Cálculos preliminares da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) indicam que as contas de luz podem subir, em média, 16,68% no próximo ano, devido principalmente à crise hídrica no país. Os dados foram apresentados ontem (16/08), pelo superintendente de Gestão Tarifária da agência reguladora, Davi Antunes Lima, em audiência na Comissão de Legislação Participativa da Câmara.
Ele explicou que diversos fatores justificam a alta das tarifas. Um desses fatores é o acionamento de termelétricas para assegurar o abastecimento de energia neste momento de crise hídrica. Parte da conta das termelétricas é coberta pelas bandeiras tarifárias, mas o restante será repassado para as tarifas em 2022, com incidência de juros. Além disso, a alta do dólar impacta as contas, porque o custo de Itaipu é cobrado na moeda americana.
Ainda segundo Antunes Lima, para evitar que as contas disparem, a agência reguladora já analisa medidas de mitigação dos efeitos para os consumidores. Lima avalia que novas ações projetadas pela Aneel, como a antecipação de recursos decorrentes da privatização da Eletrobras, consigam reunir R$ 8,5 bilhões e reduzir o reajuste da tarifa cobrada dos consumidores.
“Com essas medidas adicionais, em vez dos 16,68% previstos para 2022, a gente ainda tem uma previsão de reajuste de 10,73%, mas estamos ainda estudando alternativas”, afirmou. (O Globo)
Em meio à crise hídrica, governo omite índice de risco de racionamento
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo ressalta que, apesar da crise hídrica, o governo não divulga um indicador que determine se e quando um racionamento de energia deve ser iniciado. Cálculos sobre as chances de ocorrer falta de eletricidade, que eram publicados mensalmente, deixaram de ser informados no início da atual gestão do país.
Esse dado, que avalia a situação de suprimento para vários cenários de chuvas, continua a ser calculado, mas deixou de ser o principal instrumento para a tomada de decisões sobre a necessidade ou não de um racionamento, conforme explicação do Ministério de Minas e Energia (MME).
O titular da pasta, ministro Bento Albuquerque, afirma publicamente que o governo não trabalha com a hipótese de um racionamento de energia, mas o setor privado avalia que a situação não é confortável. A consultoria de energia PSR, por exemplo, vê piora na situação de suprimento de energia e calcula que o risco de racionamento no segundo semestre varia de 10% a 40% entre setembro e novembro, dependendo do crescimento da demanda.
Consumo de energia em julho sobe 3,1% em ritmo pré-pandemia, informa CCEE
O consumo de energia elétrica no Brasil subiu 3,1% em julho, na comparação com o mesmo mês do ano passado, para 61.494 megawatts médios, em ritmo semelhante ao período pré-pandemia, informou ontem (16/08) a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
“Estamos em um ritmo de crescimento semelhante ao do período pré-pandemia. A tendência daqui para frente é de aumento gradual em relação a 2020, mas com taxas menores que as registradas no primeiro semestre”, disse em nota o presidente do Conselho de Administração da CCEE, Rui Altieri.
Para a CCEE, o avanço do consumo no Sistema Interligado Nacional (SIN) está atrelado ao bom desempenho dos principais setores da economia que adquirem eletricidade no mercado livre. Nesse ambiente de contratação, o consumo aumentou 12,1% frente a 2020, considerando as novas cargas que migraram para o segmento nos últimos 12 meses. Se as novas unidades forem excluídas da conta, o crescimento seria de 7,1%.
Já o consumo no mercado regulado, que atende pequenos comércios, pequenas e médias empresas e os consumidores residenciais, recuou 1,3% se forem consideradas as cargas que migraram desse ambiente para o mercado livre, no último ano. (Folha de S. Paulo)
PANORAMA DA MÍDIA
A imagem da tentativa desesperada de fuga de afegãos, ontem (16/08), após a tomada de Cabul, capital do país, pelo Taleban, é o principal destaque na mídia nesta terça-feira (17/08). Os jornais relatam o caos no aeroporto de Cabul.
Um dia após o Afeganistão cair nas mãos do grupo extremista islâmico Taleban, o aeroporto de Cabul registrou cenas de desespero, de moradores buscando fugir da capital do país. Na mais chocante delas, ao menos duas pessoas morreram após se alojar junto ao trem de pouso de um gigantesco cargueiro militar americano C-17 em plena decolagem. (Folha de S. Paulo)
A retirada das tropas dos Estados Unidos do Afeganistão deve ser concluída até o dia 31. O presidente Joe Biden defendeu a saída. Em seu primeiro discurso desde a tomada de Cabul pelo Talibã no domingo, Biden afirmou que os Estados Unidos “jamais tiveram o objetivo de construir um país” no Afeganistão. (O Globo)
Mohamed Naeem, um dos porta-vozes do Taleban, afirmou que “a guerra acabou no Afeganistão”. Ele disse, ainda, que a forma do novo governo será definida em breve. (O Estado de S. Paulo)
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Reportagem publicada hoje (17/08) pelo Valor Econômico informa que seis transações importantes anunciadas ontem (16/08) mostram o aquecimento do mercado de fusões e aquisições, num momento em que se projetam ainda novos grandes negócios até o fim do ano. Uma das operações mais esperadas de 2021, a venda da Oxiteno, do grupo Ultra, para a asiática Indorama Ventures por US$ 1,3 bilhão (R$ 6,8 bilhões), a proposta da Rede D’Or para a Alliar e a aquisição da Santa Amália pela Camil reforçam o movimento de consolidação e expansão em diversos setores.
Também foram divulgadas ontem a compra das empresas de saúde Profarma Specialty e Cirúrgica Mafra, por R$ 900 milhões, pela Viveo, que levantou R$ 2 bilhões em sua abertura de capital no início do mês. O dia teve ainda a aquisição da chilena Tiaxa, de operações financeiras, pela empresa de serviços digitais Bemobi, avaliada em US$ 38 milhões (quase R$ 200 milhões). Além disso, por meio do seu fundo Terras FII, a Riza Asset comprou propriedades agrícolas da gestora canadense Brookfield.