O Valor Econômico traz hoje (02/07) uma reportagem sobre a ‘Conta-Covid’, o socorro financeiro liberado ao setor elétrico em função da pandemia de coronavírus. Quase duas dezenas de instituições financeiras vão participar da operação de crédito, que tem à frente o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A reportagem destaca que a ‘Conta-Covid’ ganhou ontem contornos praticamente finais e vai ter custo de CDI mais 2,9% ao ano. Até a próxima sexta-feira, cada distribuidora precisará informar à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) se aceita ou não os termos da operação, que prevê onze meses de carência e 54 meses para a amortização do empréstimo, em um total de 65 meses – pouco mais de cinco anos.
Os recursos devem ser efetivamente liberados nos últimos dias de julho. Dezenove instituições vão formar o consórcio de bancos montado pelo BNDES, que chegou a consultar 30 instituições. Elas se dispuseram a emprestar até R$ 19,6 bilhões, mas o teto definido pela Aneel para a operação é de R$ 16,1 bilhões. Do total, 30% sairão de bancos públicos, especialmente o próprio BNDES e o Banco do Brasil. Os restantes 70% virão de bancos privados e algumas instituições internacionais que demonstraram interesse em participar.
Pandemia deve estimular aquisições no setor elétrico, diz PwC
A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus tende a estimular um novo movimento de fusões e aquisições no setor elétrico, conforme análise do sócio-líder das indústrias de Energia, Mineração, Siderurgia & Metalurgia da PwC Brasil, Ronaldo Valiño.
Segundo ele, além da continuidade do interesse por ativos de energia renovável, incluindo no segmento de mini e micro geração distribuída, empresas de manutenção e serviços ligados ao setor, bem como comercializadoras estão entre os principais focos de interesse.
A despeito da imagem negativa do Brasil que vem se propagando no exterior neste momento, o executivo afirma que “tem muita gente olhando” ativos de energia no Brasil. “Em função de ainda estarmos na pandemia, as empresas neste momento estão avaliando e fazendo cálculos, ainda não vemos as operações sendo concluídas, mas há investidores olhando para o Brasil, sim”, disse Valiño, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
Entre as principais razões apontadas pelo executivo para o interesse no Brasil está o fator câmbio. “Com o dólar a R$ 5,20, o Brasil fica mais atrativo para investidores estrangeiros e, somado a isso, tem a situação de piora das contas de algumas empresas”, afirma Valiño. “O Brasil se torna mais interessante para oferta de compra, e não só de empresa fim”, afirma, referindo-se ao interesse gerado pelas empresas de serviços.
Sem subsídios, cliente de baixa renda volta a pagar conta de luz neste mês
A Folha de S. Paulo informa que, sem definição do governo sobre a extensão do subsídio aprovado após o início da pandemia, o consumidor de energia de baixa renda pode ter de voltar a pagar conta de luz neste mês. O socorro de 90 dias, que custou ao Tesouro R$ 90milhões, venceu na terça (30/06), e não há ainda proposta de prorrogação. O subsídio beneficiou cerca de 9,5 milhões inscritos na Tarifa Social, desde que consumissem menos de 220 kWh (quilowatts-hora) por mês.
PANORAMA DA MÍDIA
Quase quatro meses depois de o Brasil ser atingido pela pandemia, as expectativas para o crescimento da economia neste ano pararam de piorar, convergindo para uma queda de 6,5%. Ainda há projeções mais pessimistas, mas alguns economistas começaram a falar em surpresas positivas que poderiam aliviar um pouco a recessão. Entre eles, está o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Segundo o Valor Econômico, o executivo se baseia em indicadores mais positivos divulgados recentemente e na aposta de que os programas de transferência de renda e de fomento ao crédito farão a diferença. A opinião, no entanto, não é consensual: outros economistas acreditam que o desemprego provocará uma queda de renda mais forte do que os ganhos vindos dos programas oficiais.
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Os jornais O Globo e O Estado de S. Paulo trazem hoje (02/07) como destaque o adiamento das eleições municipais. A Câmara dos Deputados aprovou ontem a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que adia as eleições municipais de 4 de outubro para 15 de novembro de 2020. Como a proposta já foi aprovada pelo Senado, será promulgada hoje e, assim, entrará em vigor.
A medida foi tomada para dar mais segurança à população diante da pandemia do coronavírus. De acordo com o texto, nas cidades em que houver segundo turno, o pleito será realizado no dia 29 de novembro.
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O Brasil ultrapassou ontem (01/07) a marca de 60 mil mortos pela covid-19. São 60.713 vítimas da doença e 1.453.369 casos confirmados, segundo levantamento do consórcio de veículos formado por Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e Gi. O primeiro óbito no país foi anunciado em 16 de março; dois meses e meio depois, em 2 de junho, 30 mil tinham perdido a vida, número que dobrou em menos de um mês. Esse é o principal destaque da edição desta quinta-feira da Folha de S. Paulo.