O preço da gasolina comum já ultrapassou R$ 7 no Rio Grande do Sul e chegou a R$ 6,99 o litro no Acre na semana passada, segundo a pesquisa semanal da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O preço médio praticado em todo o país, de R$ 5,866, subiu 0,22% entre os dias 8 e 14 de agosto (últimos dados disponíveis) e acumula alta de 0,60% no mês.
Para especialistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, o dólar tem grande influência nesse comportamento e não há sinal de que o real possa ganhar valor no curto e médio prazo. Outros fatores, no entanto, também influenciam no preço final do combustível. Os derivados de petróleo sobem sempre que o câmbio sofre desvalorização (ou seja, o real fica mais barato) e o preço do barril aumenta, explica o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires.
Ontem (20/08), o dólar à vista fechou a R$ 5,3848, e o petróleo do tipo Brent negociado em Londres para outubro fechou a US$ 65,18 o barril – ele é utilizado como referência pela Petrobras. “Estamos vivendo um período eleitoral e há uma confusão muito grande no governo. Acho que vai continuar tendo uma pressão via câmbio”, afirmou.
Pires destaca ainda que também deve haver pressões pelo aumento do preço do petróleo ao longo deste ano em razão da recuperação da economia mundial. “Houve uma redução muito grande da oferta de petróleo em 2020 e não se consegue aumentar a produção rapidamente. Neste ano, porém, temos uma demanda crescendo mais que a oferta e isso acontece com todas as commodities”, afirmou.
ONS: custo médio de operação recua 20%
A revisão 3 do Programa Mensal de Operação apresentou uma redução do custo marginal de operação médio, de cerca de 20% para a próxima semana operativa em quase todo o país. O custo passou de um valor de R$ 3.044,45 para R$ 2.449,89/MWh. A exceção está no Nordeste com valor médio de R$ 2.405,76/MWh.
Essa melhoria vem na esteira de uma previsão levemente melhor da hidrologia em todo o país quando comparado aos volumes estimados na semana passada, na revisão 2 do documento do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A estimativa é de que no Sudeste/Centro-Oeste a energia natural afluente ao final do mês alcance 59% da média de longo termo. No Sul passou para 36%, no NE é de 43% e no Norte é esperado o mais elevado, 82% da média de 91 anos. (Canal Energia)
Crise hídrica e de transparência
O editorial da edição deste sábado (21/08) do jornal O Estado de S. Paulo traz críticas à maneira como o governo federal comunica, à população, a dimensão da crise hídrica do país. Com 64% da matriz elétrica brasileira produzida por hidrelétricas, “uma crise hídrica da magnitude da que ora afeta o Brasil traz a reboque, é evidente, o risco de racionamento e apagões, a menos que se gere energia a partir de fontes muito mais caras e mais poluentes, como as termoelétricas”, conforme argumenta o editorial.
Na opinião do jornal, o Ministério do Meio Ambiente (MME) “não divulga um indicador que determine quando é o momento de adotar o racionamento de energia no país. Na realidade, a pasta confirmou ao Estado que nem sequer há este indicador, mas, sim, “uma análise multifatorial que leva em consideração a perspectiva de consumo e de chuvas para os próximos meses”. O que é isto não se sabe.”
O editorial explica, ainda, que “até a posse do presidente Jair Bolsonaro, as análises do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), coordenado pelo MME, eram publicadas mensalmente. A partir de janeiro de 2019, no entanto, os dados simplesmente deixaram de ser divulgados”.
Ainda segundo a opinião do Estadão, “governo e sociedade devem agir em coordenação para mitigar os efeitos desta crise hídrica sem precedentes, cada um em suas esferas de responsabilidade. Sem conhecer plenamente a extensão da crise e os riscos envolvidos, a sociedade pouco pode fazer”.
Escassez de água no Chile começa a afetar maior produtor de cobre
A escassez de água começa a ameaçar a produção de cobre em um país que responde por mais de 25% da oferta global. No Chile, esta semana, uma mina da BHP recebeu a ordem para suspender o bombeamento de água subterrânea por três meses, enquanto a Antofagasta alertou que vai produzir menos do que o esperado este ano em meio a restrições de abastecimento de água.
Embora a mina Cerro Colorado, da BHP, seja uma pequena operação perto do fim de vida útil e o corte projetado pela Antofagasta não seja enorme, os problemas destacam os desafios de minas em operação, num dos desertos mais secos do mundo. Minas de cobre bombeiam água de aquíferos subterrâneos há décadas, muitas vezes em detrimento das comunidades locais. A questão ganhou destaque recentemente, à medida que o deserto se expande para o sul em meio a uma seca de uma década, potencialmente agravada pelo aquecimento global.
O setor respondeu intensificando os esforços para usar água do mar, que deverá responder por quase metade do consumo total de água do segmento até 2031. A reportagem é da agência Bloomberg e foi publicada pelo portal do Valor Econômico.
PANORAMA DA MÍDIA
Segurança cibernética é principal destaque da edição deste sábado (21/08) do jornal O Estado de S. Paulo. O ataque hacker que deixou fora do ar o e-commerce e os totens de autoatendimento da varejista Lojas Renner serviu como um alerta para os riscos da cibersegurança no Brasil, ressalta a reportagem. Parte dos sistemas da empresa está inoperante desde quinta-feira, mostrando a gravidade desse tipo de ação de hackers.
Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, esse pode ser o empurrão que faltava para fazer “cair a ficha” dos empresários em relação ao tema. Os números mostram que o problema no Brasil é muito maior do que se imagina. Hoje, segundo levantamento da ISH Tecnologia, a média mensal de ataques a companhias brasileiras é de 13 mil, sendo que 57% são do tipo da ransomware – que pedem resgate em dinheiro às empresas. Os resgates também estão mais caros: segundo a empresa Unit 42, os valores cobrados pelos criminosos saltaram 82% no último ano, chegando a US$ 570 mil por ocorrência.
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Os jornais O Globo e Folha de S. Paulo trazem, como destaque de hoje (21/08), informações a respeito da tensão política entre Executivo e Judiciário. O presidente Jair Bolsonaro ingressou na tarde de ontem com um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Além da destituição do cargo, Bolsonaro pede o afastamento do ministro de funções públicas por oito anos. (Folha de S. Paulo)
Em nota, o Supremo Tribunal Federal (STF) disse repudiar o pedido de impeachment apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro contra o ministro Alexandre de Moraes e ressaltou não tolerar que um magistrado seja acusado por suas decisões, “uma vez que devem ser questionadas nas vias recursais próprias, obedecido o devido processo legal”. Após receber o pedido, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, responsável por decidir se abre ou não o processo de afastamento, afirmou não antever fundamentos jurídicos e políticos para o impeachment de um ministro do STF. (O Globo)