O site de negócios Pipeline, do Valor Econômico, traz informações e análise sobre o anúncio feito ontem (02/03), pela Vibra Energia, no sentido de exercer a opção de compra de 50% da Comerc Participações – controladora da MegaWhat.
A análise do Pipeline ressalta que, com o anúncio, a Vibra Energia oficializou a criação da maior comercializadora do mercado livre de energia elétrica do país. Na esteira da transação bilionária anunciada em outubro – que começou com um investimento de R$ 2 bilhões em uma debênture conversível –, a antiga BR Distribuidora confirmou a opção de assumir 50% da Comerc.
Além disso, a Vibra e os sócios da Comerc – a gestora Perfin, o fundador da empresa Christofer Vlavianos e executivos – também chegaram a um acordo para aportar a Targus, uma comercializadora de energia controlada pela Vibra desde o ano passado. Com a Targus, a Comerc pula da quarta para a primeira posição no ranking das comercializadoras, passando de 1,9 gigawatts para 2,4 gigawatts.
Ainda de acordo com o site Pipeline, ao aportar a Targus na Comerc, a Vibra Energia já começa a mostrar o retorno da aposta do presidente da companhia, Wilson Ferreira Jr., na transição energética. Em entrevista ao Pipeline, o executivo afirmou que a Vibra vem construindo uma plataforma multinenergias, na qual também almeja ser líder.
Na comercialização de energia elétrica, já nasce como líder no mercado livre com a Comerc. A mesma lógica vale para a comercialização de etanol, um negócio que será feito em sociedade com a Copersucar.
Preços de matérias-primas disparam com a guerra na Ucrânia e economistas preveem aumento da inflação
Uma semana após o início da guerra na Ucrânia, o avanço nos preços de algumas matérias-primas básicas indica que o impacto da inflação no bolso do consumidor deve ser forte. Desde 23 de fevereiro, o petróleo subiu 16,6%, de US$ 96,84 para US$ 112,93 o barril do óleo tipo Brent.
Na Bolsa de Chicago, a cotação do trigo aumentou 19,7% (de US$ 8,85 para US$ 10,59 por bushel) e o milho, outros 6,5% (de US$ 6,81 para US$ 7,25 por bushel). Esses são os produtos nos quais Rússia e Ucrânia são mais fortes no comércio global. A depender do desenrolar do confronto, analistas alertam que o avanço dos preços não deve parar por aí, e o impacto nas cotações dos produtos e de seus derivados no Brasil deve aparecer em breve. (O Estado de S. Paulo)
Guerra ameaça oferta de gás e “energia barata”
O Valor Econômico traz hoje (03/03) uma reportagem a respeito do impacto da guerra na Ucrânia sobre a abertura do mercado brasileiro de gás natural. Na avaliação de especialistas ouvidos pelo jornal, a situação pode tornar ainda mais distante o “choque de energia barata” – promessa do governo quando lançou, em 2019, o programa Novo Mercado de Gás, para abrir o setor.
Com a tendência de alta dos preços do gás natural liquefeito (GNL), diante dos riscos em torno de uma redução das exportações russas à Europa, grandes consumidores, interessados em migrar para o mercado livre por meio da importação, terão de negociar contratos num ambiente ainda mais estressado que em 2021, quando o desequilíbrio entre oferta e demanda começou a se acentuar.
O GNL é fonte de suprimento importante para o país. Em 2021, o Brasil bateu recorde de importação do produto, devido ao aumento da demanda das termelétricas. Terminais de regaseificação foram responsáveis por 27% da oferta de gás ao mercado brasileiro, indica o Ministério de Minas e Energia. Empresas importantes de GNL buscam no processo de abertura do país novas oportunidades de negócios.
A reportagem destaca que esse é o caso de importadores como a New Fortress Energy, que opera o terminal de Sergipe e prevê inaugurar este ano novas unidades em Santa Catarina e no Pará; a Excelerate Energy, que arrendou da Petrobras o terminal da Bahia; e a GNA (Prumo / BP / Siemens / SPIC), dona do terminal do Porto do Açu (RJ). Grandes fornecedores globais de GNL, como BP, Shell e TotalEnergies, também buscam contratos no Brasil.
Conflito na Ucrânia leva defasagem de preços da Petrobras ao maior nível desde 2016
O Valor Econômico informa que, com o pico dos preços do petróleo nos últimos dias, a defasagem da Petrobras para a paridade internacional se acentuou e, segundo estimativas de mercado, já atinge o R$ 1 no diesel – o maior patamar desde que a empresa começou, em 2016, a vender combustíveis com preços alinhados à paridade de importação.
A estatal está há 49 dias sem mexer nos preços nas refinarias e um novo reajuste é questão de tempo, à medida que o agravamento da guerra na Ucrânia pressiona a cotação da commodity, de acordo com analistas. Ontem, o barril do tipo Brent, referência global, fechou o dia com valorização de 7,58%, cotado a US$ 112,93 – nível mais alto desde 2014.
Além da escalada da guerra na Ucrânia e das dificuldades de tradings de comprar óleo russo, contribuíram para a alta da commodity a queda dos estoques dos EUA e a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de manter o aumento da produção em 400 mil barris/dia para abril, como esperado, mesmo diante do aperto da oferta.
Para Statkraft, hidrogênio verde terá relevância no transporte
O hidrogênio verde terá um papel fundamental na transição energética. Essa é a avaliação de Fernando de Lapuerta, country manager da Statkraft no Brasil. O executivo participou da Conferência Internacional Low Emissions Scenario, realizada ontem (02/03). Para o executivo, o H2 verde será importante por ser capaz de suprir os usos onde a eletrificação não for competitiva ou rentável na comparação com os combustíveis fósseis, como nos transporte pesados, por aviões ou barcos. (Canal Energia)
PANORAMA DA MÍDIA
O Valor Econômico e o jornal O Estado de S. Paulo trazem, como principal destaque de hoje (03/03), o impacto da guerra na Ucrânia sobre o petróleo e outras commodities. As informações estão resumidas nesta edição do MegaExpresso.
Reportagem da Folha de S. Paulo mostra que, enquanto bombardeios se intensificam em torno de Kiev e Kharkiv, as duas principais cidades da Ucrânia, as forças russas começam a redesenhar o mapa do país vizinho com a tomada de Kherson, ao sul do país. O anúncio foi feito pelo Ministério da Defesa em Moscou.
O jornal O Globo destaca que a condenação da invasão da Ucrânia, feita em assembleia geral da Organização das Nações Unidas (ONU), mostra a Rússia isolada no cenário das nações. A condenação foi feita por 141 votos – inclusive do Brasil – e apenas cinco contra.