O volume de energia contratada no mercado livre de projetos eólicos e solares cresceu 2,6 vezes entre janeiro de 2020 e março de 2021, segundo estudo inédito da consultoria Clean Energy Latin America (Cela), divulgado pelo Valor Econômico.
O levantamento feito com as principais empresas geradoras de energia eólica e solar no mercado livre apontou que o perfil dos contratos nessa modalidade mudou ao longo do último ano. O estudo da Cela analisou 26 contratos de energia eólica e 44 de solar e apontou que, até março, projetos com energia contratada no ACL tinham uma capacidade instalada de aproximadamente 5 gigawatts no pico (GWp) de energia solar 1,5GWp de energia eólica.
Para a diretora da consultoria, Camila Ramos, o avanço do volume contratado e a mudança no perfil dos contratos demonstra a maior busca por energia limpa, em meio à transição para uma economia de baixa emissão de carbono. “Os contratos estão ficando maiores, de longo prazo, e o perfil dos consumidores mudou bastante, com alguns clientes finais. Antes, os compradores estavam muito concentrados em comercializadoras independentes e agora vemos uma diversificação maior”, aponta.
Segundo ela, o crescimento do volume contratado no mercado livre em 2020 poderia ter sido ainda maior, mas foi afetado pela desaceleração das negociações no primeiro semestre do ano, em meio às incertezas sobre a pandemia de covid-19. De acordo com a diretora, as condições de financiamento estão evoluindo e a expectativa é que os projetos aprovados este ano tenham mudanças nas condições de preço.
Governo prevê publicar diretrizes para Programa Nacional de Hidrogênio em 60 dias
Em reunião na última terça-feira (20/04), o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) propôs a elaboração de diretrizes para o Programa Nacional do Hidrogênio. Essas diretrizes deverão ser publicadas em 60 dias e serão elaboradas em cooperação com os Ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e Desenvolvimento Regional (MDR) e apoio da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), as diretrizes devem prever normas de segurança, novos desenhos regulatórios e um arcabouço que permitam competitividade para o uso do hidrogênio em grande escala. O hidrogênio vem ganhando destaque como uma tecnologia promissora para auxiliar no processo de transição energética – uma de suas possíveis aplicações é no armazenamento de energia. Por ter uma matriz diversificada e dominada por fontes renováveis de energia, o Brasil é visto como uma potência para a produção e exportação, no futuro, do hidrogênio “verde” (produzido por eletricidade renovável a partir de eletrólise). (Valor Econômico)
“Vamos implantar ônibus elétricos em grandes cidades”, diz presidente da Enel no Brasil
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente da Enel no Brasil, Nicola Cotugno, está decidido a liderar iniciativas para a introdução de veículos elétricos no país. Ainda neste ano, ele pretende anunciar a formação de consórcios da multinacional com montadoras e empresas de transporte para criar frotas de ônibus elétricos em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Salvador.
Cotugno falou, também, sobre o mercado livre de energia elétrica. “O mercado livre é muito competitivo, com oferta relevante. As novas usinas, e especialmente as renováveis, estão vendendo e entregando energia a este mercado. O tema é qual será o caminho de liberalização e abertura do mercado aos clientes nos próximos anos. Esta é uma parte que depende da regulação. Sem dúvida, vamos ver uma redução desse nível de consumo (necessário para entrar no segmento) e, por isso, vai haver crescimento. A Enel Brasil cresceu 20%, apesar da pandemia. Os clientes pedem energia renovável. Não só pelo preço, mas também porque este é um tema de compromisso ambiental, de sustentabilidade.”
Minas Gerais é líder no Brasil com maior potência em energia solar na geração distribuída
Minas Gerais é o primeiro estado brasileiro com maior potência instalada de energia solar na geração distribuída. Segundo recente mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a região possui 938,1 megawatts (MW) em operação nas residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos. O território mineiro responde sozinho por 18,1% de todo o parque brasileiro de energia solar distribuída e possui 81.684 conexões operacionais, espalhadas por 841 cidades, ou aproximadamente 98,6% dos 853 municípios da região.
Para o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, a energia solar fotovoltaica terá função cada vez mais estratégica para o atingimento das metas de desenvolvimento socioeconômico e sustentável em todos estados brasileiros. (Jornal da Bioenergia)
PANORAMA DA MÍDIA
A sessão da tarde da Cúpula de Líderes sobre o Clima, convocada pelo presidente americano Joe Biden, começa com uma discussão sobre mecanismos de financiamento de ações focadas na transição para uma economia verde. Como apontou o enviado especial para o Clima da Casa Branca, John Kerry, nenhum país tem a capacidade de fazer tudo sozinho, e nações ricas, instituições multilaterais e doadores privados devem fazer sua parte.
Na primeira parte da sessão, pela manhã, lideranças apresentaram compromissos relacionados aos cortes nas emissões – Biden se comprometeu em cortar pela metade emissões americanas até o fim da década, reduzindo-as de 50 a 52% em comparação com os níveis de 2005, enquanto o presidente Jair Bolsonaro antecipou em dez anos o prazo para o Brasil atingir a neutralidade do carbono, sem detalhar como pretende fazê-lo. (O Globo – transmissão ao vivo)
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Míriam Leitão (blog no portal Globo): O presidente Jair Bolsonaro prometeu a lideres mundiais na Cúpula do Clima dobrar o orçamento para fiscalização ambiental este ano. Acontece que esse mesmo orçamento foi cortado pela metade em relação ao número do ano passado.
Segundo o site Siga Brasil, ferramenta de análise do orçamento federal, o orçamento autorizado para controle e fiscalização ambiental este ano é de R$ 65,6 milhões. Praticamente a metade dos R$ 136,5 do ano passado. Como o presidente ainda não sancionou o Orçamento de 2021, o que é aguardado para hoje (22/04), ele pode mexer e cumprir a promessa de dobrar o número que está na lei orçamentária para R$ 131,2 milhões.