, o cortejo era aplaudido pela população. Depois, foi enterrado em Santos, no mesmo jazigo onde seu avô materno, o ex-governador de São Paulo, Mário Covas, foi sepultado há 20 anos, após também morrer de câncer. Bruno Covas lutava contra a doença desde outubro de 2019, mas só se afastou da Prefeitura no último dia 2, quando foi internado no hospital Sírio-Libanês, onde faleceu.

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O desempenho melhor que o esperado da economia beneficiou a receita dos estados nos primeiros meses do ano, apesar do vácuo do auxílio emergencial de janeiro a março e da segunda onda da pandemia. A arrecadação do imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) consolidada de 18 estados somou R$ 152,2 bilhões de janeiro a abril, com avanço nominal de 19,6% em relação ao mesmo período do ano passado e de 21,4% ante o de 2019, conforme dados do Conselho Nacional de Política Fazendária.

De acordo com reportagem do Valor Econômico, nos dois casos, a variação ficou acima da inflação acumulada do período, de 6,76% pelo IPCA nos 12 meses até abril deste ano e de 9,32% em 24 meses. O desempenho é atribuído à consolidação das compras on-line e ao aumento de preços dos combustíveis e das tarifas de energia elétrica, além do uso da poupança do auxílio emergencial pago até dezembro. Em relação a 2020, o efeito base também contribui, porque em abril as receitas estaduais já começavam a sentir os efeitos da pandemia de covid-19.

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O jornal O Globo informa que no governo do presidente Jair Bolsonaro, o registro irregular de terra em áreas protegidas aumentou 56%, segundo levantamento do Instituto Socioambiental (ISA). De acordo com a reportagem, a situação é particularmente crítica na Amazônia, devido à extensão das unidades de conservação e à escassez de servidores empregados em seu monitoramento e no combate a delitos ambientais.